BigBoy ~ eremin

oportunidade.

tinha se passado uma semana desde o retorno e tudo continuava na mesma, Eren não era de conversar mas calado era um poeta.

enquanto isso, Armin se empenhava pra ter destaque, preferia garantir suas notas na primeira e segunda unidade pra poder relaxar na terceira. estava sozinho na arquibancada resolvendo a tarefa de casa, não era o melhor lugar do mundo mas não podia comer na biblioteca no intervalo

seu forte não era exatas então mordia o lápis com dificuldade.

ー 39. a letra b dá 39. ー Eren, que estava passando por ali com fones de ouvido, apontou pro seu caderno sinalizando.

ー e-eu já sabia. obrigado. ー Armin escreveu a resposta na folha e o moreno soltou um riso discreto, abrindo uma barra de chocolate, se sentando perto de uma das árvores do pátio. o loiro encarou o mais velho por alguns segundos, reparando seus detalhes, os pés mexendo no ritmo da música, as mãos grandes segurando o celular e-

BOOM. fez o barulho da bola de futebol quando bateu contra seu rosto.

ー para, para, eu vou ver se ele tá bem. ー O capitão parou o jogo e saiu correndo pra atravessar o campo, pulou a grade e subiu a arquibancada. ー tá doendo muito? desculpa, bateu na trave. ー ele se agachou em sua frente e colocou uma mão em seu ombro.

Armin estava com a marca do desenho da bola na cara, fora o nariz que pingava gotas de sangue. O Jaeger se acabava de gargalhar com a mão na boca, mas levantou depressa pra ver junto com os outros jogadores e pessoas que estavam ali.

 ー to legal, só preciso de um pano e uma compressa com gelo. ー o Arlet se levantou com dificuldade, pondo uma das mãos na cabeça.

ー me dá suas coisas, vou levar para sala. ー Jaeger estendeu a mão e o menor largou seu celular, cadernos e estojo em sua mão. ー quer que eu te leve? ー questionou preocupado e quando o loirinho estava prestes a concordar com a cabeça, Kirschtein o interropeu.

ー é culpa minha, não precisa Jaeger. ー ele se pronunciou pegando no pulso do menor com cuidado, o levando junto consigo até a enfermaria.

Eren sentiu um vazio tão grande dentro de si que ficou o resto da manhã atormentado, talvez quisesse ter acompanhado Armin até a enfermaria, saber mais sobre ele - mas agora era apenas uma oportunidade jogada no lixo.

[...]

ー fica só mais cinco minutos, pra não ficar roxo ou marcado depois. ー Jean colocava novamente a compressa em sua testa. o loiro estava com tanta dor que mal tinha reparado no rapaz, ele era encantador não só por fora como por dentro, não saiu de seu lado em momento nenhum.

os cinco minutinhos duraram uma eternidade, Armin era conversador quando se haviam brechas e Kirschtein deixava muitas.

encontraram bastante em comum, ambos gostavam de arte e fotografia, tinham Monet como pintor favorito e o estilo musical era similar.

ー pensei que jogadores de futebol não gostassem de coisas assim. 

ー os outros podem não gostar, mas eu adoro. ー Jean sorriu grande.

o bicolor continuou a olhar o mais baixo atentamente, ficaram rodando a escola sozinhos, os corredores vazios e os funcionários ocupados, aquele lugar ficou pequeno não para duas pessoas, mas sim três.

o horário de aulas tinha acabado, Jean precisava de um banho antes do treino e Armin buscar as coisas no dormitório antes do almoço, subiram juntos e o outro fez questão de lhe deixar na porta.

ー a cama da janela é minha, somos praticamente vizinhos; se quiser conversar, me chama. ー Armin ofereceu.

ー vou lembrar disso. ー ele piscou agradecendo com mais um sorriso.

e então, Eren apareceu e ficou imóvel do lado de Jean, encarando o loiro. ele não conseguia falar nada, as mãos apertavam forte as duas mochilas que trazia. a sua e a de Armin.

destrancou a porta e entrou em casa quase que passando por cima do menor, entregou suas coisas com brutalidade, fazendo-o se assustar. a mochila estava aberta e seus cadernos cairam no chão. Jean abaixou pra pegá-los e se levantou quase indo tirar satisfação com o Jaeger.

ー não tem que deixar ele te tratar assim. ー ele disse irritado.

ー na maior parte do tempo são só piadinhas que eu nem ligo, mas deve ter acontecido alguma coisa, é melhor eu entrar logo - obrigado por se preocupar, 'Jan. ー Armin sorriu, deu um ''tchauzinho'' e fechou a porta.

o apartamento estava escurto, grande parte das luzes estavam apagadas. Eren estava em pé lhe encarando e Armin o olhando de volta, ambos confusos.

ー que bicho te mordeu? você chega de cara fechada mas não é assim.

ー tem razão armin, talvez seja porque eu me preocupei com alguém uma vez na vida, porque eu estava preocupado se a pessoa ficaria bem e até guardei um lugar pra ela sentar na aula e fiquei esperando que ela viesse durante 50min e nem recebi um obrigado por isso.

ー eren o mundo não gira em torno de você! eu nem tinha como imaginar que estava me esperando, sinto muito. 

ー quem sente muito sou eu armin, por tentar ser seu amigo. 

o acastanhado deixou o comodo com os olhos baixos, não estava triste mas sim desapontado, pensou que o arlet fosse diferente, mas no fim ele era igual.

[...]

mais tarde, sasha apareceu na porta de cabelos em pé perguntando se o loiro tinha feito o dever de química, armin disse que sim e foi correndo buscar o caderno dentro do quarto.

só não estava esperando encontrar um pedaço de papel na página.

é inevitável andar no corredor e não te olhar, 

é inevitável te evitar, especialmente quando está lendo 

é inevitável não reparar em seu sorriso ou seus olhos

é inevitável não gostar de você 

-  atenciosamente, j.

ooi, oq tão achandoo? 

feliz natall !!!!