𝐔𝐍𝐄𝐗𝐏𝐄𝐂𝐓𝐄𝐃 - G. Lessa

11: 𝙉𝙖𝙙𝙖 𝙢𝙪𝙙𝙤𝙪 ☕︎

LUIZA COOPER 🧸

Sons de tiros por toda parte, pessoas correndo desesperadas, gritos.

Quando eu aceitei esse emprego, mesmo sabendo que haveriam coisas desagradáveis, nunca pensei que veria essa cena, ou algo parecido.

Aterrorizante, eu definiria assim, meu corpo tremia enquanto eu estava abaixada, escondida em baixo do balcão. Me sentia como se estivesse brincando de esconde esconde, prontinha pra ser achada.

Escuto a voz grossa e firme de Gabriel gritar, não por medo, ele parecia se divertir, afinal, ele devia estar acostumado com esse tipo de coisa.

- Seus filhos da puta, vocês estão loucos de invadir um território Killer? Ótimo, vocês querem atenção. Irei dar a atenção que querem, eu e minha preciosa. - Ele se referia a arma em sua mão.

Nunca vi Gabriel tão bravo e animado ao mesmo tempo, ele era indecifrável.

Continuo em meu esconderijo por minutos, que pareciam horas, e então, sinto uma mão fria em meu braço, olho pra cima e vejo um homem desconhecido, o garoto tinha olhos azuis que penetraram até minha alma, engoli seco, quando ele me puxou pelo braço.

- Olhem pessoal. Uma vadia escondida. - Ele falava e seus colegas riam.

Eu queria xinga-lo, dar um tapa na cara daquele loiro e dizer umas verdades na cara dele, porém, meu corpo continuava paralisado, tremendo por medo, mas que droga, por que eu não dizia nada?

Juntei todas as forças de meu corpo e com muita coragem, e medo é claro, tentei falar algo.

- Se refira melhor a garota, não acham vadia... Genérico? - Gabriel apareceu juntamente ao seus colegas, com sua arma em mãos e com um sorriso provocativo para mim, merda.

- Lessa! Que bom te ver. - O loiro se vira a Gabriel, ainda segurava meu braço, agora com mais força. Sua voz era sarcasmo puro.

- Que pena que não posso dizer o mesmo, Yuri. - Ele levanta seu olhar ao loiro, e por alguns segundos eles se encaram, de forma que até eu me arrepiei. - Larga a garota. - Nesse momento, sua voz não havia deboche ou sarcasmo, ele estava sério, e seu olhar deixava isso claro.

- Uma de suas putas, Lessa? - Yuri da uma gargalhada irônica. - Passou a cuidar delas agora?

- Solta a garota agora, é o último aviso. - Lessa tira um cigarro de seu bolso e acende, eu diria que não era o momento certo para fumar, mas Gabriel, bom, Gabriel não ligava.

Sinto meu braço ser solto e um grande alívio percorre meu corpo, Lessa faz um sinal para eu me aproximar, vou até ele e fico atrás do mesmo, de certa forma, era como se Gabriel estivesse a me proteger.

Sim, era estranho.

- Ótimo! Agora vazem. - Gabriel disse e Yuri levantou uma sombrancelha. Mas não negou, em poucos minutos eles se reuniram e saíram da boate.

- Por que não avisaram que os Killers estariam aqui? - Um homem qualquer perguntou num sussurro enquanto passava por nós, eu e Gabriel ouvimos, o que fez o moreno soltar uma risadinha.

- Ok, acabou o show. Vamos embora! - Mob exclamou e logo me viro afim de ir pra casa e me trancar no quarto até amanhã a noite, mas pra minha surpresa, ou não tanto, sinto as mãos de Gabriel pararem em minha cintura, me impedindo de ir.

Me viro para Gabriel e o olho nos olhos, o moreno sorria para mim de forma completamente provocativa, me perguntava se ele sabia sorrir de outra forma.

- Cadê o "obrigada Lessa, agora vamos para sua casa para eu recompensar o favor." - Ele afinou a voz para me imitar e eu acabei deixando uma risada escapar, Gabriel riu também e apertou minha cintura um pouco mais.

- Obrigada Lessa, e o resto não vai rolar. - Tentei sair de seus braços mas o mesmo impediu. - Deixa eu ir Gabriel.

- Qual foi princesa? - Me arrepiei com a fala de Lessa. - Nem um beijinho de obrigada? - Ele fez um bico e eu confesso que sorri de novo. Eu estava me sentindo a vontade de mais com Gabriel, e no fundo, eu sabia que isso não era bom.

Levo minhas mãos até sua nuca e aproximo nossos rostos, minha respiração pesa e então penso em o empurrar e correr, para bem longe, onde Gabriel jamais me acharia e eu esqueceria a existência desse maldito homem. Mas não, ao envés de correr para longe, eu corri em sua direção. Juntei nossos lábios num selinho demorado, Gabriel pediu passagem com a língua, e eu cedi. Me xinguei por um momento por me deixar levar pelo seu beijo, mas logo esse sentimento sumiu, havia apenas eu e Gabriel naquele momento.

Suas mãos apertavam minha cintura, e as minhas estavam sob sua nuca, Gabriel desceu a mão até minha bunda e deixou uma apertada seguida de um tapa não tão forte, o que me fez sorrir e soltar um gritinho entre o beijo, Gabriel sorriu sacana, como sempre. E então voltou a me beijar freneticamente, como se sua vida dependesse daquilo. Meu coração palpitava, por algum motivo desconhecido, o beijo era diferente do primeiro que tivemos, era como se tivesse algo a mais, mas não faço ideia do que seja.

- Pelo amor de Deus Gabriel, nem numa hora dessas você sossega. - Um dos amigos de Gabriel disse o chamando, o moreno sorriu quando nos afastamos e eu acabei sorrindo junto.

- Não vou deixar você ir sozinha, está muito perigoso. - Ele afirma sem me deixar chance de o contestar. - Vem, eu te levo. - Me puxou pela mão até seu carro, sem me dar chance de o contrariar, o garoto deu partida em direção a minha casa.

Como Gabriel não sabia o caminho, tive que guia-lo, eu sorria quando ele fazia alguma piada banal, e ele acabava por sorrir junto.

Antes de sair do carro, Gabriel me puxa e deposita um selinho demorado em meus lábios, o que me faz ir às nuvens por segundos.

Quando o carro vai embora, olho pro céu e caio na real. Mas que caralhos eu tô fazendo, ele ainda é Gabriel Lessa, e eu ainda sou Luiza cooper. Um simples beijinho não vai mudar isso.

Nada mudou.