104 - Pequeno problema

3K 236 334
                                    

ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢ

Fico preocupado e pergunto se está tudo bem quando vejo o rosto da Hope ficando pálido. Ela balança a cabeça negativamente e fala que não está conseguindo respirar direto. Falo algumas palavras e tento ajudá-la a normalizar a respiração. Sinto um alívio enorme ao perceber que está dando certo.

Ela me abraça e começa a pedir desculpa repetidas vezes. Falo que ela não precisa se desculpar, pois não fez nada de errado. Envolvo ela nos meus braços e tento não pensar no que pode acontecer, entretanto, é praticamente impossível. Meu medo é de descobrirem que estamos juntos e machucarem ela na minha frente. Vou fazer o possível para mantê-la segura e evitar que algo ruim aconteça.

Escuto ela fungando e solto um suspiro cansado. Faço carinho no cabelo dela, espero ela ficar mais calma e pergunto se podemos continuar conversando. Ela se afasta, senta na cama e começa a enxugar o rosto com as mãos. Chega a ser estranho, entretanto sempre sinto vontade de chorar quando vejo ela triste. Lembro que preciso ser forte, caso contrário vou deixá-la ainda mais nervosa.

— Posso fazer algo por você? — pergunto.

— Não, estou bem — diz ela. — Mas você pode me dar outro abraço?

— Quantos você precisar — falo.

Ela vem ao meu encontro e esconde a cabeça em meu pescoço. Quando a envolvo em um abraço apertado, escuto a respiração dela irregular. Afasto-me um pouco, encosto nossas testas. Enxugo as lágrimas dela com cuidado e começo a distribuir alguns beijos em seu rosto. Beijo o canto da boca dela e me pergunto se devo continuar ou não.

Mesmo estando com muita vontade de beija-la, decido parar após concluir que não é o momento. Coloco uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e fico admirando a beleza que ela tem. Ela desvia o olhar e se afasta um pouco. Estou com receio de ter a deixado desconfortável. Olho para ela outra vez e concluo que está tudo bem quando vejo ela sorrindo.

— Obrigada pelo abraço — agradece ela.

— Ainda podemos conversar? — questiono.

— Sim, — ela responde.

Sento de frente para ela e tento lembrar do que ainda não contei. Após recordar de algumas coisas, informo que irei continuar.

— Como meu corpo estava um pouco dolorido, já tinha em mente o que iria fazer — digo. — Minha ideia era esperar até que todos voltassem ao hotel em segurança, chamar Xavi e explicar que não conseguiria jogar no dia seguinte devido a tudo que aconteceu.

— Lembro que cheguei à casa do Enzo e vi minha família assistindo ao jogo — ela fala. — Você estava jogando.

— Não pude conversar com Xavi e pedir para ser liberado do jogo, pois as vidas de pessoas importantes estavam em risco — falo.

— Quais pessoas? — pergunta ela, baixo.

— Gavi e Ferran — respondo. — Para poder saber se meus amigos estavam bem, precisei prometer ao Rodrigo que deixaria ele fugir e não ligaria para o detetive depois — digo.

— Você também foi obrigado a jogar? — pergunta ela.

— Vou falar sobre isso daqui a pouco — digo. — Continuando: Rodrigo me disse que Gavi e Ferran estavam bem, mas poderiam morrer a qualquer momento. Na hora do desespero, aceitei fazer um acordo com ele. A única exigência para que meus amigos continuassem vivos era que ninguém ficasse sabendo do ocorrido.

— Esse foi o acordo? — ela questiona. — Estou achando estranho.

— Cheguei a pensar que era apenas isso, mas estava enganado. Minha outra parte do acordo era agir normalmente, o que incluía jogar no dia seguinte. Rodrigo falou que iria deixar alguns homens na frente do estádio. Se eles descobrissem que eu não estava jogando, iriam esperar o jogo acabar e iriam atirar nas pessoas que fossem saindo — revelo.

𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora