Depois do jantar, dormir era a próxima coisa a se fazer em meu divertido dia, entretanto meu cérebro junto com a tempestade do lado de fora não me deixaram seguir a rotina.
— É meia-noite Elle, o que faz aqui com ela? — Oliver pergunta surgindo na porta do quarto de Olívia.
A filha mais nova havia acordado alguns minutos antes, chorando alto e a babá estava de folga, então quando no ouvi ele levantar, preferi eu mesma ir vê-la.
Era incrível fazê-la dormir, porque todas as vezes eu usava métodos diferentes. Canções novas que ouvi da minha mãe quando pequena e brincava com ela sempre antes, pra garantir que ela estivesse feliz sempre e tivesse bons sons.
Oliver adentrou o quarto coçando os olhos, procurou pelo puff e quando o achou se sentou próximo a mim, quem estava na cadeira de amamentação.
— Aproveitando que esta aqui… — Ele começou antes se ajeitando no banquinho. — Tenho uma pergunta para te fazer.
— Não faça por favor. — Pedi.
De imediato ele estranhou e sorriu, pareceu achar divertido minha cara de preocupação.
— Não sabe o que vou perguntar, por que já está tão na defensiva?
— As pessoas sempre perguntam se podem perguntar ou sempre avisam que perguntaram antes quando a coisa não é boa de se ouvir. — Digo por experiência própria.
— Tem razão. — Ele assente concordando. — Mas ainda sim tenho que perguntar.
— Eu não quero ouvir.
— Mas precisa Elle. — Diz me deixando sem saída.
Passo a língua pelos lábios, sempre o faço quando estou me preparando para o pior. Me ajusto na poltrona confortável, aperto a bebê contra mim e fecho os olhos.
— Pode ir.
— Pois bem, Elle, tem certeza de que quer casar comigo? — Questiona-me enquanto me olha nos olhos.
— Sim. — Respondo de imediato.
Por dentro rolava todo o oposto, mas e daí?
Já estava tudo mais do que certo. E além disso os Villalobos já haviam me dado teto, comida e roupa lavada. Coisas tão básicas, mas que em casa já estavam complicadas. Saldaram as mensalidades da casa de repouso e se importaram ao ponto de trazer minha avó para passar o meu aniversário comigo.Depois de tanto ganho, era hora de retribuir.
— Oliver, eu tenho certeza. — O garanti.
— Então como com seu "aceito" amanhã para o juíz.
— Fique tranquilo, cumprirei com isso.
Enquanto vejo a expressão tensa do rosto dele sumir, do lado de fora há um clarão e então pouco depois ouvimos o som do relâmpago. Não gosto dos barulhos, entretanto isso não é grande coisa, já para Olívia, o som a faz despertar e outro berreiro tem início.
A sento em meu colo, mostro que estou com ela. O quarto está banhado pela luz na noite, mas não dá pra enxergar o suficiente. Oliver tenta acender a luz, no entanto isto só serve para confirmar que a casa está sem energia.
— Calma princesa. — Peço a ela.
O choro ameniza e volta com força quando outro som apavorante invade o quarto.
O pai tenta pegá-la para ver se consegue acalmar a filha, mas ela somente chora ainda mais e suas mãos nos mostra que ela quer a mim. Pego novamente, a acalmo e agradeço que a chuva pareça diminuir.
— Mamãe… — Ela resmunga mais calma.
— O quê foi princesa?
— Mamãe, mama.
— Deixa que eu vou, eu desço e faço a madeira dela. — Oliver se oferece.
Ele sai do quarto, eu aguardo a fazendo se acalmar. Brincamos e a vejo esfregar os olhinhos. O pai volta com a mamadeira e enquanto a dou, noto os olhinhos se fechando aos poucos. Quando ela termina esperamos cinco minutos para garantir que estivesse em sono mais profundo.
Fomos tapeados.
Assim que ousei deitá-la no berço, Olívia voltou a chorar outra vez.— Como pode? — Oliver já estava para arrancar os cabelos.
— Tudo bem, talvez ela esteja ainda em alerta por conta dos trovões.
— E o que fazemos agora?
— Voltamos do início. — Digo a caminho da poltrona no quarto.
Outra vez canto músicas a ela. O pai me assiste fazê-lo e quase temos uma troca de olhares intensos quando começo uma nova cantiga de ninar nórdica que um dia escutei de minha mãe.
— De onde conhece essa? — Ele pergunta e então acorda a filha.
— E lá vamos nós outra vez.
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𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒆𝒔𝒑𝒐𝒔𝒂 𝒆́ 𝒖𝒎𝒂 𝑪𝑶𝑳𝑬𝑮𝑰𝑨𝑳
Romance𝑪𝒐𝒎 𝒖𝒎𝒂 𝒑𝒆𝒓𝒔𝒐𝒏𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒐𝒕𝒊𝒎𝒊𝒔𝒕𝒂 𝒆 𝒔𝒊𝒎𝒑𝒍𝒐́𝒓𝒊𝒂, 𝒂 𝒆𝒔𝒕𝒖𝒅𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒔𝒊𝒏𝒐 𝒎𝒆́𝒅𝒊𝒐, 𝑬𝒍𝒆𝒐𝒏𝒐𝒓 𝑪𝒂𝒔𝒕𝒊𝒍𝒍𝒐, 𝒔𝒐𝒃𝒓𝒆𝒗𝒊𝒗𝒆 𝒊𝒏𝒅𝒆𝒑𝒆𝒏𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆. 𝑺𝒖𝒂 𝒎𝒂̃𝒆 𝒉𝒂𝒗𝒊�...