8. Praça do Templo

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Era difícil saber o que estava acontecendo com a minha vida. Desde que conheci Casey, parecia que tudo estava mudando, não só ao meu redor, mas dentro de mim. Sentia coisas novas, intensas, e ao mesmo tempo, assustadoras. Estávamos as duas sentadas em um banco no parque próximo a minha casa, com uma conversa que eu sentia que ia para um lado diferente, mas ela insistia em fazer rodeios. Casey parecia nervosa, algo raro nela, e isso só me deixava ainda mais inquieta.

Ela começou dizendo que estava apaixonada. Meu coração disparou, e minha mente se encheu de perguntas. Para mim, ela era perfeita em tantos aspectos, e era óbvio que qualquer pessoa se encantaria por ela. Mas eu não sabia quem era o felizardo, e só de pensar nisso sentia uma pontada de insegurança.

Casey estava inquieta, mexendo nos anéis que usava nos dedos e olhando para o chão como se as palavras estivessem escondidas ali. Eu sabia que ela queria me dizer algo, mas parecia insegura, o que era estranho vindo dela. Ela começou, de forma hesitante, quase como se falasse sozinha.

— Sabe... tem uma pessoa que... — Casey começou, pausando e revirando os olhos como se a frase não estivesse saindo do jeito que ela queria. — Uma pessoa que faz eu me sentir... diferente.

Meu coração bateu mais forte. E se ela estivesse falando de alguém especial? E se não fosse eu? Eu tinha me convencido de que éramos só amigas, mas a ideia de que ela poderia estar apaixonada por outra pessoa me deixava com um aperto no peito.

Casey continuou, ainda enrolando, o que só aumentava minha ansiedade.

— E... não sei, é como se toda vez que eu estivesse perto dela, eu me sentisse mais eu mesma, entende? — Ela desviou o olhar, uma pontinha de vergonha misturada a um sorriso nervoso.

Não sabia ao certo o que pensar. Eu me perguntei por que isso estava me afetando tanto, e antes que eu conseguisse processar o que estava acontecendo, as palavras escaparam da minha boca:

— Casey... eu terminei com o Nate — falei de repente, sem realmente ter planejado dizer isso agora. Eu apenas queria cortar aquele silêncio e deixar que ela soubesse.

Casey ficou em silêncio, me olhando, com uma expressão de surpresa. Ela não perguntou "por quê" imediatamente, apenas aguardou, como se soubesse que tinha mais coisa por trás disso.

Então, respirei fundo e continuei:

— É que... eu estou confusa com os meus sentimentos. E percebi que, com ele, eu não conseguia ser quem eu realmente sou. Achei que eu sabia o que queria, mas agora... — Dei uma risadinha nervosa, tentando manter a compostura. — Agora, já não sei mais de nada.

Casey me olhou por um momento, e eu percebi que ela também estava processando minhas palavras. Sua expressão era suave, e seus olhos tinham uma ternura que eu nunca havia percebido antes.

— Então, você entende... como é estar confusa? — ela perguntou, quase como se fosse uma pergunta retórica, mas também como se estivesse buscando minha confirmação. — Porque, honestamente, acho que nunca estive tão confusa também.

Ela parecia se perder em pensamentos por um momento, e eu não tinha certeza se deveria perguntar mais. Senti a insegurança voltar, como se eu estivesse pisando num terreno incerto.

— Eu entendo... — respondi, tentando manter minha voz firme. — Essa coisa de... estar confusa com os próprios sentimentos é horrível.

— E se você soubesse que uma pessoa talvez esteja sentindo o mesmo? — Casey murmurou, quase como se estivesse pensando alto, ainda sem dizer quem era. Seus olhos encontraram os meus por um instante, e eu senti uma pontada de esperança e nervosismo ao mesmo tempo.

Até te encontrar - CAZZIE STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora