17. Agnes

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Havia um nó em minha garganta, queria voltar lá e dizer para ele que eu me arrependia de tudo o que havia dito, que queria ficar com ele, mas eu não merecia Matteo, Miranda seria capaz de amá-lo como ele merece, de cuidar do coração dele e de fazê-lo feliz.

No corredor eu trombei com Arthur, ele me segurou para que eu não caísse. Me equilibrei e o príncipe sorriu, minha cabeça começara a doer.

- Mil desculpas alteza. - Ele fez uma reverência, retribui. Minhas pálpebras estavam latejando. - Não devia tê-la deixado ir sozinha ontem, mas quando percebi você não estava perto. - Minha visão estava começando a embaçar, estava difícil de sentir minhas pernas, a voz do príncipe estava cada vez mais distante. - Princesa Agnes? - Ele me chamou, mas não conseguia responder.

A última coisa que me lembro foi do príncipe me segurando para não bater a cabeça no chão depois que minhas pernas cederam e eu caí.

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Acordei em meu quarto, estava sentindo muito frio, mas havia apenas uma coberta em minha cama,um vulto estava ao meu lado, não conseguia decifrar quem era.

- Outra coberta. - Tentei dizer, mas minha garganta estava muito dolorida.

- Ela está com febre alta. - O vulto disse para outro vulto ao seu lado.

- Ela não devia ter pego chuva, sempre teve o sistema imunológico baixo. - Um dos vultos esbravejou, estava cansada demais para decifrar quem eram.

Me virei de lado e acabei pegando no sono.

Acordei com alguém tentando me ajudar a sentar, não estava conseguindo abrir os olhos direito, o cansaço e a dor haviam tomado conta de todo o meu corpo.

- Você precisa tomar o remédio Agnes. - A pessoa disse, então uma colher foi enfiada na minha boca, ela tinha um líquido espesso, era adocicado, xarope talvez.

- O que tá acontecendo? - Tentei encarar a pessoa, era apenas um borrão.

- Você está com um resfriado forte, mas vai passar rápido, eu prometo. - A pessoa pegou minha mão, conseguia sentir. Cada movimento em meu corpo era doloroso demais. - Vou ficar aqui, se precisar é só chamar.

Meu corpo revezava entre dormir e doer, quando eu não estava apagada, estava acordada tentando abrir os olhos sem sentir dor.

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Não sabia quantos dias haviam se passado, apenas escutava as pessoas falando ao meu redor sobre o meu estado de saúde, as vezes as sentia perto de mim, me observando sem dizer nada.

Tomava o xarope todos os dias, entretanto aos poucos foram me oferecendo comprimidos, estavam tentando me ajudar a melhorar.

Quando senti uma pessoa perto de mim, fiz o máximo de esforço que pude para toca-la, ela segurou minha mão.

- Estou aqui Agnes. - O vulto disse. - Você vai sair dessa.

- Vou. - Disse com a garganta queimando. - Preciso do frasco da estufa, que tem um líquido verde.

- Tudo bem princesa, eu já vou trazer. - A pessoa me soltou, devia ter ido buscar a única coisa que poderia me ajudar.

Algum tempo depois eu senti um pote sendo colocado em minha mão.

- Eu trouxe, o que quer que eu faça agora? - A pessoas disse.

- Me ajude a bebê-lo - Pedi com muita dificuldade.

Senti o gosto do chá em minha boca, era péssimo, mas faria com que eu melhorasse. O líquido desceu ardendo em minha garganta, assim que terminei de tomar, me virei e apaguei novamente.

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