42 - Aperto no peito

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ʜᴏᴘᴇ ғᴇʀʀᴇɪʀᴀ

Os últimos acontecimentos me deixaram tão mal que fui encaminhada para uma psiquiatra e tudo. Tive muito medo de ser internada, mas felizmente, isso não aconteceu. Antes de me deixar ir para casa, a médica receitou alguns remédios e pediu para Nathy e Enzo me supervisionar o tempo todo.

Comecei a tomar os medicamentos e passei as últimas horas dormindo, o que é bom, já que parei de pensar nos meus problemas. Acordei por volta das 7 da noite, fui procurar por Nathy e Enzo e encontrei eles na sala de estar. Minha amiga estava contando como foi a conversa com Pedri e se calou assim que me viu. Ignorei isso, contei que não estou me sentindo bem e gostaria de ir para um lugar sossegado.

De imediato, Enzo deu a sugestão de irmos à chácara dele e ficar lá até amanhã à tarde. Perguntei se poderia convidar Catarina para ir conosco. Nathy respondeu que sim e informou que iria ligar para ela. Voltei para o quarto e além dos meus remédios, coloquei algumas roupas que tenho na casa do Enzo em uma mochila.

Cat chegou em um táxi e ficou tentando me distrair até entrarmos no carro do Enzo. Faz um tempo que estamos na estrada e como todos estão em silêncio, se tornou impossível não me perder em pensamentos. Fecho os olhos e me permito pensar que agora que já sabe tudo que aconteceu comigo, Pedri deve ter me mandado alguma mensagem.

Pego o celular, desbloqueio rapidamente, entro no aplicativo de mensagens, clico na conversa dele e suspiro de frustração ao ver que ele não mandou nada. Quando me dou conta, estou relendo nossas conversas e imaginando que poderíamos estar juntos agora se minha vida não fosse tão complicada.

Analisando com mais atenção, me dou conta que a foto de perfil do Pedri não está aparecendo. Tenho um palpite e para ter certeza, mando mensagem para ele. Quando a mensagem não é entregue, concluo que fui bloqueada e me encolho no banco.

— O que aconteceu, Hopezinha? — pergunta Cat.

— Nada — murmuro.

— Você não parece muito bem, amiga — analisa Nathy, após virar para trás. — Pode examinar ela Cat?

— Óbvio que posso — responde Cat, prontamente. — Irei fazer isso agora mesmo.

— Só estou com dor de cabeça, meninas — digo e deito a cabeça no banco. — Não precisam se preocupar.

— Quer deitar aqui no meu ombro enquanto tenta descansar? — Cat questiona. — Pode ser mais confortável.

Deito a cabeça no ombro da Cat e recebo carinho no cabelo. Agradeço por ela estar sendo uma amiga tão incrível. Ela diz que não tem muitas amizades, mas sabe que amigos se apoiam e não se afastam quando o outro mais precisa. Concordo e dou um meio-sorriso. De repente, sinto um aperto no peito, tenho a sensação de que algo ruim aconteceu e noto que começou a chover.

Tento ignorar a sensação, porém o aperto no peito se torna mais forte e tenho dificuldade para respirar. Tiro o cinto de segurança, puxo o ar pela boca e massageio meu peito por cima da blusa enquanto imploro mentalmente para essa angústia passar logo. Percebendo que não estou bem, Nathy pede para Enzo estacionar o carro.

— Hopezinha, você está passando mal? — pergunta Enzo, após estacionar o carro e direcionar sua atenção para o banco traseiro.

— Eu... Eu... Eu... — falo, com dificuldade. — Preciso de ar.

Noto que a chuva diminuiu bastante, então abro a porta do carro, desço do veículo, continuo puxando o ar pela boca e tento manter a calma. Em um piscar de olhos, meus amigos estão de pé ao meu redor.

— O que você está sentindo, amiga? — pergunta Nathy, visivelmente preocupada.

— Não sei explicar, Nathy — respondo, com sinceridade. — Senti um aperto no peito e agora estou com dificuldade para respirar.

𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora