3. Clube de Teatro

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Já faziam 3 dias desde que havia passado no teste para líderes de torcida. As coisas em casa não estavam boas entre meus pais. Minha mãe sempre exigia mais do meu pai e meu pai sempre muito ausente por longas horas. 

Isso me fazia pensar em coisas terríveis sobre os dois, como "o que minha mãe faz nas tantas horas que não passa em casa?" ou "o que tanto meu pai faz no trabalho que não pode ter tempo pra mim e Josh?" 

Sobre Josh eu poderia dizer que ele não se importava muito, já que nunca falou sobre isso comigo, e tínhamos um acordo de falarmos tudo um pro outro. Ele era o único que sabia sobre meus sentimentos sobre Nate. Bom, agora Casey sabe, mas ele era o único pra quem eu tinha coragem de falar sobre isso. 

Falando em Nate, ele já mandou umas 38 mensagens querendo saber sobre tudo o que tem rolado por aqui. É exaustivo falar com ele, quando passo os 40 minutos de ligação com ele dizendo o quanto sente minha falta, me pedindo nudes ou dizendo que vai marcar pra vir me ver. 

Nate é um cara bom, mas não o cara para mim. 

Eu nem sei se quero um cara. Eu nem sei se vou morrer sozinha. Às vezes penso sobre isso, sobre ser nada sociável, apesar de ser uma líder de torcida, mas não é bem o que eu queria na verdade. 

Hoje, vou com Casey no clube de teatro, mas ela me fez prometer não contar nada a ninguém. Eu queria descobrir o por quê, mas ela disse que me explicaria depois. 

Estar com Casey tem aliviado as dores do dia-a-dia, tenho contado sobre minha vida e família pra alguém que não é o meu irmão, e que não vai me julgar. Hayley tem sido uma boa companhia também, exceto quando se estressa no treino. 

"Ei!" - Casey batia com o ombro no meu no corredor da escola. 

- Ei, chegou cedo hoje! Motivo especial? - Eu perguntava dando meu melhor sorriso de hoje. 

- Bem, sim, mas você prometeu não contar ok? É uma regra nossa..." - eu a olhei confusa por cima dos ombros. 

- Ok, mas eu não entendo, de qualquer forma Gardner, seu segredo está guardado comigo! - eu relembrava a ela do nosso combinado. 

Percebi Casey um tanto ansiosa por algo. 

- O que você tem? - perguntei inquieta. 

Casey segurou meu pulso e me puxou pra uma sala vazia. Eu não entendia bem aquilo. 

- Eu não sei como dizer isso, mas ontem eu terminei de ler algo, e bem, como você disse que curte, resolvi te emprestar, ou te dar, caso goste o suficiente pra não querer me devolver - eu a olhava nos olhos. 

A sala ao redor era uma espécie de laboratório, bem clara, com janelas grandes e o sol refletia nas paredes. O quadro estava com algumas anotações, o que significava que tinha aula ali, e estávamos a um pé de sermos pegas, pois o sinal logo tocaria. 

Casey tirou de sua mochila da Adidas preta, com alguns broches de Stranger Things, My Chemical Romance e talvez a logo do Utah Jazz, se não me falha a memória, um livro, sua capa camuflada dizia "Como alcançar o sucesso" mas eu pude perceber que não era desse livro que se tratava, já que a capa fake estava mal colocada. Abaixo da capa o livro era Orgulho e Preconceito, famoso romance da autora Jane Austen. 

Fiquei surpresa, mas recebi. A encarei por uns instantes e logo ouvi o sinal tocar. Casey saiu rapidamente sem dar mais explicações. 

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Na aula de História Mundial, eu estava pouco prestando atenção mas me mantive concentrada para não cochilar, quando meu celular no bolso do moletom vibrou. Quando o peguei de forma que o professor a frente não visse, havia uma mensagem de Casey avisando que depois da segunda aula iríamos no Clube de Teatro para que eu não esquecesse. 

Até te encontrar - CAZZIE STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora