Brasil estava junto de Japão. Os dois esperariam por Chile. O grupo de amigos iriam todos juntos no carro emprestado de Austrália, já que o mesmo iria junto de seus irmãos ao sítio do América.
— Eu acho que você tá abusando da boa vontade alheia. — Japão comentou, enfiando mais um biscoito na boca.
— Eu acho melhor você ficar na sua antes que eu faça você comer esse pacote de biscoito inteiro em um minuto. — Brasil exclamou irritado. Havia tantos motivos para ficar irritado, o calor escaldante, as malas pesadas que ele teve que de carregar sozinho durante o percurso pelas escadas do prédio da japonesa. A desculpa da vez foi: "tive um resfriado, ainda estou fraca". Pra dar ela não estava fraca, Brasil tinha certeza.
Pelo menos, chegaria no sítio maravilhoso do América e se jogaria na piscina, ou não. Ah, o brasileiro não estava preparado pro que viria ao chegar no lugar.
— Você não entende a gravidade das coisas, tô falando sério. Pediu pro Austrália o carro emprestado só pra não ter de ir com América, e o Chile mal sabe dirigir.
— É só eu pegar no volante.
— Você sabe muito menos, Brasil! Vai ter que dopar aquele gigante pra ele não desconfiar aonde a gente tá indo.
— Você tá duvidando da minha capacidade, japa. — O diálogo foi interrompido por uma buzina do lado de fora, era Chile com o carro caríssimo de Austrália. Sim, o chileno estava curtindo e se exibindo com o carro como se ninguém soubesse que os únicos que tinham a capacidade (vulgo grana) pra adquiri-lo era a família de UK. — Vamos logo.
Depois de ajeitar as varias malas no porta-malas, os dois entraram no carro. Japão estava levando tantas malas que Brasil nem fazia ideia do que ela poderia inventar de colocar na mala, já que seriam apenas 3 dias. Já o último citado levava apenas sua humilde mochila de guerra, que já o acompanhava a tantos anos. Chile? Nem reparou, enquanto os outros dois trabalhavam duro em organizar as malas, Chile estava ajeitando o óculos em seu rosto enquanto sorria e fazia caretas para o retrovisor.
— Eai Brasil, já mandou mensagem pro Rússia? — Chile perguntou, já com o carro em movimento.
— Sim, ele disse que estaria esperando na porta da casa dele, você sabe onde é, caminho da estrada. — Não demorou muito para os três chegarem no local marcado, apenas alguns minutos. Rússia estava sentado no meio fio na frente de sua casa, fumando e com a mochila ao seu lado. — Sia?
— Você chegou rápido. — Brasil pensou em dar um beijo no canto da boca do russo, porém se contentou em apenas sair do carro e cumprimentá-lo. Sabia que Rússia ainda morava com sua família e bom, acreditava que seu pai não era muito de acordo com o relacionamento do filho. Principalmente com outro homem. — Porque Chile e Japão estão aqui?
— Eu não sei dirigir, então eles se ofereceram pra acompanhar a gente. — Rússia pareceu desapontado, coisa que deixou o brasileiro com um leve sentimento de pena. Mas não tinha tempo pra isso, precisava driblar ele. — Vamos?
— Ahn, ok então. — "Como ele aceitou tão facilmente?", foi o único pensamento que se passava na cabeça de Brasil, e coincidentemente na de Japão também. A japonesa desconfiava de algo, mas resolveu não falar pra não cortar o clima e acabar entregando o plano (muito mal feito) do amigo.
Assim que os dois entraram no carro, Chile deu partida e demorou apenas uma hora e meia pra chegarem no local que América havia indicado. O maior já estava com a cabeça apoiada no ombro de Brasil e cochilando tranquilamente, como um bebê.
— Como um cara com essa pose de macho alfa consegue dormir como um bebê? — Japão sussurrou para o amigo, virando para o banco de trás. O sul americano apenas deu de ombro e soltou uma risada nasal.
— Chegamos. — Chile disse e saiu do carro, observando o lugar.
— Que lugar bonito. — Brasil olhou os arredores ainda dentro do carro. Podia ver mais três carros estacionados ao lado, no campo gramado. Mais a frente se encontrava a casa, e já conseguia escutar vozes conhecidas. Assim que Chile bateu a porta do carro, Rússia acordou de seu sono pesado, ainda sem saber muito bem onde estava. Péssima hora, pois América vinha recepciona-los junto de Austrália.
— Rússia? — O americano perguntou irritado e surpreso assim que viu o gigante russo saindo do carro. Brasil saiu logo em seguida, com um sorriso amarelo e uma cara lavada já bem conhecida.
— Ahn, oi América. — O brasileiro disse ainda com a mesma expressão.
— Que merda tá acontecendo? Era pra cá que você iria me trazer Brasil? — Rússia já estava extremamente irritado, chegando ao ponto de estar vermelho. — Você me trouxe pra merda da festa desse porco capitalista?
— Voce vem no meu sítio e quer falar assim de mim seu comunista imbecil! — Não demoraram dois minutos para os dois estarem um por cima do outro, revezando socos. Brasil e Austrália, sem muita opção, tentaram puxar um de cada lado, evitando assim a briga. Enquanto o brasileiro ficava com o maior, Austrália cuidava de seu irmão. Assim que já estavam longe o suficiente, o resto do grupo deu um tempo para o euroasiatico e o brasileiro conversarem a sós. O último citado já estava chorando.
— Rússia e-eu, me desculpa... Eu só queria trazer você pra se divertir com a gente e acabei com tudo, eu sou um fracasso. — Rússia, de frente para Brasil, passou a os dedos longos em seu maxilar, antes de virar as costas e se enfiar no meio do mato. Provavelmente foi espairecer, pensou o brasileiro.
Poderia se preocupar com o russo no meio do mato sozinho, poderia pensar em como sua ferida no canto da boca (proveniente dos socos), poderia inflamar. Poderia pensar em tudo, mas só pensava no quanto Rússia e América estavam chateados, e o quanto o brasileiro estragou com tudo.
Agora estava sentado em uma pedra, isolado do resto dos seus amigos, com o rosto coberto de lágrimas e a mente nublada de pensamentos ruins. Havia estragado o aniversário de América, e de quebra, sua relação com os dois. Deveria ter escutado seus amigos, aquela não era uma boa ideia.

VOCÊ ESTÁ LENDO
caipirinha
FanfictionBrasil fazia faculdade de dança e trabalhava a noite em uma boate como barman, mas assim que boatos envolvendo USA e Rússia se espalham pela cidade, o mesmo vê sua vida virar de cabeça pra baixo. De uma vida monótona e comum o latino se vê em uma n...