AVERSÃO (sob a minha versão)

Antiga alma

Que nesse mesmo dia, eu seja um pouco mais eu, aquela versão despedaçada e um pouco mais frágil, algo morto, já não faz mais sentido. Mesmo que eu desprendesse milhares de pedaços, algo sempre será só meu e de mais ninguém.
Aprendemos como a saudade nos quebra, o apego mais ainda, quando a vontade de chorar fala cada vez mais alto e cada vez mais lentamente. Se pudesse te dizer, minha querida, nunca mais volte.
O azar de ser um objeto sexual, incapaz de saciar os prazeres de um garoto, mas talvez você seja, é assim que acontece quando não funciona.
Superficial é o desejo carnal, no qual me penderam por tanto tempo, me fazendo incapaz de sentir a minha essência.
Essa sou eu, se eu tivesse medo em dizer, talvez não teria arrumado tanta confusão, o que seria de mim, se não a mais pura sinceridade? Versões e aversões contadas por milhares de eus.
Que minha distopia tenha ido embora, naquele antigo mundo, onde minha frágil e falsa felicidade deixou-se. Em algum momento como esse, talvez estivesse em um lugar do outro plano.
Quanto você tem se doado por algo que só te faz infeliz? Por falsas felicidades momentâneas vindas de pequenas palavras fáceis de dizer? Você poderia ter um pouco mais de cuidado com quem divide seu tudo?
Vento que leva as folhas das árvores, que balança meus cabelos, poderia também levar essa angústia por um pequeno curto tempo?
Não importava como me amava, eu só precisava sentir de novo como era aquele toque, mas cada vez que ele vinha, um pedacinho de mim também ia, quem eu poderia culpar, se não a mim mesma por permitir tamanha falta de amor?
Meu peito apertava, noites pesadas e que não acabava, a tristeza no respirar, de alguém que só queria amar.
Amante, artista e poeta. Descobri a mais bela fatalidade, razão obsoleta.