Em um mundo onde a magia é furiosamente perseguida e punida com a morte, Jeon Jeongguk é um feiticeiro que tenta passar o mais despercebido possível.
Mas sua tranquilidade vai embora no momento em que é acusado e condenado injustamente pelo assassin...
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Naquele dia, a Floresta das Almas Esquecidas estava silenciosa.
Com o peso do mundo inteiro pairando sobre seus ombros, Jeongguk deu um passo à frente, saindo do território humano e entrando no território mágico.
— Humano! — uma voz raivosa exclamou. — Matar.
— Não! — outra voz respondeu, impedindo a criatura de partir para cima de Jeongguk. — É ele… é o protegido de Cheongul.
Uma movimentação rápida entre as árvores foi ouvida. No instante seguinte o silêncio voltou a reinar.
Jeongguk continuou caminhando, sem conseguir realmente focar em algo ao seu redor. Seu corpo apenas se movia, sem nunca parar, como uma marionete controlada por uma força maior. Não sabia para onde estava indo, não sabia o que fazer… Jeongguk só sabia que estava sozinho. Sem família. Sem lar. Sem amigos. E sem vontade de viver.
— Alguém o machucou — uma voz diferente ecoou, fazendo uma constatação óbvia.
— É o que humanos sempre fazem, não é? Sempre machucando uns aos outros.
Jeongguk se apoiou contra uma árvore e abaixou a cabeça. Suas pernas estavam perdendo a força outra vez, era tanta dor que mal conseguia se manter de pé.
— Jeonggukie — Suhani surgiu ao seu lado e ergueu as mãozinhas no ar.
Jeongguk voltou a caminhar, novamente sendo controlado por uma força maior. E nesse caso, a força maior era a garotinha loira ao seu lado, que insistia em usar de seus poderes para levá-lo até um lugar seguro.
Jeongguk não queria um lugar seguro. Jeongguk só queria que toda aquela dor parasse. Só queria sua família de volta, seu lar, sua vida de uma semana atrás. Jeongguk só queria poder voltar no tempo e mudar tudo. Só queria nunca ter colocado os pés naquele castelo maldito, só queria nunca ter se envolvido com a família Kim.
Kim.
Era realmente um nome amaldiçoado, um nome que só trazia desgraça, dor e miséria. Há séculos aquela família tem sido sinônimo de destruição.
Sendo guiado por Suhani, Jeongguk continuou caminhando sem parar, adentrando cada vez mais nas profundezas do território mágico, onde nenhum humano conseguiria chegar sozinho. Mas o lugar que sempre o deixou fascinado parecia ter perdido o encanto.
Cruzou com várias criaturas pelo caminho, as quais não parou para tentar interagir e encher de perguntas. Avistou várias plantas e paisagens estranhas, as quais não parou para analisar. O mundo ao seu redor, sempre tão colorido e cheio de vida, agora parecia em preto e branco; apagado, triste, solitário…
Quando Suhani finalmente parou de controlar seu corpo, Jeongguk caiu no chão e rolou pela grama macia. Uma grama estranhamente azul, mas que não atraiu nenhum pouco sua curiosidade.
