Capítulo 9

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Acordo com um som irritante e quando abro os olhos sinto uma claridade tão forte que volto a fecha-los.

— Ela vai ficar bem. É só não fazer muito esforço. — ouço a voz de um homem e abro um pouco os olhos. Observando melhor o local o identifico como um quarto de hospital. Também me lembro o do que aconteceu. Ítalo me espancou por ter fugido. Como ele me pegou se não estava em casa?

Pensando bem, só pode ter sido um de seus seguranças. Quando tentei fugir me esqueci completamente deles.

No quarto em que estou tem dois homens. Um que parece ser o mèdico e é o mesmo que estava falando a bocado e outro que de costas logo identifico ser Ítalo depois de ouvir sua voz.

— Tudo bem. Ela não fará. — essa maldita voz que assombra meus pensamentos e até meus sonhos. Nunca a poderei esquecer.

— Seria bom não comentar com ela nada sobre o bebé já que ela não sabia que estava grávida. Dizer que o bebé morreu quando foi espancada poderia causar um trauma ainda maior e isso......— o médico continuou falando mas eu parei de ouvir quando ele falou bebé e morreu.

Eu estava grávida.

Ele matou meu filho.

Lágrimas começam a sair sem parar e logo minha respiração acelera pois começo a sentir como se estivesse a sofucar.

— Ajuda! Me ajuda! Ele....— não consigo falar minha voz some.

Estou tendo uma crise. Estou fraca. Tento arrancar estes malditos fios dos meus braços mas não consigo.

O médico se vira e Ítalo também mas não consigo ver bem minha visão está turva pelas lágrimas, começo a me sacudir me e logo o médico injecta algo no meu braço.

— Me aju....ajuda...por....ele.....me — ainda tento mas não funciona. Meus olhos ficam pesados e fecham.

— Tudo bem doutor. Ela deve estar a delirar. — Ítalo fala, depois sinto suas mãos na minha testa e ele sussura no meu ouvido — Vai ficar tudo bem meu amor. O pior já passou.— É ultima coisa que consigo ouvir antes de mergulhar na escuridão.

*************

Acordo e sinto todo meu corpo doer. Olho ao redor e um soluço escapa de minha garganta quando vejo que estou naquele maldito quarto.

Eu não consegui fugir e ainda matei meu filho. Eu sempre sonhei com o dia em que ficaria grávida. Nunca pensei que tudo isto aconteceria comigo.

Parece um pesadelo que não acaba nunca mais.

Ouvi o som da porta destrancando mas não me movi. Já não me importa mais. Se eu ver sua cara e ele quiser me matar, que mate. Já estou morta mesmo.

— O quê aconteceu com você? —Georgina pergunta depois que entra e vê meu estado.

Não respondo nada só choro. Ela vem e me abraça e eu retribuo. Estou tão mal que abraçaria qualquer um agora.

— Ele matou meu bebé.— sussuro entre soluços — Ele matou......

— Você estava grávida? — Georgina se afasta e olha para mim com os olhos vermelhos, apenas faço um sinal positivo com a cabeça — Eu sinto muito. — ela me abraça ainda mais apertado.

Ficamos assim por um tempo. Ninguém falou mais nada. Eu não sei o porquê de ela trabalhar aqui ou de não me ajudar, mas isso não importa no momento.

— Escuta — olho para ela — Eu vou ajudar você a fugir. Você só precisa aguentar mais um pouco. Eu vou tirar você daqui. — meu coração automaticamente se acende que com a esperança de sair daqui.

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