Acho que todo escritor começa como leitor, e depois de um tempo, começa a escrever um conto aqui, uma história ali, e conforme o tempo passa vai se achando no direito de se chamar de escritor. Alguns escrevem por anos antes de ter a audácia de se chamar de escritor amador, outros decidem ser escritores e se chamar como tal antes mesmo de verdadeiramente sê-lo. Mas comigo foi diferente. Eu tentei ser qualquer outra coisa antes de sentar, chorar e me confessar escritora como se tivesse cometido um crime.
De certa maneira, desde criança, eu sempre quis ser escritora. Ler e escrever significava tudo pra mim! Quando eu lia, eu sentia que poderia escrever como aquele escritor, e que as palavras dele eram como se saísse da minha própria mente, como se fosse natural sentar e contar aquela história daquela maneira. Sentia que eu podia fazer aquilo também. Quando eu escrevia, eu sentia que eu estava me saindo bem e sentia orgulho do que havia criado.
Eu me lembro de receber os livros da escola: livro de matemática, português, literatura, biologia, entre outros, e eram livros que seria utilizados durante o ano todo. Mas na semana que eu recebia os livros eu me trancava no quarto por horas e lia todas as histórias e poemas contidos nos livros de português e literatura, e todos os outros textos que tivessem em qualquer um dos outros livros escolares. Eu era obcecada por leitura, e lia rápido, e tinha muito orgulho do quão bem eu ia na escola e do quão rápido eu lia e compreendia um texto em detrimento dos meus outros colegas. Eu tinha auto estima nessa época, saudades.
Se eu lia um livro de mistério infanto-juvenil, como os livros do Pedro Bandeira que eu amava, como: droga do amor, droga da obediência, pântano de sangue, logo depois eu começava a escrever histórias semelhantes, eu tentava copiar o autor e seu jeito de criar um mistério. Fracassava miseravelmente, mas eu tinha orgulho daquilo, eu sentia que estava indo bem. Eu tinha uma ideia na cabeça de que eu escreveria uma boa história, um dia.
Aos 12 anos eu me refugiava nos livros. Eles me transportavam e me faziam me sentir melhor, mesmo quando as histórias eram tristes. Era como se o sofrimento dos personagens me consolassem.
Então comecei a escrever poemas, e a mostrá-los para colegas que o elogiavam.
Eu acreditava que meus poemas eram bons e me dedicava em cada linha como se realmente eu tivesse o poder de expressar toda minha inteligência e pensamento por meio de frases montadas com palavras rimando no final.
Talvez meus poemas não fossem tão bons como eu pensava que eram. Mas nunca saberei, pois não tenho nada que um dia escrevi na infância e na adolescência.
Mas onde quero chegar? Sim, quando tudo começou...
Na adolescência, tive um pensamento suave que passou pela minha cabeça por um tempo, sem fazer moradia, o pensamento de que um dia eu poderia ser escritora. Mas externalizar esse pensamento algumas vezes fez com que as falassem de maneira direta ou indireta: Nem tudo é pra todos. Querer não é poder.
Bem, em pouco tempo eu enterrei na minha mente a vontade de escrever e parei com os poemas. Resolvi me dedicar forte aos estudos e durante anos estudei pensando no vestibular. Mais de 10 anos se passaram. Hoje trabalho e tenho minha vida cotidiana, mas nas horas vagas eu escrevo e as vezes me pergunto, será que algum dia escreverei algo bom?
Para entender melhor onde errei nos meus primeiros anos como escritora, vamos voltar ao meu primeiro livro: A garota e o alienígena. Que aliás, está aqui no Wattpad.
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DIÁRIO DE UMA ESCRITORA
ComédieSer escritor é para guerreiros mentais que precisam diariamente lutar em mundos inventados e vencer batalhas indescritíveis para que uma história possa nascer. Isso requer muita disciplina, afinal, há projeto mais longo e imersivo do que escrever um...