Ohana POV.Eu simplesmente não estava pensando. Apenas agia, e agia guiada por Larissa. Corri para dentro do chalé ainda trêmula, mas lutando bravamente para me controlar. Eu não podia ser aquela garota fraca mais uma vez. Eu tinha de ser forte pela Sofia.
Os pesadelos começaram pequenos, eu sempre os tinha. Um lugar escuro, fechado, uma sensação claustrofóbica que me levava lentamente ao desespero e um ataque de pânico. Era como se eu estivesse soterrada entre os mortos, pois a presença mortífera sempre estava lá, em todos os cantos, sufocante. E então eu acordava. Porém, ultimamente eles estavam aumentando, piorando. Todas as vezes que eu acordava era gritando e acordando alguns filhos de Hermes no meio da noite. Arielle então deitava ao meu lado e tentava me acalmar. Eles sempre eram os mesmo, mas ao mesmo tempo, alguma coisa nova surgia.
Como quando descobri que não estava sozinha naquele lugar. Uma criança, assustada e encolhida no canto, com a roupa suja e cabelos escuros maltratados. Eu sentia a dor que ela estava sentindo, o medo por estar em um lugar tão sinistro e sozinha. Cada vez mais eu via a criança, notava seus traços parecidos com os meus. Em um desses sonhos, uma Fúria apareceu trazendo o que parecia ser comida.
: - Coma, o mestre não quer que você morra ainda. - Ela comentou com a voz aguda e monstruosa.
: - A comida é ruim. - A garotinha choramingava.
: - Você tem sorte de estar viva ainda bastarda, mas isso irá mudar em dois dias. O meu lorde irá interrogá-la mais uma vez e não será complacente como da última vez. Você irá morrer, Sofia.
: - Não! Eu já disse que não onde a moça está! Por favor eu só quero ir para casa!
Ela começou a chorar e o monstro foi se afastando indiferente. Depois de muito tempo ela engatinhou até uma tigela com uma gororoba escura, ficando assim no lado onde havia mais luz naquele lugar fechado. Foi então que eu realmente a vi. Que eu olhei em seus olhos e soube. A garotinha presa era minha irmã. Era uma certeza tão violenta que eu não conseguia duvidar nem por um segundo.
Eu tinha uma irmã. Ela estava aprisionada em um lugar escuro e subterrâneo. E iria morrer em dois dias. Antes de acordar em total desespero, tudo tinha começado a girar, imagens jorravam em minha mente e uma delas era bastante clara. O letreiro de Hollywood.
Cai praticamente da cama, arfando, suando, sabendo que tinha de fazer algo. Meu primeiro impulso foi de correr, de sair e respirar fundo. Eu o fiz e esbarrei em Larissa. Como ela conseguia estar no momento em que eu mais precisava dela? Não importava, eu precisava fazer alguma coisa, era desesperador a necessidade que eu tinha de salvar a minha irmã. Deus, ou deuses, eu tinha uma irmã!
Arrumei tudo o que Larissa tinha pedido. Troquei de roupa rapidamente, usando uma calça jeans, tênis e uma blusa preta. Eu estava terminando de fechar a bainha da minha espada em minha cintura quando Larissa bateu a minha porta, ela colocou a cabeça para dentro do chalé e fez um gesto indicando que eu deveria sair. Respirei fundo, peguei a mochila que havia pegado emprestado de Arielle, juro que iria devolver, e sai do chalé.
: - Isso é loucura, Lari. - Maluma resmungou.
: - Não importa, estou cobrando o favor de ter salvo a tua vida daquela vez. - Larissa disse ríspida e impaciente.
: - Você poderia pelo menos usar um por favor. - Maluma fez uma careta.
: - Eu poderia acertar um raio em seu traseiro se não começar a andar, agora!
: - Maluma... - Chamei incerta. - Desculpe, mas eu... - Larissa me olhou feio, logo concertei. - Nós precisamos ir para Los Angeles.
: - Viu? Isso sim é um pedido de ajuda. - Maluma apontou para mim e fez Larissa ficar ainda mais irritada. - Agora vamos? Vocês duas estão muito lerdas.
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Estações- Versão Ohanitta
Fiksi PenggemarAdaptação da obra da escritora @keycis2 Sinopse Você acredita em mitologia? Daquele tipo com deuses, heróis e monstros. Se não, passará a acreditar; se sim, saberá que tudo é verdade. Ohana Lefundes descobriu isso de uma maneira mais inusitada poss...