Traços Do Destino

Capítulo 15

O nascer da aurora iniciava um novo dia, repleto de novas emoções e experiências, mas neste dia em questão Damon se via desamparado em seus sentimentos, desesperançoso ele tentava lidar com a breve notícia que receberá, nem fora uma notícia e sim um boato que rondou rapidamente a instituição, ele presumiu que não passava de um mal entendido até presenciar com os próprios olhos, mesmo sabendo que não teve culpa ainda não conseguia provar, por tanto sabia que não merecia o benefício da dúvida, sua fama o perseguia e não era a das melhores, mas não imaginava que seria isso que estragaria sua vida.

Damon acordou já pensando em tudo que presenciou na madrugada através do colar, ele tentava esquecer mas sua mente era um turbilhão, ao mesmo tempo que pensava na conspiração que acontecia na frente de todos e ninguém percebia, pensava em como a sua "namorada" estava se mostrando, ele desconhecia suas capacidades, percebendo que ela certamente não era a doce e gentil que aparentava, era uma egoísta e gananciosa que faria de tudo para alcançar seus objetivos, essas ervas daninhas deveriam ser cortadas pela raiz em sua concepção, mas parou de pensar em Loren pois não queria que ela tomasse sua sanidade ao gastar seus pensamentos com alguém que não valesse a pena. Damon se ajeitou com seu terno como fazia todos os dias após o banho matinal, se preparando em fim para o café como de costume, e seguiu para a sala de jantar.

A sala estava cheia, haviam muitos alunos mas seus olhos não pareciam encontrar o que procuravam, não estava ali, no entanto sua atenção fora chamada ao reconhecer alguns dos alunos da reunião, e embora todos estivessem longe um do outro Damon buscava encontrar alguma reação corporal, qualquer pista, mas assim como todos sua atenção fora tomada por um cheiro de lírio, era doce, amadeirado e sofisticado, não demorou para que a dona do cheiro chegasse, a ruiva entrava com delicadeza e desta vez se sentara na mesa da alta classe, mas permanecerá em silêncio por todo o período do café.

Damon por outro lado passou esse período buscando se controlar, a proximidade parecia tentadora, seus pensamentos se faziam distantes diante da notória presença feminina, ouvir seus batimentos eram de dar água na boca e só pelo cheiro podia imaginar a maciez de sua pele. Quando finalizou o café Damon fora o primeiro a se levantar e buscar sair rapidamente, no entanto ao se virar para fechar a porta ele percebeu que um olhar o observava, ironicamente o de Rose, o fazendo ficar um pouco confuso, mas seguiu para sua sala sem pensar nisso, e começou a lecionar buscando não pensar de mais em tudo o que estava acontecendo.

A aula finalizou e ele saiu tão rapidamente que Loren nem teve a chance de aborda-lo, o moreno desapareceu em meio aos corredores a qual ele andava sem rumo, até perceber que seguia uma doce melodia, ela trazia consigo melancolia e intensidade, e a cada momento em que a proximidade se fazia maior um cheiro se tornava notório, não seria difícil associar o ser que encontraria, a certeza veio rapidamente ao poder ver da porta a jovem ruiva sentada dedilhando delicadamente o piano. Damon se perdeu na melodia e no ato de observar a jovem, tornava menor a distância a cada paço, estando bem atrás dela acabou por chamar sua atenção que imediatamente parou a música com a surpresa, se levantou rapidamente e se virou, encarando o moreno.

───O que faz aqui professor?

───Por que me chama assim?

───Por que você é meu professor...

───Não me chame assim───Damon falou com voz fria e autoritária, mas no fundo estada incomodado com a formalidade.

───O que faz aqui senhor?

───Estava apenas andando pela escola, sua música me chamou a atenção.

───É inapropriado que uma aluna fique a sós com um professor, devo me retirar...