7 - Brincando de capturar a bandeira.

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Ohana POV.

Eu iria morrer.

Agora eu tinha certeza disso. Eu iria morrer por pura teimosia e orgulho. Eu sei, eu que pedi isso e aceitei, sabia dos termos e condições de Larissa quando praticamente implorei para ela me treinar. Mas eu nunca pensei que seria tão difícil e desumano assim! Até mesmo Arielle havia ido conversar com Larissa para ela maneirar um pouco, e o que o diabo fez? PIOROU.

Semanas haviam se passado desde o início dos treinos. Agora o lugar se encontrava com muito mais semideuses, estava mais barulhento e com mais cara de acampamento. As vezes até parecia algo comum. Até alguém aparecer e fazer alguma bizarrice. Como uma filha de Hécate transformar um ex-namorado filho de Dionísio em um rato branco por duas horas. Ou um filho de Deméter fazer crescer uma planta super esquisita na cabeça de Drew. Aquilo foi realmente engraçado, mas o garoto teve que se esconder dos filhos de Ares por dois dias.

Eu estava aprendendo a gostar do lugar. Claro que tirando todas as manhãs em que Larissa me matava um pouco mais. Pelo menos por uma hora, eu ia dançar com Becca e Ari. Eu até que levava um pouco de jeito para aquilo, o que me surpreendeu bastante. Becca e Ari eram uma dupla perfeita para isso, elas eram brincalhonas, divertidas e esquisitas o suficiente para tornar aquela hora um dos meus momentos favoritos. Larissa estava certa, coisa que ela nunca vai me ouvir admitindo, quando disse que dançar me ajudaria a manter uma noção melhor das coisas. Ainda continuava desastrada quando ficava desatenta, mas o nível de acidentes estava diminuindo.

Os treinos eram sempre diferentes um do outro. Afinal, Machado nunca havia ensinado a ninguém antes. Às vezes, treinávamos os meus reflexos e ela ficava atirando coisas em mim com uma máquina que Maluma inventou. Nesse dia, um grupo se juntou para ver o verdadeiro desastre, eu fui um verdadeiro bobo da corte. Hora, ela me ensinava técnicas básicas com a espada, e nesses momentos eu tinha de admitir que ela realmente sabia o que fazia. Outros, era baseado apenas no meu ataque ou na defesa. Descobrimos que eu não deveria usar escudos, eu já era desastrada o suficiente sem ter um peso maior em meu braço esquerdo.

Uma das coisas engraçadas que aconteceu, foi que as pessoas pararam com o bullying. Arielle dizia que era porque eu já sofria demais só com os treinos da Larissa e dava até pena. Lexa chegou até comentar que ninguém se atreveria a mexer com o bichinho da Machado. Uma coisa que me deixou ofendida, mas depois me fez rir, pois as vezes eu era exatamente isso.

Em uma das noites em que meu grupo de amigos - sim, agora eu tinha amigos, outra vantagem do acampamento. - ficou em volta da fogueira, fiquei escutando histórias bizarras e de aventuras de cada um deles, até mesmo Larissa estava ali, mas eu desconfiava que era apenas por Arielle e Maluma. Cada um tinha um talento que se destacava. Lexa não era a melhor no arco e flecha, esse título pertencia a Demetria, mas era a melhor na arte da cura. Rebecca tinha um charme persuasivo, ela literalmente conseguia tudo o que conseguia quando decidia. Vi isso acontecer quando ela pediu de maneira bem instigante, para um garoto ir buscar amoras não floresta para ela. Só que as amoras eram extremamente difíceis de encontrar. Arielle era a mais encrenqueira e travessa, apesar da mais carinhosa também. Ela era rápida, ágil e também tinha um mapa embutido em sua mente. Larissa... Bem, ela tinha aquele lance de raios e eu ouvi as pessoas comentando que ela podia voar de certa maneira, além de ser uma mestre no esgrima. Maluma era um gênio.

: - Isso é irritante. - Falei pensando alto.

: - O que é irritante, amiga? - Arielle perguntou ao meu lado.

: - Não saber quem é a minha mãe. - Admiti e soltei um longo suspiro.

Eles fizeram um pouco de silêncio em compreensão ao que eu tinha dito. Já fazia um tempo considerável que eu estava ali e nada havia acontecido. A essa altura, eu deveria saber de algo, certo? Além de ter passado do tempo de ter sido reclamada naturalmente.

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