57 - Sumiço das provas

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Pᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢ

Enquanto dirigia de volta para Barcelona, fiquei me perguntando como conseguirei resolver meus problemas e não sei a resposta até agora. Deixei minha namorada na casa do Enzo com ele e Nathy e vim para minha. Encontrei meu irmão assim que cheguei, avisei que ia guardar minha mala e pedi para ele me encontrar no escritório daqui a alguns minutos.

Chegando no quarto, deixei a mala em cima da cama e senti minha cabeça doendo tanto que parecia que iria explodir. Optei por colocar meu celular no modo não perturbe para não ser incomodado por ninguém, tomei um banho demorado, depois me vesti. Termino de descer as escadas, noto minha mãe no sofá assistindo televisão e tento passar despercebido.

Escuto ela me chamando e como não quero falar sobre os últimos acontecimentos no momento, penso em ignora-la. No entanto, isso se torna impossível quando sou chamado outra vez. Coloco as mãos no bolso do moletom e me aproximo dela em silêncio.

— Você não ia ficar mais uns dias em Sitges? — ela pergunta.

— Sim, mas precisei voltar hoje para resolver uns assuntos — digo e beijo o topo da cabeça dela. — Não faz muito tempo que cheguei em casa.

— Cadê minha norinha? — questiona ela.

E apesar dos problemas, sorrio ao ouvir a pergunta e respondo:

— Sua norinha está com Nathy.

— Filho, estou te achando tão abatido — diz ela, me analisando. — Você se alimentou direito? Aconteceu algo durante a viagem?

— Não estou abatido, Dona Rosy — digo. — Mas preciso falar com meu irmão. A senhora sabe se ele está no escritório?

— Vi seu irmão descendo a escada, mas estava tão entretida na novela que não notei se ele foi ao escritório ou para outro lugar — ela fala. — E só vi você passando e te chamei para conversar porque a novela já acabou.

Dou uma risadinha, aviso que vou procurar Fernando e falo mais com ela depois. Sigo em passos largos e ao chegar no escritório, abro a porta e vejo meu irmão mexendo em algo no computador. Ele me vê e diz que precisa ter uma conversa séria comigo.

Apreensivo, entro no escritório e fecho a porta. Vou até a mesa que ele está e sento em uma cadeira em sua frente. Fernando conta que não viu o vídeo, mas soube que realmente me gravaram na praia com Hope. Ele me entrega o celular, aberto em uma postagem da choquei. Sinto a raiva me dominar ao ler que estão cobrando um valor e vão enviar o vídeo em visualização única para as primeiras cinquenta pessoas que realizarem o pagamento.

— Então esse bando de filhos da puta recusou o acordo que meu advogado propôs porque já estavam com a intenção de vender o vídeo.

— A parte boa, se é que existe, é que vão enviar o vídeo em visualização única e o acesso será limitado — ele fala. — Independente disso, o advogado já está chegando para ver o que podemos fazer para resolver a situação.

— Não vou conseguir ficar em casa até o advogado chegar, pois tenho uma reunião com Joan e Xavi e depois, preciso ir à delegacia.

— Vai à delegacia falar com a mulher que pode ter algum envolvimento no acidente que você sofreu? — questiona ele.

— Uhum.

— Vou tentar resolver a questão do vídeo com o advogado e enquanto isso, você vai à reunião e depois à delegacia — ele fala.

— Certo, mano — concordo. — Obrigado mesmo.

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𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora