᪥𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝕾𝖙𝖔𝖗𝖒᪥ - 𝓐𝓮𝓶𝓸𝓷𝓭 𝓣𝓪𝓻𝓰𝓪𝓻𝔂𝓮𝓷

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𝒦𝒾𝓃𝑔𝓈 𝐿𝒶𝓃𝒹𝒾𝓃𝑔 140𝒟𝒞

A princesa Visenya não saira de seus aposentos depois do ocorrido no bordel, nem no primeiro, nem no segundo e muito menos no terceiro dia. Ela ficara a semana toda trancada em seu quarto, não falava com ninguém e também não permitia a entrada em seus aposentos, Rhaenyra estava deveras assustada e preocupada com a filha já que a mesma negara a maioria das refeições que a ela foram levadas já o principe Daemon esmurrava a porta da menina todos os dias exigindo vê-la para ter certeza que estava bem e a mulher apesar de muito apegada ao pai negara todas as tentativas.

Baela e Rhaena se sentiam culpadas pelo acontecido já que foram elas quem levaram a irmã para a cidade, tentaram ultrapassar a passagem do quarto da mais nova diversas vezes mas falhando em todas, elas falavam com Visenya pelo outro lado da parede somente ouvindo um pedido de que a deixassem sozinha e que não era culpa delas o ocorrido, não haviam contado para o pai ou para a princesa Rhaenyra os motivos da reclusão da irmã para evitar uma revolta da mesma.

No fatídico dia, as irmãs deviam ter voltado o mais rápido possível para junto de Visenya mas uma confusão no andar inferior as prendeu em meio a uma enxurrada de gente, Baela que estava demasiado assustada se esgueirou para um canto vendo o principe caolho sentado de costas ignorando a anarquia,puxou a capa que o primo usava na esperança de chamar sua atenção já que ele era a única esperança delas para chegarem até a irmã, Aemond deu um olhar atordoado para a morena mas ela não lhe deu tempo para perguntas, gritou em meio a confusão que Visenya estava sozinha do andar superior. O homem então tomado por um sentimento angustiante ultrapassou a orda de pessoas bêbadas que se embolavam para tentar sair do estabelecimento, empurrando grosseiramente qualquer um a sua frente na tentativa de chegar depressa ao lugar onde sua sobrinha estava, quase chegou tarde de mais.

Baela e Rhaena deixaram o lugar e aguardaram a irmã ser trazida por Aemond, choraram ruidosamente ao ver o homem com a platinada no colo. "Ela está bem, apenas assustada e precisando de cuidados" ele grunhiu para as primas. Visenya fora deixada em sua cama por ele que logo saiu de seus aposentos voltando pela passagem, as morenas trataram de limpar o sangue que cobria a irmã e a trocar por roupas limpas e mais confortáveis, quando o sol nasceu elas deixaram o quarto sendo ali a última vez que viram Visenya na semana.

Elas não sabiam com detalhes o que tinha acontecido e não procuraram o primo para saber já que homem era demasiado estúpido e grosseiro. Esperariam pela irmã e saberiam se ela se sentisse confortável para falar sobre.

[...]

Visenya sentia-se suja e impura, toda vez que fechava os olhos as lembranças voltavam a sua mente e o choro vinha e se demorava a ir embora, ela sentia as mãos do homem sobre seu corpo e toda vez que tomava banho esfregava a pele com força até quase sangrar em alguns pontos na tentativa de limpar-se daquela sensação.

Ela não alimentava-se direito e por este motivo perdeu alguns quilos, seu corpo antes cheios de curvas agora aparentavam os ossos das costelas e clavícula e seu rosto antes cheio de vida e corado dera lugar para grandes olheiras roxas e palidez tanto pela falta de sono como a de uma boa alimentação e sol.
Depois de uma semana reclusa ela decidiu que era hora de encarar seus demônios, vestiu um vestido escuro e totalmente coberto apesar do calor que passava pela janela recém aberta, fez uma trança inteira nos cabelos e não se incomodou em passar qualquer coisa no rosto, enfiou sua adaga nas botas e respirou fundo tentando conter o choro que estava prestes a vir.

Derramou algumas lágrimas mas logo as limpou e caminhou temerosa até a porta, quando a abriu viu Sor Erryk a guardando como sempre, o homem virou seu rosto para a princesa e arregalou os olhos