" MAIARA NARANDO "
Assim que estacionei em frente a minha casa a observei me encarando.
- Você não vai conseguir uma refeição digna e um chuveiro quente naquela pensão. - murmurei explicando o por que a trouxe para minha casa.
Lá no fundo, eu queria a manter por perto, mesmo que fosse muito estúpido já que fui traída e enganada, eu não consegui sentir raiva dela por muito tempo, na verdade eu sentia sua falta.
Eu me odiava profundamente por não conseguir nutrir ódio por alguem que me magoou de propósito.
- Prometo não te incomodar muito. - ela falou baixinho enquanto eu a deixava na sala para se acomodar como desejasse.
- Fique a vontade. - falei removendo minha jaqueta a jogando sobre uma poltrona da sala. - Não muito a ponto de revistar meu escritório. - ela me encarou sem jeito mas sorri demonstrando que eu estava apenas brincando. - Farei um sanduíche para você. - me direcionei a cozinha para prepará-lo deixando-a ali.
Logo após lavar minhas mãos me virei para buscar os ingredientes me deparei com a Marilia sentada numa das cadeiras dispostas ali.
- Eu posso te ajudar se dese...
- Não. - a cortei. - Você já fez muito por mim salvando meu filho. - falei enquanto retirava as coisas da geladeira.
- Eu faria qualquer coisa por ele. - A ouvi dizer baixinho não tendo certeza se era para que eu escutasse.- Eu também sei do que é capaz por ele. - logo após falar isso percebi que minhas palavras não sairam do modo que pensei soando com um pouco de rancor.
Era terrível ver que a nossa conexão incrível é bom tempo juntas havia se limitado a olhares sem jeito e palavras com tons ásperos.
- Você sempre vai me odiar, não e? - eu também não tinha certeza se era pra eu ter ouvido aquilo já que saiu de modo quase inaudível, mas largando a fatia de queijo arrastei a cadeira a sua frente me sentando.
Abri a boca algumas vezes tentando falar algo que não acabasse soando como um soco mas era praticamente impossível.
- Tudo o que vivemos foi uma mentira. - Falei simplesmente observando que ela ergueu a cabeça para me fitar. - Sei que não falamos sobre isso e agora estamos juntas depois de tudo focadas no seu caso e na saúde do Theo, mas Marilia para você pode ter sido só um plano mas eu... - engoli a seco me sentindo desconcertada em dizer aquilo olhando em seus olhos. - Eu me apaixonei por você, e dói saber que em nenhum momento você sentiu o mesmo.
E assim como eu tinha visto por diversas vezes, aquela nuvem negra voltou a pairar sobre ela, suspirei me sentindo estúpida por ter dito algo.
Me levantei na internação de continuar a fazer seu sanduíche porém ela segurou meu punho me fazendo sentar novamente.
- Nem tudo foi uma mentira ou parte daquele maldito plano, Maiara. - ela fixou seus olhos nos meus como se desejasse mostrar que estava sendo sincera. - Eu não quis continuar com o plano porque...
- Não. - a cortei. - Por favor não me engane de novo, já passamos disso, você não precisa se preocupar pois eu não vou te afastar do Theo, não há necessidade de continuar mentind. - deixei claro esperando que ela se tranquilizasse e parasse com seus planos absurdos.
- Maiara! - Marilia me puxou pela roupa me fazendo inclinar-me de modo desastroso sobre seu corpo nos deixando perigosamente próximas. - Me escuta, por favor.
Engoli a seco ao olhar em seus olhos que estavam a míseros centímetros de distância.
- Eu me apaixonei pelo jeito como você conta empolgada uma história, me apaixonei pelo jeito como você sempre toca minha mão como se não pudesse ficar um instante sem está grudada a mim, eu me apaixonei pelo seu sorriso bobo, pelo seu cheiro doce, pela forma como você me olha como se eu fosse a última garota do mundo... - ela sorriu ao passo que suavemente relaxava suas mãos da minha roupa, mesmo livre do seu aperto não me mov. - Eu me apaixonei por cada pedacinho seu Maiara... - toquei as suas mãos as removendo de mim devagar, abaixei meus olhos sem saber o que lhe dizer.
Era simplesmente inacreditável ouvir aquilo da Marilia naquele momento.
- Nada do que vivemos foi mentira. - ela voltou a falar quebrando o silencio que havia sé instalado. - Era real para mim, ainda é, cada sentimento que meu coração nutri por você e real. - ergui meus olhos a fitando por um momento desejando ver algum sinal de que estivesse mentindo.
Mas era difícil saber, ela me olhou nos olhos e mentiu sobre tudo nos últimos meses, como eu poderia saber que agora estava sendo honesta.
Marilia levou sua mão ao bolso traseiro de sua calça retirando sua carteira dali, ela abriu um pequeno compartimento retirando um pedaço de papel velho e amassando dali, a observei abri-lo com cuidado, não precisei ouvir o que ela leria para saber o que era aquilo.
"Por medo as vezes eu faço as coisas erradas, mesmo sabendo que não deveria, e nesse meio acabei te machucando...
Me desculpa por ser uma estúpida.
Se um dia eu pudesse ser corajosa, lhe daria o que sinto"
Marilia terminou de ler a carta que eu havia feito para ela há mais de uma década, eu estava perplexa com o fato dela te-la ainda.
- Quando fui embora da minha casa depois de incendia-la eu tive a chance de pegar poucas coisas que significavam algo para mim... - ela sorriu dobrando o papel com cuidado o colocando na carteira novamente. - Sua carta significativa.
Abri a boca para dizer algo porém ela ergueu a mão pedindo para que eu não fizesse isso.
- Se um dia eu pudesse ser corajosa... - ela sorriu tristemente. - eu diria que eu te amo. - meu coração descompassou naquele instante.
- Naquele dia... - cocei a nuca sem jeito. - Quando te fiz aquela pergunta, você quis dizer que... - Marilia deixou um riso baixo escapar.
- Eu teria dito sim. - ela sorriu me causando ainda mais arrepios pelo corpo. - Eu diria sim para qualquer coisa que você pedisse.
Levei minha mão a sua bochecha a trazendo para mais perto de mim, olhei os seus lábios por um instante antes de fitar os seus olhos.
- Qualquer coisa? - sussurrei quase encostando minha boca na sua. - Então por favor, me beija. -fechei meus olhos assim que senti seus lábios se encaixarem perfeitamente aos meus.
Se um dia eu pudesse ser corajosa, diria que eu nunca a odiei mesmo depois de tudo que ela fez, na verdade, doeu tanto porque eu a amava também.
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UM PLANO PERFEITO
Fiksi PenggemarApós sair da cadeia,Marilia descobre que seu filho acabou sendo adotado por Maiara, sua inimiga de colegial, determinada a recuperar a guarda de seu filho ela manta um plano para se aproximar da família custe oq custar, mas não estava em seus planos...