A GAROTA...

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No livro A garota e o Alienígena eu era a garota, e talvez o alienígena também.

Meu erro foi que ESSA NÃO ERA UMA HISTÓRIA DE ROMANCE ENTRE UMA GARORA E O ALIENÍGENA.

Meldels, quisera eu entender melhor as fórmulas de sucesso antes de tentar fazer uma não fórmula de sucesso. Toda e qualquer história contada em um livro envolve, sempre, um relacionamento amoroso. Sexo certo? Tudo é sobre isso. Mas eu queria fazer algo diferente, então fiz A garota e o alienígena, que é sobre uma adolescente que conhece um alienígena (uma mosca), são amigos e conversam sobre o mundo e o universo. Zero relacionamento amoroso. Acho que fracassei no básico: histórica de adolescente tem que ter amor!

Mas o que é o amor, certo? Eu tenho sérios problemas filosóficos existencialistas que me impedem de escrever livros sobre aventuras amorosas. Acredito piamente na solidão. Estou facada ao fracasso como escritora de romance pois minhas protagonistas são... solitárias. 

Está bem, eu tentei colocar um pouco de romance, quem leu a Garota e o Alienígena sabe. Talvez o intuito era fazer a personagem estar em busca de si mesma, em vez de em busca de alguém. Talvez os fracassos amorosos tentavam mostrar ao leitor que é normal não conhecer o príncipe encantando de primeira, segunda ou terceira. Ou que não há princesa. E que talvez não exista príncipe encantando.

Meu segundo erro com A garota e o Alienígena seja que eu escrevi ele enquanto escrevi outras coisas. Eu fazia faculdade e ao mesmo tempo escrevia um segundo livro: Nunca fale sobre Unicórnios. Era algo mais estilo diário de ficção adolescente, diário também. Eu e minhas invenções.

Mas o maior erro de AGEOA - A GAROTA E O ALIENÍGENA foi a protagonista. Ela não causava empatia. Acho que ninguém realmente se identificou com ela, coitada. Mas eu sempre vou defender Malu - Minha Maria Lúcia, e vou colocar ela como uma vilã fodona nos próximos livros. VOCÊS VÃO AMÁ-LA SIM!!!!!

 Eu como escritora tenho que defender todos os meus personagens. De protagonista a antagonista, todos merecem respeito.

São muitos os erros que percebo hoje mais claramente, mas não animo de editar A garota e o alienígena novamente. Esse livro é o que é. Pretendo escrever outras histórias futurísticas com o mesmo título e personagens mas vai ser uma pegada diferente. 

O que eu mais gosto em mim é isso, a resiliência com as histórias que crio. Eu nunca as abandono, sempre fico pensando nelas e em outras histórias com os personagens que desenvolvo. Pareço distraída e realmente sou porque fico pensando nessas histórias que invento na minha cabeça e que um dia espero pari-las ao mundo.



DIÁRIO DE UMA ESCRITORAOnde histórias criam vida. Descubra agora