SEM DIREÇÃO

13. Ataque

28 de novembro de 2038, 10h29, Nave Gênesis - Localização Não Identificada – Viagem a Marte Dia 11 (2 horas antes do primeiro ataque)

Estávamos escondidos na Dyna da Leagh, passamos a noite aqui, enquanto Jacob checava que estávamos seguros em todo o tempo. Era estranho estar aqui com todos eles. Noah estava se distraindo concertando alguma coisa, Emma preparava nosso desjejum e eu estava revisando relatórios de pacientes que havia atendido antes de toda essa bagunça começar. E Leagh, por fim, digitava freneticamente no seu notebook. Após aquele dia na festa, eu não a vi mais. Acho que não tínhamos interesse suficiente para mantermos contato, mas, ontem foi preciso. Num bate papo rápido, ontem a noite, relembrei-a o dia da festa em que eu descobri que ela e o Jacob já haviam namorado. Ela se desculpou e comentou sobre que estava brincando. Eu decidi perdoá-la e dar uma segunda chance, já que pressuponho que passarei mais tempo convivendo com ela.

Enquanto todos estavam ocupados, Jacob me manda uma mensagem que faz meu coração gelar.

Tenho novidades. Péssimas novidades. Estou descendo...

Noah percebe meu semblante preocupado e decide intervir.

– Celeste...? Tudo bem? – sua pergunta faz todos se direcionarem para mim.

– Tá... Jacob está vindo trazer notícias. – todos se entreolham, preocupados como eu.

– Acontecendo alguma coisa ou não, aqui vocês estão seguros. – Leagh fecha seu notebook e nos assegura. Segundos depois, um pedido de permissão para entrar na Dyna é solicitada. Ele chegou. Bem rápido. Leagh libera a passagem para Jacob entrar.

– Bom dia, galera. Na verdade, não tão bom assim.... O General Wesley comentou que... Alguém pode me dar um copo d'agua? Eu vim correndo...

– JACOB! – me irrito pela interrupção dele na hora errada. Pego uma garrafa que está próximo a mim e o entrego. Ele se senta no sofá e ingere o liquido do recipiente, todos estão curiosos para saber o que ele vai dizer.

– Enfim... O General comentou que sabe que vocês sumiram... Ele me perguntou se sabia onde estava mas, fingi surpreso e também não saber que você havia sido presa e que estaria a sua procura. – Jacob aponta pra mim.

– Mas ele não vai descobrir que a gente tá aqui, né?

– Não tão cedo. Mas estão procurando vocês por todo lugar. É bem provável que os encontrem rápido.

– E o que a gente faz então? Brinca de pique-esconde? Cara, a gente precisa alertar as pessoas do que está acontecendo! – Noah entra na conversa. Seu semblante estava alterado, mas ao mesmo tempo, passivo.

– Calma Noah! Vamos dar um jeito de fazer isso antes de nos acharem.

O bracelete do Jacob toca um alarme freneticamente, que faz todos se assustarem.

– Acho que aconteceu alguma coisa... Estão me chamando na Sala De Comando.

– Aqui também... Vamos lá ver o que é! – Leagh também desliga o seu.

– Fiquem aqui, vamos checar... – Jacob e Leagh em direção a porta de entrada e ficamos eu, Emma e Noah.

Estávamos aparentemente passivos, mas basta apenas 1 minuto pra tudo mudar. As luzes desligaram. Os geradores ligaram. Luzes vermelhas oscilavam sobre o ambiente em que estávamos. As portas se abrem. Já vi isso acontecer antes. Gritos. Passos. Correria.

– ALERTA, ALERTA! DIRECIONEM-SE TODOS PARA SALA DE COMANDOS! - uma voz real saiu dos dutos de som e logo após a porta de entrada pra Dyna se abre, mostrando um grande tumulto que estava do outro lado.