36

1.7K 220 33
                                    

Lipe

Tem um ano que tô vivendo vida de casado. Um ano que tô só com a Laiane. Não vou falar que sou o melhor marido do mundo, que nunca vacilei. Dei mole mermo, e ela pegou. Mandei mensagem pra outra lá cheio de cachaça na mente e te falar? Nem sei pra quê! Mandei bêbado e quando acordei sóbrio, já acordei arrependido. Três dias depois a mulher viu e isso deu uma merda do caralho. Laiane saiu de casa e eu fiquei doido! Ligava todo dia, ia pra porta do prédio da mãe dela. Perturbava legal mermo! Só fiquei tranquilo de novo quando ela voltou pra casa.

Mas o que ela não sabe até hoje, é que quando a gente tava separados, eu fiz a maior merda da minha vida. Mais uma vez enchi a cara e fui parar na vj. Só lembro de acordar no quarto da Mirella sem roupa, com ela grudada em mim. Quando caí na real, levantei doido e meti o pé. Nem acordei ela! Não sei se isso conta como traição, até porque estávamos separados. Mas eu fiquei com a consciência pesada pra caralho. Não contei pra ela porque eu tenho certeza que o pé na bunda vai ser de verdade. Se em um mês eu quase enlouqueci sem essa mulher, imagine se fico sem ela o resto da vida? Eu morro!

Hoje ela já me encheu de perguntas, querendo saber quem era a loira que tava conversando comigo. Com aquela dali ela pode ficar despreocupada, porque não é meu tipo nem fodendo. Mas vai eu explicar isso pra ela? Dá não! Nem me ouvir ela quer direito, né. Vou ficar insistindo pra ela me colocar como mais errado que eu já sou? Vou nada. Conheci Jéssica na Vj, num baile. A mina era doideira, me adiantou muita mulher. Ela é garota de programa, e os caras cansaram de fazer eu desenrolar. Mina sinistrona. Nem se eu quisesse, eu teria dinheiro pra pagar uma hora!

Mandei vim quentinha pra nós dois, mas ela dormiu. Acordou já era 18h, esquentou e comeu. Depois tomamos banho e ela foi me ajudar a abrir o bar. As tias da cozinha e os menor que serve, só chega lá pras 20h.

Laiane: Ele tá lá dentro, por quê?-Ouvi ela dizer e fui ver o que era. Eu estava na cozinha e ela sentada atrás do balcão. Quando saí, vi que era Jéssica, a loira.

Jéssica: Você mesmo!-Disse ao me ver-Me vê uma caixa de Brahma.

Lipe: Cracudinha ou litrão?

Jéssica: Cracudinha.-Assenti e fui pegar lá dentro. Laiane não disfarçava nem um pouco a cara de insatisfação. Peguei a caixa cheia, entreguei e botei a vazia no lugar.

Laiane: Paga aqui no caixa, mô!-Falou com deboche e Jéssica foi até lá-Obrigada, querida.-Forçou um sorriso.

Jéssica: Brigada!-Disse após pagar, e saiu.

Laiane: Por que só você podia atender ela?-Arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços-Depois não quer que eu cisme, né?

Lipe: Talvez seja porque tu não ia conseguir pegar uma caixa sozinha, né Laiane.-Disse e sentei no banco.

Laiane: Rum...-Bufou. Pronto! Motivo suficiente pra ela fechar a cara o resto do dia. Quando deu 21h, Laiane foi pra casa e as tias da cozinha chegaram. Antes das 23h já tinha gente bebendo.

(0h00)

Jéssica: Ou, vem cá-Disse se aproximando do balcão. Eu ia entrar, mas voltei-Tua mulher tá por aí?

Lipe: Ainda não, por quê?-Falei sério, já pra não dar confiança.

Jéssica: Sabe a morena que chegou comigo? Tá ali atrás de vermelho.-Olhei por cima do ombro dela e vi a menina olhando. Bonita, mas uma cara de cachorra.

LAIANEOnde histórias criam vida. Descubra agora