Presente da Lua ( Boruto)

tédio

Já faz um mês desde que Boruto chegou em Konoha, estava preso do pequeno apartamento ao lado do escritório do Hokage.

Nos primeiros dias ele foi examinado pela Sakura e interrogado, por sorte as únicas coisas que eles conseguiram ver eram as lembranças do Boruto dessa realidade.

" Mas não foi sorte, a marca da lua estava protegendo minha mente."

Depois da reunião, decidiram que enquanto as investigações estivessem em andamento, não era seguro as pessoas ficarem sabendo da volta de Boruto.

Por isso ele foi confinado no apartamento feito para os Hokage descansar.

O foi feito para dar mais conforto ao Hokage, assim ele teria a privacidade para almoçar ou tirar uma soneca em suas pausas, normalmente era pouco usado pelo Naruto.

O apartamento tinha apenas o essencial, um banheiro, local para banho, uma cama de casal confortável, uma mini cozinha e uma sala de descanso.

O Hokage concordou, assim seu filho ficaria perto dele enquanto trabalhava.

Desde que foi obrigado a morar naquele lugar, ele viu Sasuke umas duas vezes, ele sabia que era infantil de sua parte, mas não conseguia evitar de se sentir magoado.

Às vezes ele se sentia muito triste e solitário, sabia que o Uchiha era uma pessoa ocupada e tinha uma família.

Nesses momentos ele não queria ver ninguém, se escondia no único lugar que as pessoas não o incomodavam, o armário onde guardava os edredons.

"Não preciso ser consolado, não sou uma criança de verdade."

Yuki era um coelho preguiçoso, dormia na maior parte do tempo, conseguiu uma casinha adorável de presente da Sakura.

Tinha comida e água da melhor qualidade, e os dias eram tranquilos e agradáveis.

Boruto ficou impressionado como o animal estava confortável com essa situação.

"O pequeno traidor está feliz com a situação" pensou com desgosto.

Naruto se tornou uma presença constante, Boruto estava incomodando, ele não teve um pai que presente, por isso era muito estranho, o Hokage chegava ser grudento.

Esse Naruto era muito diferente do seu antigo pai, ele era muito carinhoso e cuidadoso, parecia não saber o que era espaço pessoal, vivia o tocando, abraçando, pegando no colo, fazendo carinho na cabeça ou segurando sua mão.

Quando não estava com Naruto, estava com o clone da sombra, mas aquele clone era muito suspeito.

Parecia uma personalidade diferente do Hokage, era mais orgulhoso, gostava de atenção e queria que Boruto gostasse dele.

Não demorou muitos dias para que Boruto descobrisse, o que era aquilo, no início ficou apavorado, mas depois de algum tempo ele conseguiu controlar seu medo.

" Aquilo é a Kurama"

Boruto não contou para ninguém que já sabia que a Kurama estava controlando os clones que Naruto deixava como babá.

" Não sei quem é mais grudento, Kurama ou Naruto".

Não poderiam deixá-lo preso para sempre, cada dia que passava deixava o menor mais estressado.

O tédio estava o corroendo, não o deixavam sair para lugar nenhum.

"Vou enlouquecer "

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Boruto estava muito entediado, as únicas pessoas que ele tinha visto nos últimos dias eram Naruto, Shikamaru e Sakura.

Não tinha permissão para sair do apartamento, o único lugar que Naruto o levava de vez em quando era o seu escritório ao lado.

Sakura vinha a cada dois dias para checar que ele estava saudável, eles fizeram uma lista de atividades que ele tinha que fazer durante o dia.

Pelo visto, achavam que ele precisava de estabilidade e segurança, tinha três refeições por dia, dois horários de lanche, hora da soneca e no final do dia hora do banho.

"É como estar numa prisão" pensou Boruto deitado no chão.

- Vamos filhote, não fique assim, o que você acha de brincarmos um pouco? - perguntou Kurama

- Eu não quero.

- Por que não? Você já está horas deitado nesse chão - reclamou o maior - por você está desanimado assim?

Boruto olhou seriamente para a raposa disfarçada de Naruto, queria ficar sozinho, não aguentava mais essa monotonia, mas se segurou.

Ele lutou uma guerra, estava acostumado a viver com a adrenalina a altura, passa cada dia sem saber se vai ter o próximo dia.

Passou por um inferno e morreu.

Não era um bicho de estimação, diferente de Yuki, cada dia era uma tortura.

Não quer ser cuidado.

- Me deixe em paz...

Kurama ficou surpreso com a tonalidade da voz do menor, isso era bem diferente da personalidade do doce e tímida.

Desde que chegaram o pequeno era cordial, às vezes ficava triste, mas nunca o respondia tão friamente.

Quando Kurama tentou conversar, o pequeno o interrompeu.

- Não! Eu não quero conversar, só me deixe em paz! - Gritou Boruto.

Estava cansado e com raiva, não queria ser obrigado a interagir.

Desde que ele foi preso nesse lugar a Hinata não foi visitá-lo nem uma vez, sabia que a sua situação não é normal, se as pessoas descobrirem que ele voltou a vida não seria agradável.

Kurama ficou magoado, não entendia o porquê o filhote estava sendo rude.

Boruto sentia os olhos de Kurama o olhando, isso o estava deixando mais estressado, por isso ele fez a única coisa que ele poderia fazer.

Foi para o único lugar que tinha privacidade, o armário.

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Naruto está em sua casa, não gostava de ficar longe Boruto, mas tinha que conversa com resto de sua família.

Nesse último mês o Uzumaki fez todos os preparativos para que o pequeno pudesse conviver em sociedade.

Ele teve uma longa conversa com Hinata, foi muito difícil para os dois entrarem em um acordo, o Hokage não queria que seu filhote voltasse para mesma casa do acidente.

Mas a Hyuuga argumentou que eles tinham mais dois filhos que precisavam de estabilidade, uma mudança tão repentina poderia prejudicá-los.

Os dois decidiram ter uma conversa com seus dois filhos antes de trazer Boruto de volta para casa.

Não queriam expor Boruto a algo parecido a reunião do um mês passado.

Agora Naruto estava sentado na mesa da cozinha com seus filhos e sua esposa.

Essa não vai ser uma conversa fácil...

Continua...