caminhos cruzados

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Depois de jogar o cabelo rosa para o lado e finalizar o batom chamativo nos lábios, a garota saiu na rua, andando de cabeça erguida, como se aquela cidade idiota fosse o seu império.

Com um sorrisinho repleto de segundas intenções, ela caminhou pela rua agitada, chamando atenção por onde passava. Não conseguiria passar despercebida nem se quisesse.

Alguém segurou seu braço de maneira nada delicada.

A garota virou o rosto e encarou o homem ao lado, passando os próximos segundos estudando-o.

Cinquenta anos, no mínimo. Comerciante, mais especificamente no ramo de frutos do mar, a julgar pelo cheiro de peixe podre que emanava dele; a pele bronzeada demais apenas comprovando que vinha do litoral. Pela marca clara de aliança no dedo, era casado; mas a maioria dos homens que a procuram eram, então não iria julgá-lo por isso.

Mas aquele não era o tipo de homem que estava buscando. Para falar a verdade, aquele fracassado não deveria ter nem onde cair morto. Ao concluir isso, a garota se livrou das mãos do homem em um movimento rápido, piscou um olho para ele e sumiu em meio a multidão, sem nunca abandonar o sorriso malicioso.

Minutos depois, quem a parou foi uma mulher. E de boa família, a julgar pelo vestido caro e pelo jeito elegante de se portar.

Os olhos da garota cintilaram contra a luz, fisgando ainda mais a atenção da moça. Claro, depois do cabelo rosa, seus olhos eram o que mais atraíam a atenção das pessoas.

Acompanhou a mulher até a carruagem, que logo foi guiada para uma rua pouco movimentada. Deixou que ela tirasse sua blusa, enquanto seus olhos verdes vagavam por toda parte. Seu olhar caiu sobre uma pequena bolsa repleta de moedas no banco da frente. Inclinou o rosto para o lado, satisfeita.

Moveu as mãos pelo cabelo da mulher, tirando os brincos caros de sua orelha sem que ela sequer notasse. Pegou também o colar em seu pescoço e os braceletes em seu braço. Quando já estava satisfeita, se inclinou, tirou um pequeno frasco de sua bota e borrifou contra o rosto da mulher.

O sonífero funcionou de maneira imediata, o corpo da mulher amoleceu e caiu no chão. Mas o efeito passaria em menos de dois minutos, por isso a garota precisava ser rápida.

Ajeitou sua roupa em questão de segundos, pegou a bolsa de moedas e saltou da carruagem. Como não tinha tempo para voltar a se misturar entre as pessoas, considerando que estava um pouco distante do centro de comércios, sua escolha mais óbvia foi correr até um beco vazio e escalar a parede.

Alcançou o telhado da casa no exato momento que a porta da carruagem se abriu e a mulher saiu, desorientada e furiosa.

A garota se abaixou, se escondendo atrás da chaminé. E agora vinha a parte mais chata: se manter escondida até a vítima do furto desistir de procurá-la. Dessa vez não demoraria tanto, afinal mulheres sempre desistiam rápido. Homens, por outro lado, odiavam ter o ego ferido. E apesar de ser mais complicado para fugir, a garota adorava ferir o ego deles.

king slayer • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora