XXXIII - Marca Negra

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Carmen os olhou mortos, por um segundo paralisada, mas depois desabou em lágrimas, afinal de contas, era a primeira vez que ela matava alguém, não podia acreditar que havia feito aquilo. O ódio e a raiva que sentia, se esvaíram de seu corpo. Agora só lhe restava o pavor por ter tirado a vida de alguém, de pessoas das quais ela amou por muitos e muitos anos de sua vida. Ali, qualquer máscara que ela vestiu, se caiu. Ela não precisava fingir estar bem, por isso desabou em lágrimas, chorou desesperada.

- Eu matei - soluçou - eu matei meus pais.

Carmen não limpou os corpos, como realmente queria fazer, pois precisava passar uma imagem fria a Voldemort e a todos os outros Comensais. Ela se levantou, enxugou as lágrimas, beijou os rostos do casal ali morto.

- Me perdoem. Eu ainda amo vocês, mesmo que vocês não me amassem, como deixaram claro hoje.

Ela havia levado uma mochila vazia, com feitiço de extensão, para guardar os corpos. Ela os colocou com cuidado na mochila, ainda chorando por os ter matado, foi nos vizinhos e mudou a memória deles, como se Elisabeth e Luigi Bianche tivessem se mudado para a Itália, escreveu uma carta para o dono do apartamento, dizendo que ele poderia o alugar e retirou pertences pessoais do casal, os guardando em uma pequena bolsinha, também com feitiço de extensão, que ela havia levado além da mochila.

Saiu ela com os corpos, suja de sangue, sem se importar com o que as pessoas achariam, principalmente porque o caminho que ela tomou, não haveriam pessoas, apenas animais. Carmen atravessou a rua detrás do prédio, que levava a uma floresta, passando por ela para ir até Voldemort. Andou por meia hora, até seu choro se esgotar, colocou de volta a máscara de quem não se importava com a morte dos dois e aparatou para apenas dez metros de distância do esconderijo do Lord. Lá, ela retirou os corpos da mochila, os levitou e foi para dentro da casa, largando sua mochila no chão, na porta de entrada.

Lucius a esperava impaciente, perguntando preocupado se o sangue nela, era dela. Carmen negou, deu um beijo em seus lábios, viu seu pai pouco atrás, sorrindo para ele e subiu com os corpos, batendo na porta antes de entrar. Voldemort estava sentado e sorriu quando viu o rosto frio e impassível de Carmen e os corpos mortos, levitando ao seu lado.

- Voltou rápido! Traga os corpos e me deixe ver seu trabalho. - Carmen deixou os corpos em cima da mesa, enquanto Voldemort os rondou, olhando detalhadamente os ferimentos e cortes - Deixou que eles lutassem?

- Queria me divertir, meu Lord. Não teria graça se eu só os tivesse matado.

- Ótimo. Seu trabalho foi bem feito, os cortes são precisos e gostei do pulso quebrado dessa aqui. Foram mortos como os vermes miseráveis que são. - Ele se aproximou de Carmen, olhando em seus olhos - Me dê seu braço esquerdo.

Carmen o estendeu, Voldemort puxou a manga do vestido para cima e apontou sua varinha. A imagem de uma serpente saindo de uma caveira logo apareceu no antebraço de Carmen, que a olhava vidrada. Voldemort largou o braço da jovem, dizendo que muito em breve lhe daria tarefas a cumprir. Carmen sorriu, esbanjando felicidade e saiu de lá alegre. Quando encontrou Lucius, se lançou aos braços dele e o beijou, dizendo que se sentia honrada em agora ser uma Comensal.

De volta a mansão, Rodolpho e Rebastan foram com o casal. Rebastan porque queria aproveitar os dias livres com a filha, Rodolpho porque queria conseguir um beijo de Mattheo. Carmen achava divertido o seu tio estar apaixonado por seu primo, principalmente por ele ser casado com a mãe do garoto.

Carmen passou mais aquela noite no quarto de Lucius. Quando o loiro a viu chorar, a abraçou, dizendo que não precisava esconder dele ou de Rebastan as suas dores. Ele entendia que de alguma forma, Luigi e Elisabeth ainda possuiam um lugar no coração de Carmen. Naquela noite não ouve sexo, mas ouve tanto amor quanto possível. Lucius era como um homem literário escrito por mulheres. Ele a tratava como uma rainha, era cavalheiro, amoroso, atencioso. Não era ciumento, mas sim apaixonado. Ele a amava, e demonstrava isso em atitudes e palavras. Mas na hora que deveria ser bruto ou violento, ele era.

Oblivion - Draco vs Lucius MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora