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~semanas depois ~

A paz de espírito que me encontro, é surreal! Depois de tanta merda que aconteceu na minha vida, achei que nunca mais me sentiria bem de novo.

Há uns dias atrás eu descobri que tô grávida. Felipe insistiu tanto, que acabou acontecendo. Pior que eu tenho quase certeza de que foi feito bem no dia que Lipe saiu do hospital. Filho da puta, né cara? Mirou e acertou! Eu não queria outro filho nem tão cedo, ainda mais que Henrique não tem nem um aninho ainda.

Mas aconteceu, foi mole nosso. Vou fazer o quê? Lipe nem sabe ainda, mas tô louca pra contar. Preparei uma surpresinha bonitinha pra falar, né. Ele queria tanto, vai amar.


Comprei uma caixinha bonita, botei um sapatinho branco, uma chupeta e um bodyzinho do flamengo, e os testes positivos dentro. Amarrei com uma fita, deixei na cama e fiquei na sala. Ele foi na casa da mãe com as crianças, bem como planejei. Minha sogra fecha muito comigo, né cara? Mesmo sem saber, ela me ajudou quando chamou ele até lá. Quero muito ver sua cara quando souber que vai ser pai de novo. Nunca vi um bofe pra gostar tanto de criança, Jesus! E ele sempre diz que queria ter outra menina, e eu já prefiro menino. O mundo é muito ruim com a gente, tenho medo de ter uma menina. Já pensou Deus me manda uma filha e vagabundo rela o dedo nela? Ah, eu mato! Vou ficar paranóica, tenho medo dela arrumar alguém como eu arrumei.

Mas aquele ali eu sei que não faz mal a filha de ninguém mais! Sabe quando eu contei pro Barão sobre Henrique? Pois bem... Alan me ligou dois dias depois dizendo que Carlos se matou. Sim, se matou! Deus que me perdoe, mas antes ele do que eu ou minha família.

Big disse que ele ligou pra Sandra dizendo que Henrique não era filho dele, que ia mandar me matar, isso e aquilo. Mas encontraram ele de manhã, gelado, com um pacotinho de chumbinho debaixo do travesseiro. Se eu me senti culpada? Nem um pouco! Doido ele já tava e ia fazer isso a qualquer hora. Eu só dei um empurrãozinho, adiantei o serviço. Desculpe a frieza, mas eu não sinto dó de quem me abusou!

Que o diabo o tenha e ele paguei por tudo que fez. Não só a mim, mas a todos que ele já machucou um dia. Foi tarde! Alan ainda disse que Sandra tá me culpando, dizendo que eu que matei ele. Eu só soltei a bomba, ele que não aguentou. Ontem minha família chorava pelas coisas que ele tinha feito comigo. Hoje, a dele chora. E eu não consigo sentir pena, nem remorso, nem culpa. Nada! Cheguei a pedir perdão a Deus por ser tão fria em relação a isso, porque eu sei que eu não tenho um coração ruim a ponto de desejar mal a alguém. Mas era ele, né? Não tem como se sentir mal com essa notícia. Que Deus me perdoe, mas eu senti foi paz!

Felipe voltou pra casa e já botou Henrique no chão, no meio dos brinquedos. Sophia ficou com a vó.

Lipe: Toma.- disse, me deu um pote e sentou no sofá.

Laiane: Que isso?

Lipe: Peixe ensopado da minha mãe. Depois leva o pote! forçando mais a perna-assenti-Não vejo a hora de tirar isso da perna, papo reto. Não era nem pra eu tá andando sem muleta,


Laiane: Não vejo a hora de aproveitar você sem isso na perna.-ele me olhou, e eu ri-Ué!

Lipe: Que saliência é essa?-riu, e levantou. Ele entrou pro quarto, e eu levantei também. Tranquei a porta da sala, peguei Henrique e fui pro quarto. Botei Henrique no berço e dei um brinquedo pra ele se distrair.-Que isso?-apontou pra caixa na cama.

LAIANEOnde histórias criam vida. Descubra agora