XI - Sala Precisa

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Carmen estava saindo de sua aula particular. Estava de cabelos presos e um tanto quanto animada. Passou horas e horas com o professor Moody, não só por causa das aulas, mas também em conversas. Estar junto dele a animava. Carmen costumava imaginar que o bruxo era seu pai, ou que algum bruxo viria e diria a ela que sua família não era aquela da qual ela pertencia. O sonho de Carmen era esse: pertencer a uma família onde ela não fosse a única bruxa, ou ao menos, uma onde fosse aceita.

Ela andava pelos corredores com um sorriso alegre no rosto, pensando nas conversas estranhamente divertidas que teve com seu professor. No entanto, agora ela queria olhar o horizonte, queria estar em um espaço aberto e observar o céu. Sempre que Carmen se sentia, de alguma forma, presa a esse mundo, com um desejo intenso por sair dele, ela buscava olhar o céu. Então a menina rumou para a Torre de Astronomia. Era um domingo, Carmen usava uma calça e um cropped, com seus cabelos presos em um coque e a varinha presa em sua bota de salto plataforma.

Ela subiu para a Torre, sem pressa alguma, visando em apenas desfrutar da paz que sentia naquele momento. Era raro Carmen estar em paz consigo mesma, sua mente era sempre um turbilhão, uma guerra constante. Mas naquele momento, tudo parecia como um lago de águas rasas, calmas e cristalinas. Tudo parecia bem, ela se sentia assim, mas quando chegou a entrada da Torre, ouviu um som de choro, um choro desesperado, de um garoto. Carmen retirou seus sapatos, para não fazer barulho e caminhou o mais silenciosamente possível, vendo que o garoto aos prantos, era Draco.

- Malfoy? - Ela disse, se aproximando dele.

- Some daqui! - Falou ele, limpando as lágrimas e olhando furioso para ela.

- Malfoy... Não vou "sumir" daqui coisa nenhuma. - Então ela se ajoelhou, do lado dele. - Deixa de ser idiota garoto! Andamos com as mesmas pessoas, fazemos as mesmas merdas, só deixe de ser idiota e me diga como posso te ajudar!

- Ajudar? Me mate então, estará fazendo um favor a mim, e muito provavelmente ao meu pai.

Carmen olhou nos olhos dele e se viu neles, abraçando Draco como se ele pudesse lhe escapar, o apertando em seus braços e acariciando seus cabelos loiros que ela notou serem extremamente macios. Draco retornou a desabar em lágrimas, não sabia mais o que fazer, não quis afastar Carmen, apenas sentia que ela seria a única capaz de o ajudar. E como ele chorou! Chorou tanto que a blusa de Carmen ficou encharcada na região de seu colo. Eles ficaram abraçados, com Draco com a cabeça repousada no peito de Carmen, apenas chorando, por mais de uma hora, sem nada dizer um ao outro. Aos poucos, Draco foi se acalmando, enquanto Carmen cantava baixinho uma música para ele. E como aquilo havia ajudado! Mesmo que Carmen nada tenha dito a ele, além de um "está tudo bem", ele nunca havia encontrado alguém que o desse tamanho consolo, como ela deu.

Ele por fim, se afastou um pouco dela, que estava de olhos úmidos, mas lhe deu um sorriso. Draco tocou o rosto de Carmen, o acariciando, dizendo a ela um "muito obrigado", com seus olhos viajando dos lábios pintados de um batom rosa, para os olhos azuis da menina. Tudo parecia bem claro em sua mente naquele momento, ele a queria para si, estava apaixonado por ela como nunca imaginou estar por alguém, sentia então, que precisava de beija-la, que ficaria doente, se isso não acontecesse, que passaria o pior de seus dias, se saíssem de lá e ele não a tocasse com seus lábios.

Draco não a beijou de uma forma romântica, por assim dizer. Ele simplesmente puxou o rosto da moça para si, batendo os lábios contra os dela sem pensar. O choque para Carmen foi como se jogassem gasolina no fogo. Ela correspondeu o beijo com intensidade, se sentando no colo de Draco, puxando os fios loiros do rapaz, que nem esperou, já logo deu-lhe um tapa na bunda e a apertava, assim como os seios da garota. Ambos estavam esperando por aquilo, como se sempre tivessem desejado aquele beijo.

Oblivion - Draco vs Lucius MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora