2 - Bem vinda a nova realidade.

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Ohana POV

Chegamos a parte leste da escola, onde havia quase nada além de um jardim mal cuidado. Arielle estava agitada, resmungando coisas que eu não conseguia compreender. O que diabos havia sido aquilo? Como o nosso zelador virava um protótipo de Hulk e atacava a uma aluna? Tudo bem que todo mundo no fundo queria dar um soco na Machado, mas isso era apenas no sentido figurado e metafórico da coisa, ao menos na maior parte do tempo.

: - Ohana, não surte agora! - Arielle notou a minha respiração acelerando com os pensamentos confusos. - Primeiro temos que ir para um lugar seguro, ok?

: - O que está acontecendo, Ari? - Perguntei um pouco chorosa, estava me tremendo de medo.

: - Vai dar tudo certo, eu prometo. Mas vamos para um plano que é bem simples: fugir da escola, ir para minha casa, montar um plano de verdade.

: - Mas e a Larissa?

: - Ela vai nos encontrar no caminho.

Tão certa quanto a isso, Arielle olhou para os lados e encarou o muro. Então com uma agilidade incrível, ela saltou e escalou facilmente a parede de pedras, sentando no topo com uma perna de cada lado. Arielle ofereceu a mão, me ajudando a subir e resmungando algo como eu ter que parar de comer besteiras. De tudo aquilo, a única coisa normal que aconteceu foi quando saltei para o lado de fora da escola, cai com o peso muito para frente e desabei no chão. Ari me ajudou a levantar sem nenhuma piadinha, o que era estranho.

Corremos pela rua, mas antes de entrarmos na avenida principal, Arielle parou e olhou para os lados. Ela aproximou de um carro, um popular e velho de cor verde oliva, e tirou dos bolsos um canivete. O girou entre os dedos e pareceu ativar algo, fazendo parecer uma chave própria para carro.

: - Ok, primeiro um isqueiro que se transformou em espada. Agora um canivete que tem uma chave de carro? - Indaguei completamente confusa.

: - É uma chave mestre, idiota. - Arielle resmungou, e encaixou a chave no carro, girando e abrindo o veículo facilmente. - Abre praticamente tudo. Uma mão na luva na maior parte do tempo. Agora entra!

Não ousei mais questioná-la. Aquilo tudo estava sendo uma loucura e por motivos sábios, a minha razão foi dar um passeio e deixou que meus instintos  comandassem a maior parte de meus comportamentos. Entramos no carro e Arielle arrancou fazendo cantar pneu, naquele momento eu descobri que minha amiga não era nem um pouco uma boa motorista.

: - Arielle, pelo amor de Deus, você poderia me explicar ao menos o que está acontecendo? - Questionei falando alto, por puro desespero, minha mente voltando a funcionar lentamente.

: - Essa é uma ótima pergunta, eu estava quase certa de que você não era uma de nós. - Arielle gemeu frustrada. - Vou ter que aguentar Larissa falando "eu avisei".

: - Que tipo de drogas vocês estão tomando? Como assim uma de nós? É uma gangue? Eu fui envolvida por ser sua amiga?

: - Uma gangue? Seria bem legal e perigoso. - Arielle riu e balançou a cabeça.

: - Então, como aquele homem cresceu como o Hulk? Só faltou ficar verde!

: - Ah, não era um homem. Era um lestrigão. Uma espécie de mini-gigante canibal, não são espertos o que é nossa vantagem, mas são canibais e fortes.

: - Canibais? Você está de brincadeira, não é?

: - Quem me dera, Ohana, quem me dera... PUTA MERDA!

Arielle freou de vez, me lançando para frente já que em meu desespero, não coloquei o cinto de segurança. Bati com força a cabeça no painel, estava levemente tonta, quando ergui minha visão e vi Larissa parada na frente do carro, com as mãos espalmadas e a respiração ofegante. Ela estava levemente machucada, sua roupa coberta por uma poeira dourada. A garota socou o capô do carro e entrou no banco do passageiro atrás de mim.

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