Before I learned civility
I used to scream ferociously
Penélope avisou Franco que eles precisavam dar um fim em Iago e não deixar que nada daquilo caísse sobre Marcos antes de qualquer coisa. Se antes Iago tinha lhe questionado sobre estar ali morando com aquela família, então depois daquilo ele teve certeza que sua presença na família de Marcos não era apenas uma caridade, um estender de mãos entre amigos.
Mas Franco era Franco, o que significava que ele não se importava realmente com aquilo. Ele tinha passado a vida inteira à sombra do irmão, sendo o caçula irresponsável e imprudente, que não se importava realmente com o que acontecia ao seu redor. Não se importava nem mesmo em ver Penélope com outros quando estavam juntos, achando tudo divertido e indolor."C'est la vie", ele costumava dizer sobre o que quer que acontecesse com a mesma postura cafajeste que sempre tinha tido, e Penélope sabia que a nova postura determinada dele não duraria muito, por mais que ele clamasse que faria de tudo pela filha que tinha perdido. Ela não se importava, porque não precisava que durasse muito, queria apenas que durasse o suficiente.
- Quando nós nos casarmos, vamos ter vários filhos. Tantos que Mia não vai fazer falta - disse, acariciando a barriga de Penélope. - Todos tão bonitos quanto nós dois. Ela era bonita?
Penélope respirou fundo, escondendo a raiva. Sua voz estava plana quando ela respondeu:
- Sim. Olhos azuis, cabelos pretos.
- Como nós dois - riu, se levantando - Bem, os próximos também serão. Não tem como variar muito, não é?
Ela se levantou, caminhando até a varanda. O sol estava forte, e mesmo assim ela sentia frio. Estavam em um hotel, após uma noite intensa tentando resolver tudo, e Penélope não conseguia tirar Marcos da cabeça. Se perguntava e Giovanna estava bem, também, se estava no hospital com ele. Tinha mandado Caim obter notícias, mas ele ainda não tinha voltado.
O corpo de Iago não seria encontrado, os carros que tinham usado já tinha desaparecido, as roupas tinham sido incineradas, não existia nada que pudesse ligar nenhum deles ao incidente, que era como Franco estava se referindo a morte de Iago. Ainda assim, a mente de Penélope ficava voltando sempre ao mesmo tópico. E se alguém falasse alguma coisa? E se a culpa recaísse em Marcos de novo? E se ele e Giovanna nunca mais lhe perdoassem?
Penélope tinha contratado um advogado muito bom para que ficasse de sobreaviso, só por vier das dúvidas, e Franco pagou uma quantidade exorbitante de dinheiro para os policiais que estavam cuidando do caso. Mesmo quando as pessoas percebessem que Iago tinha sumido, não era possível confirmar sua morte sem um corpo e sem a arma do crime. Só para ter certeza, ela tinha feito denúncias anônimas aos principais jornais da cidade com a breve história de crime do filho do pastor, indicando a sua casa, seu histórico adolescente e os crimes que ela conhecia. Logo todo o drama explodiria nas mídias, e ninguém se importaria em investigar um assalto violento com um escândalo muito mais interessante em mãos.
Ela não sentia muito pela morte dele. Não pensava na sua família, e não acreditava que alguém fosse chorar a sua morte. Mesmo que houvesse alguém, ela tinha feito o que fez para salvar Marcos, e faria de novo quantas vezes fosse preciso. Ela faria qualquer coisa para o bem de Marcos.
- Foi nunca foi muito paternal - disse para Franco. - Por que ficou tão comovido em saber que teve uma filha?
Ele sorriu, dando de ombros antes de atravessar o apartamento e se servir com uma taça de vinho.
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Fúria (FINALIZADA)
Genç Kız EdebiyatıPenélope e Marcos se conheceram ainda adolescentes, quando ela se mudou para o apartamento ao lado. Perdidamente apaixonados, nem todos os problemas financeiros, emocionais e familiares conseguiram afastá-los, até que quatro anos depois ela subitame...