𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢ

21 - Sem reclamar

ʜᴏᴘᴇ ғᴇʀʀᴇɪʀᴀ

Pedri irá viajar amanhã e a última vez que nos vimos foi no dia que conheci a família dele. Os treinos estão ocupando muito tempo dele, mas sempre que pode ele manda mensagem ou liga para perguntar como foi meu dia. Fiz de tudo para conseguir ficar um pouco com ele e ele também se esforçou, mas não estamos conseguindo nos ver porque nossas rotinas são totalmente diferentes.

Ontem ele me convidou para ver o treino da seleção. Entretanto, não pude comparecer porque estava na faculdade. A cada hora que se passa tenho mais certeza que não conseguirei abraçar ele e desejar boa sorte. Observo a vista mais uma vez, depois entro no quarto, fecho a porta da varanda e me encaminho para cama. Deito, fico mexendo no celular e acho estranho quando recebo uma ligação do Gavi.

— Oi, Gavi — cumprimento assim que atendo a ligação. — Não esperava receber uma ligação sua. Aconteceu alguma coisa?

— Vou jogar basquete com Pedri e Fernando daqui a pouco e quero saber se você quer ir conosco — revela ele. — Se você não souber jogar, Pedri pode te ensinar.

— Não quero atrapalhar o momento de vocês — falo. — E outra coisa, não falei com Pedri o dia todo. Ele deixou você me convidar para jogar basquete também?

— Pedri seguiu meu exemplo e passou o dia longe do celular — diz ele.

— Entendi — murmuro.

— Imagino que se decidir sair conosco você irá precisar de um tempo para se arrumar, então posso ir na frente com os meninos e mandar meu motorista te buscar — ele fala.

— Nem sei se vou sair, Gavi — digo. — Tenho que acordar cedo para trabalhar.

— Não precisa se preocupar com o trabalho, pois conversei com algumas pessoas e consegui que você tenha o dia de folga amanhã — ele fala.

— Obrigada mesmo — agradeço.

— Estou fazendo tudo que posso para ajudar Pedri porque ele está conversando comigo o tempo todo e me ajudando a manter a calma. Mas sei que ele também está nervoso, só não quer demonstrar — conta ele.

— Na última vez que nos falamos ele comentou comigo que não está conseguindo dormir direito — falo.

— Acredito que ficar com você antes de viajar vai fazer bem para ele — diz ele.

— Estou indo me arrumar agora — falo e levanto da cama. — Pode mandar o motorista me buscar.

                                                       •     •     •

Observei a vista enquanto estava no carro e aproveitei para colocar os pensamentos em ordem e já ter em mente mais ou menos o que posso falar para Pedri que possa tranquiliza-lo de alguma forma. Depois que o carro foi estacionado, tirei o cinto de segurança, agradeci ao motorista e desci do veículo. Mandei mensagem para Gavi, que contou onde ele está.

Percebi que a quadra está praticamente vazia, com exceção de alguns funcionários que vi quando passei. Avisto Gavi e Fernando um pouco à frente e passo a vista ao redor em busca do Pedri, mas não o encontro. Coloco as mãos nos bolsos do meu casaco e me aproximo dos meninos.

— Oi, meninos — cumprimento.

— Oi, Hope — fala Fernando. — Pedri acabou de ir à lanchonete. Entra por aquele corredor, depois vira à direita e você encontra ele.

Olho para direção que ele está apontando e presto atenção nas instruções.

— Obrigada por ter vindo — Gavi agradece e me dá um rápido abraço. — Podemos conversar rapidinho com você?