Em um mundo onde a magia é furiosamente perseguida e punida com a morte, Jeon Jeongguk é um feiticeiro que tenta passar o mais despercebido possível.
Mas sua tranquilidade vai embora no momento em que é acusado e condenado injustamente pelo assassin...
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Taehyung puxou as rédeas com força e obrigou o cavalo a parar.
O movimento brusco acordou Yeonjun que dormia entre seus braços. Taehyung o segurou para que não caísse e observou o cenário à sua frente.
Diante de seus olhos, o inferno se estendia por quilômetros de distância: casas completamente destruídas, centenas de corpos espalhados pelas ruas, choro e desespero por todos os lados…
— É a terceira cidade seguida. — Yeji parou com Calips ao seu lado.
Taehyung cerrou os punhos com força e sentiu a raiva arder em suas veias. Jeon Jeongguk estava cumprindo sua promessa de reduzir o reino inteiro a cinzas no sentido mais literal possível.
O cheiro forte de fumaça ainda pairava no ar e se misturava com o cheiro de sangue e dos corpos em decomposição. Yeji cobriu o nariz, incomodada. Conforme seus poderes evoluiam, seus sentidos andavam muito mais sensíveis. Taehyung tirou um lenço do bolso e estendeu para ela, em seguida bateu as rédeas do cavalo e o fez andar outra vez.
Ao avistá-lo, os sobreviventes do massacre fugiram, temendo um novo ataque vindo do rei. Os poucos que ficaram para trás caíram de joelhos e se curvaram de maneira exagerada. Taehyung os ignorou e guiou o cavalo pelas ruas enquanto tentava evitar as pilhas e mais pilhas de corpos.
— Olha, senhor rei!— Yeonjun apontou para o lado. — Aquele ali teve a cabeça arrancada.
Por um segundo Taehyung se perguntou no que estava transformando aquele adorável garotinho, mas se deu conta de que não era nada muito diferente do que seu pai tinha lhe transformado.
Assim que virou na próxima rua, Taehyung percebeu o ataque antes mesmo de acontecer, mas sua única reação foi proteger o rosto de Yeonjun. A flecha se fincou em seu braço e rasgou seu casaco favorito. Taehyung deixou um suspiro cansado escapar e voltou seus olhos para o soldado a vários metros de distância, cujo arco ainda estava erguido no ar. Provavelmente era um dos poucos sobreviventes do ataque e ainda assim estava ali, mirando um ataque covarde em uma criança.
Ao perceber que tinha falhado, o homem virou e correu, mas não foi muito longe. Em um piscar de olhos o gelo tomou conta de suas pernas e o jogou no chão. Yeji manteve as mãos erguidas, com flocos de neve flutuando ao redor de seus dedos. O clima esfriou em questão de segundos.
O soldado gritou por socorro e se debateu, mas ninguém se atreveu a vir em seu resgate. O gelo subiu mais um pouco, alcançou sua cintura e imobilizou metade de seu corpo.
— Mate. — Taehyung viu a hesitação surgir nos olhos da garota. — Ele tentou matar seu irmão.
Isso foi o suficiente para convencê-la. Com um simples movimento de mãos, o gelo que envolvia o corpo do soldado se transformou em uma lança afiada e perfurou seu coração. Uma morte rápida e limpa, bem diferente de como Taehyung gostava, mas valia mesmo assim.
