The Middletown Mysteries

2.2 Nova Companhia em Middletown

Narração de Aaron Bloomer

Com meu despertador tocando, acordo com a visão das nuvens, junto com a neve que continuava a cair. Levanto da minha cama com um pouco de dor de cabeça pelo dia anterior. Toda essa situação me deixou assustado e aflito, ainda mais o Daniel.

Já no meu banheiro, escovo meus dentes pensando em como o Daniel está e de como, aparentemente, ele sabia de algo. Agora, o que ele sabe? Devo tentar falar com ele hoje?
Acho que não... Tá muito recente e eu não quero o deixar mais triste.. vou visitar pra ver como ele está, nada além disso. Terminando de escovar meus dentes, coloco duas camadas de roupa para poder me preparar pro frio que está lá fora. Caminho pelo longo e vazio corredor da minha casa, até chegar nas escadas e enquanto desço, ouço som de talheres vindo da cozinha

— Mãe? — Descendo o último degrau, questiono indo em direção da cozinha. Por conta da porta da geladeira aberta, na posição em que me encontro, não consigo visualizar quem está procurando algo na geladeira, até que a porta se fecha

— Olá irmãozinho! — Sorridente e com uma garrafa de leite na mão, disse

— Andrew? O que você tá fazendo aqui? — Surpreso e confuso, digo o olhando

— A faculdade não dura pra sempre! — Colocando o que pegou da geladeira na bancada, me respondeu se virando
— Agora me dá um abraço! — Abrindo seus braços, proclamou, eu sorrio e abraço o mesmo

— Como foi o voo pra cá? — Indo até a mesa, pergunto me sentando em uma cadeira e Andrew se senta em minha frente

— Bom.. Eu peguei uma turbulência muito forte, os aviões que vem pro Alaska não são muito bons e.. Provavelmente eu preferia ter ido pra Nova York. Tipo, o que os nossos velhos querem com um cidade no meio do nada? — Colocando o leite em seu cereal, o mesmo ia me respondendo e fazendo seu café da manhã

— Essa última pergunta eu fiz pra eles e fiz pra mim mesmo várias vezes! — Pegando o leite de amêndoa, digo o olhando nos olhos
— Mas.. Até que eu me acostumei com esse lugar! — Olhando para a janela, falo sorrindo fraco

— Uau.. Quem diria. Aaron Bloomer, o garoto metropolitano gostando de um lugar fim de mundo. — Enquanto mastiga, Andrew diz olhando para mim

— Assim.. Não é muito pelo lugar. Eu diria que é mais pelas pessoas... — Lembrando de um certo alguém, sorrio olhando para o pão integral que peguei

— Como assim, "pelas pessoas"? Já se apaixonou por mais de uma? — Questionando, o mesmo aparentava chocado

— Não foi isso que eu quis dizer. E não. Não foi mais de uma, é apenas uma pessoa mesmo! — O respondo fazendo mais mistério e sorrindo

— Eu vou conhecer ela? — Passando mel em sua panqueca, perguntou

— Provavelmente! — Continuo sendo misterioso e vejo Andrew revirar seus olhos

— E o papai? — Assim que pergunta, expiro de forma bruta
— É... Vejo que ele continua o mesmo cabeça dura de sempre! — Tendo sua resposta apenas com um gesto, Andrew percebe e eu sorrio fraco

Ficamos conversando durante uns minutos, até que finalizo meu café da manhã e saio em direção a casa de Daniel, mesmo sendo tão recente e nevando. Só sei que minha preocupação por ele está muito forte e eu não quero ouvir uma palavra do meu pai.


Narração de Daniel Jackson

Eu estou sentado em frente à TV faz um bom tempo, até tentei pegar meu celular, mas as fofocas... Toda essa conversa nos grupos da escola sobre o que aconteceu... Tudo me deixa totalmente mal, triste e preocupado..
Na TV, uma série qualquer da Daisey que eu coloquei para assistir. Na realidade, eu estava mais entretido com meus pensamentos do que com o que passava na TV já não tinha tanta importância para mim.

— Filho, eu estou indo resolver umas coisas no trabalho.. Você tem certeza que não quer que eu fique? — Aparecendo da cozinha, minha mãe pergunta me olhando preocupada e eu apenas aceno em forma de não
— Dan.. É sério, você não quer que eu fique? — Em minha frente, questionou novamente

— Não mãe. Pode ir.. — Seco, a respondo olhando nos olhos

— Tá bem.. Qualquer coisa você me liga ou chama a senhorita Simmons!! — Colocando um casaco grosso, ela diz me olhando incerta e movimento minha cabeça em forma de sim

— Ok! — A assistindo colocar sua bota, digo e a mesma vem até a mim, me dando um beijo na bochecha e saindo. Logo volto a olhar para a TV e vejo minha mãe voltar

— Eu esqueci as chaves! Tchauu!! — Pegando na prateleira, disse, eu aceno para ela e a mesma saí de casa.

Me levanto para pegar algo na cozinha, chegando no cômodo, penso no que pegar e logo abro os armários a procura de algo, até que eu pego manteiga de amendoim e um pão, mas olhando para o que fiz, penso que só um pão pode não ser suficiente, então logo pego mais um pão e coloco geleia de amora. Pra beber, pego uma garrafinha de Coca-Cola e levando tudo para a mesa de centro, me deito no sofá e fico assistindo TV enquanto como. Até que, terminando meu primeiro sanduíche, ouço a campainha tocar, me levanto e vou até a porta, a abrindo, vejo Aaron completamente agasalhado.

— Oi Dan! — Acenando, disse o garoto mais alto, que estava de gorro, luvas e botas

— Oi.. — O olhando nos olhos, respondo

— Posso entrar? — Perguntado, saio de sua frente, o mesmo entra e fecho a porta.

Logo após, assisto Aaron retirar seu casaco e tudo que o fazia parecer maior do que já é. Confesso que dou uma fraca risada ao ver o mesmo com dificuldade para tirar o casaco. Vou para a sala e me deito novamente no sofá

— Então... Eu vim ver como você está.. — Me olhando, Aaron se senta ao meu lado e eu olho em seu rosto

— Vendo série! — Digo em um tom de voz fraca e recebo seu olhar sério, logo o silêncio reina

— Eu te entendo.. — Aaron responde quebrando o silêncio

— Como assim? — Sem o entender, questionei

— Também tô sentindo esse nada.. Essa sensação de estar e não estar. — Me olhando nos olhos, disse

— Perdão se eu fui grosso.. Eu não deveria ter te respondido assim! — Colocando minha mão em meu rosto na altura de minha bochecha, digo

— Ei! Não tem problema. Eu te conheço e sei diferenciar quando você tá sendo grosso por impulso e quando você tá sendo grosso porque quer! — Em sua forma calma como sempre, Aaron diz e eu sorrio
— Ontem eu pensei em te enviar uma mensagem, mas.. você sabe. Uma visita em carne e osso é muito melhor do que uma mensagem de texto! — Olhando para a TV, Aaron diz me olhando de relance

— Entendo. E você? Como está? — O olhando, pergunto vendo o mesmo pensar

— É.. O que aconteceu ontem foi insano e eu ainda tô tentando assimilar. — Voltando a me olhar, disse
— Mas, hoje de manhã meu irmão chegou! O que me deixou mais confuso ainda.. Mas já me acostumei com a confusão! — Me olhando nos olhos, diz e eu aceno em forma de concordância

— Peraí, irmão? Aaron, você nunca me disse que tinha um irmão! — O olhando chocado, digo confuso

— Eu acho que eu já falei e você provavelmente não estava prestando atenção! — Com convicção, Aaron diz

— Claro que não! Você que não deve ter falado e tá jogando essa culpa pra cima de mim.. — Tirando sua acusação, digo e assim que olho pra mesa, miro o prato
— Oh... Eu esqueci de te oferecer.. Você quer um sanduíche de pasta de amendoim? — Me sentando, digo pegando o prato em cima da mesa de centro
— Eu tinha feito um de geleia de amora, até pensei que eu iria aguentar comer os dois, mas eu fiquei enjoado.. — Olhando pro sanduíche, digo e vejo Aaron pegar o sanduíche

— Beleza! — Com o sanduíche em mãos, Aaron dá uma mordida

— Aceita um refri? — Questiono o vendo comer

— Pode ser! — Vendo o mesmo com dificuldade pra comer o sanduíche, me levanto e vou até a geladeira
— Aqui! — Volto pra sala com a latinha em mãos, o mesmo abre e dá um bom gole do refrigerante

— Hum... — Enquanto estava engolindo o refrigerante, Aaron emite esse som e logo olho para o mesmo
— O que é isso que você tá assistindo? — Pondo a latinha na mesa, questionou o garoto e logo dando mais uma mordida no sanduíche

— Ah.. É uma série da época em que eu era menor. Eu adorava ver esse desenho bobo! — Olhando para a TV, respondo Aaron sorrindo fraco

— E o Bikémon? — Dizendo, me viro para seu lado e o olho com desprezo e o mesmo ri

— Mas, me diz. Seus pais souberam sobre o que aconteceu na escola? — Questiono a título de curiosidade

— Ah, sim. Eu contei pra eles quando cheguei em casa.. — Movimento minha cabeça em forma de concordância

— Como eles reagiram? — Colocando a coberta em cima de mim, digo

— Meu pai reagiu exatamente como eu pensei e minha mãe ficou preocupada.. — Pegando o sanduíche, respondeu
— E as suas costas? — Antes de morder o sanduíche, perguntou

— Ainda dói, mas nada demais.. Logo eu vou estar bem! — Passando a mão devagar no local, o respondo

— Que bom.. Eu fiquei muito preocupado com você! — Me olhando com uma afeição séria, Aaron diz me olhando nos olhos

— Obrigado Aaron. Você é um ótimo amigo! Eu não sei o que seria de mim sem você. — Com sinceridade, digo mantendo contato visual

— É o que dizem.. Sempre proteja os seus! — Sorrindo, ele diz e eu sorrio fraco voltando a olhar pra TV
— Dan. — Ouço, me virando pro Aaron, o mesmo me olhava sério

— O que? — Pergunto

— Quem você acha que foi o alvo daqueles disparos? — Ouvindo tal pergunta, esse questionamento ecoa dentro do meu interior e essa pergunta se instala de forma central em meu cérebro

— Aaron... Eu não sei... — Com minha voz fraca, digo e meus pensamentos começam a trabalhar

— Talvez não tenha tido um alvo, pode ter sido só uns monstros que estudaram lá antigamente.. — Olhando para o mesmo dizer, continuo a pensar em coisas que possam ter conectado a vontade dos assassinos cometerem tal ato

— Na verdade.. Você trouxe um bom ponto pra começarmos a pensar e investigar! — Me levantando, digo indo até a cozinha

— Daniel, eu me sinto bem por ter te ajudado a pensar em algo, mas, para pra pensar, está muito recente e fresco! Você não pode sair por aí porque a neve tá ficando cada vez mais forte e você não tá bem pra ficar indo atrás de coisas desconhecidas, seja sincero e crítico consigo mesmo. — Vindo atrás de mim na cozinha, coloco minhas mãos em cima da bancada e ouço Aaron dizer do meu lado, com minha visão pra janela, eu apenas conseguia ver a cor branca que tomou conta do jardim

Sem ter o que responder, bufo olhando pra neve e me viro para frente de Aaron, cruzo meus braços e o mesmo me encara com dúvida

— Você tá bem, Daniel? Tipo, bem mesmo?? — De uma diferente, questionou

— Eu estou.. Como assim? Você acha que eu não estou bem? — Percebendo que o garoto mais alto não estava questionando por meu estado físico, mas sim a respeito de algo que está em meu estado mental

— Não é isso.. É que eu achei estranho você ter aparecido no baile justo naquele momento... — Encostado na parede, Aaron cruza seus braços e eu começo a pensar em algo pra poder o responder

— Eu.. Fui ao baile pra poder falar uma coisa com.. com a Madson! — Enquanto olho para o chão, tento mentir

— Ah.. É? Mas vocês não estavam sem se falar há meses? — Me pegando com uma ótima pergunta, essa eu confesso que forço um pouco do meu cérebro pra formular uma mentira

— É que.. Eu e ela voltamos a nos falar quando eu e você estávamos sem nos falar! — Dizendo algo de forma bem convincente, falo pegando uma banana na fruteira

— Entendi... — Aparentemente, acreditando em minha mentira, disse Aaron e eu descasco a banana
— Você sabe o que vai acontecer com a Midd High? — De forma preocupada, perguntou ele me olhando comer a banana

— Eu não tenho noção.. Talvez fechem a escola pra realizarem a perícia por lá! — Digo e dou uma mordida na banana, Aaron aparentava estar nervoso ao ficar me olhando e o mesmo olha pros lados

— E se fecharem a escola pra sempre? Você sabe.. Esse caso dos tiros foi algo muito pesado pra cidade! — Me olhando nos olhos, disse e eu termino de comer a banana

— Eu acho que não.. Mas que a escola vai ficar fechada durante um tempo, sim, isso eu tenho uma certeza maior... — Colocando minhas mãos no bolso da minha calça moletom, digo indo pra sala novamente
— Ah, fala sério. — Vendo o episódio que estava sendo exibido, resmungo olhando pra TV

— O que foi? — Perguntou Aaron ao meu lado

— Eu já sei o que vai acontecer a cada milissegundo desse episódio.. Urgh, cansei de ver esse desenho! — Procurando o controle, digo o encontrando e desligando a TV enquanto ouço Aaron rir

— E o que você prefere fazer? — Colocando suas mãos na cintura, perguntou com seus olhos fixos em mim

— Vamos ir pro meu quarto. É o melhor que temos a fazer agora! — Caminhando em direção às escadas, digo

— Pro... Pro seu quarto? — Gaguejando, o garoto questiona vindo atrás de mim

— Sim, Aaron. Meu deus, você já entrou lá! — Colocando minha mão no corrimão, começo a subir os degraus

— Beleza! — O ouço me responder atrás de mim. Chegando no meu quarto, ligo a TV e o console, pegando 2 controles, Aaron e eu nos sentamos em minha cama

— Vamos ver o que temos pra hoje! — Esperando o console inicializar, falo olhando para Aaron que estava mirando para a TV. 

— Você perdendo! — Se virando para mim, disse com um tom de confiança muito forte

— O que? — Questiono falando de forma lenta e chocado com tamanha ousadia do mesmo

— É isso aí! Você é horrível em qualquer jogo comparado a mim.. — Enquanto escolho o jogo, procuro um em que eu tenho maior experiência, ainda mais após ouvir o que o mesmo disse

— Tá bom.. Vamos ver se você realmente é bom ou se tudo isso é só blefe seu! — Iniciando uma partida multiplayer, digo o olhando nos olhos

— Vamos nessa! — Em tom competitivo, disse o garoto. Vejo Ginter entrar no quarto e deitar ao lado de minha cama

— Até o Ginter veio assistir essa! — Digo vendo o cão olhar para nós dois, o mesmo dá uma latida e volto a focar meu olhar na TV

— Ele veio ver o dono perder! — Aaron diz em um tom e eu rio de deboche. 

A partida começa e nós dois começamos a guerrear contra algumas pessoas, conversar, brincar com a cara do outro e se distrair. E aqui ficamos, nessa disputa.