Capítulo 13 - Penélope (2003) - pt 2

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"We gather here, we line up

Weepin' in a sunlit room, and

If I'm on fire, you'll be made of ashes too"

Quando Penélope finalmente encontrou Marcos, Mimi estava o encurralando contra o balcão da cozinha.

Mimi parecia bêbada. Todos eles pareciam, mesmo que Penélope tivesse ficado apenas meia hora no banheiro. Ela se perguntou se Iago tinha dado alguma coisa para eles antes de ir até ela.

Mas o foco de Penélope não eram as pessoas, e sim seu namorado que tentava se esquivar de Mimi, parecendo aliviado quando lhe viu atravessar a cozinha.

Ela empurrou Mimi para o lado com o corpo para abraçar Marcos, sem gentileza. Jogou os bracos ao redor dele, feliz quando ele segurou sua cintura. Mas Mimi estava muito mais bêbada do que ela tinha imaginado, porque caiu no chão com um gritinho que atraiu olhares e risadas.

- Ah, Mimi, mil desculpas - fez uma voz de pena, mesmo que achasse que ela merecia muito mais por estar ali dando em cima de Marcos - Foi sem querer, eu só fico tão cega quando vejo o meu namorado. É melhor você trocar de roupa antes dos parabéns.

Mimi tinha o rosto borrado e o vestido molhado, tendo caído em cima de um copo que estava no chão. Penélope podia jurar que ela ia começar a chorar ali mesmo, sob os olhares de todos. Ela se levantou com os lábios tremendo, saindo dali sem falar com ninguém.

- Isso absolutamente não foi sem querer - mas Penélope podia ouvir a risada baixa na voz dele.

Eles se olharam por um momento, e Penélope sentiu seu rosto corar de vergonha por tudo que sua mãe tinha falado.

- Desculpa... - ela não estava falando de estragar a roupa da aniversariante.

Marcos sorriu, mesmo que ainda parecesse um pouco triste. Ela odiava lhe ver triste. Ficou mais tranquila quando ele lhe puxou para um abraço apertado, o rosto escondido no seu pescoço. Naquele momento Penélope não ligava para os olhares ou para os comentários. A música estava alta e flashes pipocavam de todos os lados, mas ela se contentou em ficar ali nos braços dele.

- Tá tudo bem, amor - ele sussurrou no seu ouvido - De verdade. Me desculpa por ter sumido.

- Vai se foder. Você não tem que pedir desculpas quando não fez nada de errado - resmungou contra o seu pescoço e o corpo dele vibrou com uma risada.

As vozes deles estavam baixas, e Penélope ficou feliz que ninguém pudesse entender o que diziam ou o contexto da conversa.

Ela se afastou apenas o suficiente para olhar o seu rosto.

- O que ela disse não é verdade. Eu sei que não. Eu confio completamente em você. Ela ficou meio doida depois que o Rodrigo nasceu, por isso fica falando besteira.

Marcos não respondeu, mas ela podia ver a sombra de um sorriso nos seus olhos.

- Eu te amo.

- Eu também te amo.

Eles se abraçaram novamente, e Penélope fechou os olhos e aproveitou o momento. A música estava horrível e as pessoas gritavam, mas ela se deixou ficar naquela bolha de calmaria por mais um momento.

Marcos a beijou, e foi tão bom quanto sempre era. As vezes ela se perguntava se aquela magia ia desaparecer em algum momento, se as borboletas no seu estômago iam morrer algum dia. Mas quando ele apertou sua cintura, lhe puxando mais para perto, ela pensou que talvez elas fossem eternas.

- Vamos sair daqui - sussurrou contra a sua boca.

Marcos riu, se afastando ela. Ele não parecia mais chateado, um brilho divertido nos seus olhos.

Fúria (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora