treze

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confiança, dia dos namorados e derrota

FUI ACORDADA COM beijos pelo meu rosto, sentindo os lábios macios pressionarem a pele das minhas bochechas. 

O cheiro de floratta invadiu as minhas narinas e eu resmunguei, contrariada por estar sendo acordada tão cedo, apesar de estar acostumada. Devagar, abri os meus olhos, sendo recebida por um sorriso conhecido, que voltou a beijar a minha bochecha, passando uma das mãos por debaixo do meu corpo, me abraçando pela cintura. Ele enterrou o rosto no meu pescoço, inspirando o meu cheiro matinal e eu finalmente me despertei, coçando os olhos como uma preguiçosa.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei, em voz baixa.

Ele murmurou algo contra a minha pele que eu não consegui compreender; sua voz saiu abafada, dificultando tudo. Bruno se afastou, me encarando com hesitação antes de finalmente me responder.

— Nós estamos bem? — quis saber.

Cocei minha bochecha, soltando um suspiro. Ele me olhava com uma expectativa insuportável e só havia uma resposta para dar.

— Depende — murmurei. — O que você trouxe para mim?

Ele tirou o seu braço da minha cintura, me roubando um selinho bem rápido, antes que eu tivesse a chance de reclamar. Ele saiu da cama e voltou alguns segundos depois, segurando uma cesta de café da manhã, repleta de frutas, duas fatias de bolo e chocolate. Muitos chocolates.

— O que é tudo isso?

Sentei na cama, recebendo a cesta, pegando um morango para experimentar. Bruno sentou na minha frente e apontou para a cesta e depois para mim.

— Isso é para reforçar o meu pedido de desculpas — ele começou a dizer, enquanto eu pegava outro morango. — E também porque é dia dos namorados, então... Feliz dia dos namorados, Marcela.

Ele me estendeu uma caixinha de papel com uma estampa brilhante e eu revirei os olhos, mas acabei aceitando. Não sei quando começamos com aquela tradição ridícula de comemorar o dia dos namorados sem sermos namorados de fato, mas acabou pegando. Ele me acordava com uma cesta de café da manhã ou algo assim e me presenteava com coisas que consideramos banais, mas que gostávamos.

— Eu fiquei tão irritada com você que esqueci disso tudo — admiti, abrindo a caixinha e revelando um chaveiro do Homem-Aranha em End-Game. — Você está me entregando a coleção inteira dos Vingadores.

Balancei Peter no ar, sorrindo. Então guardei o chaveiro de volta e olhei para o meu melhor amigo.

— Está desculpado, Bruno.

Fiquei mais aliviada com aquilo do que ele. Eu detestava criar um clima chato ou estranho entre nós, porque ficava me sentindo muito mal. Isso se estendia a qualquer pessoa, mas era pior com ele. O capitão do time se aproximou ainda mais de mim, deixando a cesta do outro lado da cama, seguro de nós. Bruno não disse nada, apenas passou os braços ao redor do meu corpo, me abraçando. Inspirei o cheiro dele, soltando um suspiro.

— Sou um idiota por achar que você fica sexy quando está super irritada comigo? — ele disse, ainda sem me soltar.

Eu ri, dando um soquinho desajeitado no seu ombro, beijando o seu pescoço em seguida. Não tínhamos passado nem dois dias direito naquele clima chato e eu estava morrendo de saudade da sensação do seu corpo no meu.

— Sim, é — concordei.

Ele riu, me soltando do abraço. Mesmo assim, seu rosto continuou bem próximo do meu e quando ele encarou a minha boca, eu sabia exatamente o que ele estava prestes a fazer e neguei com um aceno.

set point | bruno rezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora