Capítulo 6

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Desta vez, fora eu quem riu. Lembrando de meus sonhos de adolescência.

– Você vai rir disto... – Murmurei.

– Não, claro que não... Conta por favor.

– Já assistiu Legalmente Loira?

Vi quando Breno pareceu pensar, e era claro que não. Ele nunca deve ter ouvido falar.

– Eu nem sequer sou loira... – Ri novamente, lembrando do estereotipo do qual cresci acreditando ser o 'perfeito'. – Quando eu tinha uns quatorze anos, vi esse filme e por alguns anos me imaginei como essa personagem, sendo uma advogada e tal...

Ri ao concluir. Pensando em mim. Minha pele é clara, estou mais para um 'café com leite', numa mistura perfeita dos meus pais. Meus cabelos longos e cacheados sempre foram quase negros...

– Camila, não ria... Eu sou advogado. E te garanto que é uma profissão difícil, porém gratificante.

– É mesmo?

– Se desejar voltar a estudar, eu posso lhe ajudar... Serei seu professor particular. – Ele concluiu, com um sorriso lindo.

Também sorri, com a possibilidade em minha mente. Logo, a esperança se esvaia.

– Nunca poderia bancar isso... Meus pais nunca me ajudariam.

Breno em encarou de forma intensa, e logo suspirou.

– Você mora aqui, no Rio?

– Não, na maior parte do tempo estou em São Paulo. – Ele respondia, enquanto algo parecia flutuar em sua mente. – Mas sempre volto para a fazendo do meu pai, para ajudar com assuntos administrativos.

E quando concluiu ficou em silêncio.

Pareceu estranho continuar a encarar ele, enquanto ele estava mergulhado em seus pensamentos. Então, virei-me e voltei a recostar em seu peitoral.

– Já pensou em viver em outro estado?

– Muitas vezes... – Respondi, rindo. Sem dar crédito aos meus sonhos tolos. – Até em outro pais, só para fugir da tirania da minha família.

– Não lida bem com ordens? – Ele perguntou, parecia sério.

– Não muito bem. – Murmurei.

Senti-o respirar profundamente, voltando a ficar em silencio.

– Camila... – Ele chamou minha atenção um tempo depois. – Você se considera romântica?

Desta vez, fora eu quem suspirou antes de responder.

– Já fui, um dia... – Disse com tristeza. – Meu ex-marido conseguiu acabar com esse meu lado.

Mais um minuto em silencio e Breno voltava a me fazer perguntas.

– Espera romantismo com relacionamentos futuros?

Fiquei sentada e encarei Breno.

– Não espero nada do futuro, pra dizer a verdade... – Murmurei. – Mas, não estou entendendo onde você pretende chegar com essa pergunta...

Ele não disse nada.

– Está pensando que eu seria a garota iludida que iria te perturbar depois de uma noite? – Dei de ombros e fiquei de pé. – Isso não irá acontecer... Só nos beijamos...

Fui para dentro do apartamento, talvez fosse a hora de ir embora.

Breno me puxou pelo braço e saiu andando comigo.

– Ei, o que está fazendo? – Perguntei atordoada.

– Vem comigo! – Ele disse com a voz rouca, ainda me segurando pelo braço.

Quando entramos no quarto, ele trancou a porta. Olhei para ele, e sem qualquer cerimônia, Breno começava a tirar a camisa.

– Tira a calça. – Ele ordenou para mim. Sua voz carregava uma entonação que me fez simplesmente obedecê-lo.

Desamarrei o nó da camisa social branca, e fui abrindo a minha calça jeans, logo em seguida me livrei dela.

Quando olhei para Breno, apenas de calça jeans, ele já havia tirado os sapatos e meias. Ele me encarava de forma séria.

– Não há forma melhor de te explicar tudo que posso ser para você, se não for mostrando... – Ele disse, assenti. – Ajoelhe-se.

– Breno... – Tentei ainda relutar.

Mas ele veio até a mim, tocou meu rosto com as duas mãos e me beijou de forma intensa, fazendo minhas pernas se desmanchar, quando separou o beijo, eu já estava de joelho, de frente para a porta do quarto e de costas para a cama e armário.

Breno passou por mim.

FOGO E GELO - Noite de NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora