5 - Normalidade

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Aquela manhã passou rápido, dessa vez os calouros e veteranos não estudaram juntos, portanto Chay continuou evitando Kimhan. Não era o momento de se apaixonar pelo melhor amigo de seu irmão e primo de Macau.

Aproveitou e foi resolver algumas pendências da faculdade, como por exemplo sua carteira estudantil, iria tirar a foto hoje e receber o documento em uma ou duas semanas. Ficou também de fazer seu cadastro na biblioteca e também no acesso aos estúdios de música. Logo, sua manhã estava cheia. Trocou mensagens com Macau e irão para a casa Theerapanyakul após as aulas.

Depois de todos seus afazeres feitos e de ter assistido às aulas ministradas, ele finalmente está liberado dessa manhã cansativa. Recebe uma mensagem de Macau avisando onde eles se encontrarão para ir para a casa do Theerapanyakul.

- Oi, Chay! -- Macau fala um pouco mais alto para chamar atenção do amigo que vinha ao longe.

- Ooi -- sorriu -- Cadê o Tay? - perguntou cerrando os olhos e em tom de brincadeira.

- Ele teve de ir mais cedo -- falou com um certo tom de desânimo -- Mas fala aí, como foi seu dia?

- Exaustivo! Definitivamente... E o seu?

- Foi tranquilo - riu - um professor faltou, deu para dormir.

- Você é um preguiçoso, Macau! - riu

- O professor que falta e eu que sou o preguiçoso? - falou indignado e com uma mão em seu peito para demonstrar seu drama - este mundo está perdido mesmo, viu? - ambos riram.

- Pare de graça... Vamos chamar o carro do seu celular ou do meu? - como ambos foram de carona, eles tinham de pedir um Uber ou andar de ônibus, mas Macau é muito preguiçoso e mimado para a última opção.

- Pode ser do meu mesmo. - Respondeu e logo passou a colocar os endereços - Já! Está a caminho!

- Ainda bem, vou dormir por uma hora antes de fazer algo!

- Você é um folgado! Por que além de me deixar esperando uma hora para jogarmos vídeo game, ainda vai dormir em minha cama! Por que não dorme na do Kim, hein? - brincou e pôde ver o amigo corar e arregalar os olhos na mesma hora e já se preparou para apanhar - AI, Chay... Ai! Isso dói!

- É para doer mesmo! - respondeu satisfeito com sua ação. Enquanto Macau passava a mão nos locais em que Chay tinha o acertado, seu celular (celular do Macau) toca e ele olha a tela - Falando no diabo... - ele atende - Fala aí, Kim!

Porchay prendeu a respiração por alguns segundos por escutar aquele nome mais uma vez, parecia castigo. Quanto mais ele tentava se livrar, mais aquela pessoa se aproximava do nada.

- Sim, sim!... Indo para casa... Ah, ok! Claro que pode, ué?

Macau desligou o telefone e olhou para o amigo que parecia nervoso enquanto não soubesse o conteúdo daquela conversa. Foi aí que Macau se tocou. Não foi uma boa ideia ter dito sim para seu primo.

- Po..Porchay? - falou nervoso - não me bata de novo, foi sem pensar...

Chay o olhava confuso, a final o que Macau queria dizer com isso? Durante a ligação ele só falou palavras como "sim" e "pode". Mas foi quando escutou uma voz já conhecida e frequente ultimamente que percebeu o que Macau quis dizer.

- Oi, primo! Oi, Chay! - Kim chega e cumprimenta os dois mais novos e ainda por cima com um sorrisinho.

- Chegou na hora, o uber acabou de parar do outro lado - disse e foi o mais rápido que pôde para o automóvel, deixando um Porchay ainda sem reação e um Kim cínico, muito cínico.

- Vamos? - Kim perguntou e Chay só assentiu.

Os três entraram no carro, Macau e Chay colocaram seu fones, não deixando muitas opções para Kim que estava no meio, então ele mais uma vez pegou um dos lados do fone do mais novo. Chay, a fim de economizar sua energia mental e também sua paciência, apenas deu de ombros e olhou para a janela.

Não demorou muito para que chegassem à residência. Os três desceram e adentraram o local.

Logo na sala encontraram Pete e Vegas no sofá da sala. Para a surpresa dos mais novos, Vegas estava com uma máscara de skin care verde neon no rosto.

- Não perguntem! - falou isso e apenas viu os três subindo as escadas segurando o riso. Kim seguiu para o próprio quarto, enquanto os outros dois foram para o quarto de Macau.

Quando Chay entrou no quarto já foi logo largando sua mochila e deitando na cama, ele realmente precisava daquela uma horinha de sono.

- Eu vou tomar um banho e depois eu separo uma roupa para você - Macau falou e recebeu um grunhido positivo do amigo que já é com o rosto no travesseiro.

×

Kim entrou em seu quarto, largou a mochila, tirou os tênis e ficou andando de um lado para o outro em frente à sua cama. Ele ainda pensava em tirar alguma graça com Porchay por causa de uma frase dita pelo próprio garoto, mas como faria isso ele ainda não sabia. Sua única opção era esperar o momento certo.

Passaram-se umas boas horas desde que haviam chegado em casa, os VegasPete haviam saído há um tempinho, Chay e Macau estavam jogando algo, pelo menos era o que Kim achava, até que escutou uma batida em sua porta e ele todo esperançoso foi lá atender, mas sua expressão logo murchou quando viu seu primo ali. Macau não conseguiu conter seu riso ao ver a cara de decepção do primo.

- Ai, ai, Kim, as vezes você é tão previsível - Kim bufou.

- O que você quer?

- Calma aí... haha... Eu vim só perguntar se você quer algum sanduíche daquela lanchonete.

- Se você for pagar eu aceito - agora foi a vez de Macau bufar.

- Tudo bem, tudo bem... - olhou sério - eu mando o cardápio quando chegar lá.

- Beleza.

Finalmente ele teria alguma oportunidade. Sabia que antes do primo bater em sua porta, ele e o amigo estavam jogando na sala, então chay ainda estaria ali. Rapidamente Kim foi para o banheiro, tomou um banho rápido e colocou uma cueca. Amarrou a toalha na cintura e desceu as escadas.

O sofá fica virado para a TV e ao lado da mesma dá para ver a passagem entre o corredor, as escadas e a cozinha. Sendo assim, Chay que estava de bobeira na sala avista Kim, que na sua concepção estava só de toalha. O mais velho passa com tamanha naturalidade e vai para a cozinha, deixando um Chay um tanto desconcertado. O mais novo apenas finge que não viu e mexe no celular.

Kim, retornando da cozinha, segue direto para a sala, andando de uma ponta a outra e percebe o moreno corar.

- Sabe, Porchay, você disse que após termos feito o que fizemos, tínhamos de agir normalmente... - havia um tom provocativo ali - então me diga porque está tão vermelho assim?

O moreno engoliu em seco olhando para Kimhan desacreditado.

- Eu não estou vermelho! Isso é imaginação sua - cruzou os braços.

- Ora, Chay... Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira. - aproximou-se do mais novo, na opinião de Porchay ele se aproximou demais.

- O que você quer? - perguntou sério e encarando o olhar alheio. Pôde ver quando surgiu um sorrisinho de segundas intenções no rosto de Kim.

- Uma segunda rodada sem compromisso...

Uma Noite [KimChay]Onde histórias criam vida. Descubra agora