1 - O teste

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- Ei! - eu apenas ouvia a voz entrando pelo cômodo vazio que deveria ser meu quarto, mas que ainda não parecia com um devido a falta de móveis, que estavam chegando aos poucos junto com o resto da mudança. Quando olhei pra cima, era meu pai, em seu terno e gravata. Havia chegado de seu 1º dia na nova sede da empresa que ele agora dirigia. 

_ Ei! - Respondi sem muita empolgação na voz. Era claro para todos que eu não havia gostado nada dessa mudança repentina. 

- Sua mãe disse que você foi a escola hoje... Como foi lá? Conheceu alguém? O time? - Ele perguntou se aproximando do chão, que era onde eu estava deitada numa espécie de colchão só que 100x mais duro. 

- É foi... legal! Quer dizer, não conheci ninguém exatamente, e não tinha treino hoje, então... Nada de time - Respondi. Não queria que meu pai percebesse minha frustração por ter me mudado por... sua culpa, eu não sou uma criança que faz birra. Entendia perfeitamente o que isso queria dizer pra nossa família, e como devíamos apoiá-lo. Ele deveria ter recebido essa oportunidade há pelo menos 7 anos atrás, mas só agora foi reconhecido todo o seu mérito. Não queria que ele achasse que tudo pelo qual sonhou estava arruinado. 

- Izz, você sabe o quanto é importante pra nós tudo isso. É uma grande oportunidade de crescermos - Ele completava me olhando nos olhos e tirando uns fios de cabelo do meu rosto. 

- Pai, eu... entendo, não se preocupe! Estou me adaptando, eu prometo! - Eu respondi diretamente olhando em seus olhos. 

- Ótimo! Sua mãe avisou que o jantar está pronto, você vem? - Ele dizia se levantando. 

- Desço em um instante! Vou mandar uma mensagem a Nate - respondi balançando meu celular. 

- Mande um abraço meu pra ele, diga que ele é bem-vindo pra conhecer nossa nova casa, e... bem, temos quartos sobrando pra alojá-lo. Se você me entende bem... - Meu pai gostava de Nate, apesar de ter sido um processo difícil no início. 

Somos só eu e Josh, e ele não estava acostumado com Josh levar namoradas pra casa, até por que, Josh sempre foi mais reservado, mas era meu melhor amigo, desde que nasci, era o único com quem eu podia contar. E quando chegou Nate, bem... ele se enfureceu, enfureceu meu pai com a ideia de Nate estar "roubando" a menininha indefesa deles. Homens... eu me canso com eles. 

De qualquer forma, as coisas entre os três se acalmaram. Josh entendeu que não perderia seu lugar de melhor irmão e melhor amigo do mundo, e meu pai entendeu que... não deixaria de ser meu pai, mas foi dificil. 

Eu amava meu pai, mas não podia negar que o fato de não ter confiado em mim, e me deixado ficar em Connecticut com minha avó, havia me chateado. Eu deixei muito pra trás, e Nate estava entre as principais coisas. 

Eu o conheci quando ainda éramos crianças. Nate sempre teve uma leve queda por mim, éramos inseparáveis, mas eu não correspondia o que ele sentia. Claro que, eu gostava dele, ele era atencioso, responsável, mas... não era a mesma coisa pra mim, ele era meu amigo. Às vezes ele era a minha única companhia, já que Josh passava o dia todo na escola. No dia que ele se declarou, ele estava desaparecido por 3 ou 4 dias, não me telefonava de volta, ou atendia quando eu ia até sua casa, mesmo eu sabendo que ele estava lá. 

Eu não soube o que fazer no início, mas depois fui me deixando levar pela sentimento, mas sempre com a certeza de que nunca o quis da forma que ele me queria. Eu nunca soube como dizer isso a ele, e cá estamos nós 4 anos depois. Ainda juntos, e eu ainda sem saber como dizer a ele, que talvez tenhamos confundido as coisas. 

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O dia estava ensolarado em Salt Lake, o que era raro, East High estava cheia, vários e vários alunos chegando. eu precisava conhecer todo o campus, queria descobrir onde ficava a sala de artes, e chegar a tempo do treino de hoje. 

Até te encontrar - CAZZIE STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora