seis

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sexo matinal, beijo e rendido

SENTI UMA MÃO ACARICIAR a pele do meu pescoço, me despertando lentamente do meu sono leve.

A respiração pesada de Bruno atrás de mim me deixava com a consciência alerta de que ele estava mesmo ali. Eu tinha insistido — na verdade, não tanto —, que ele dormisse comigo aquela noite; eu não queria ficar sozinha e ele precisava de cuidados, além de um bom descanso.

Ele costumava dizer que eu me revirava muito na cama, mas, aparentemente, não havia reclamações sobre aquilo naquela manhã. Ao invés disso, ele continuou descendo a mão da pele do meu pescoço, alisando toda a lateral do meu corpo, já que eu estava deitada de lado e de costas para ele.

— Bom dia — ele murmurou.

Apertei os olhos, tentando me manter ainda mais desperta. Eu quase ri ao perceber as suas intenções nas entrelinhas e remexi o meu corpo, puxando o lençol para me cobrir ainda mais.

— Não — eu respondi, ignorando o seu cumprimento.

Não devia ser nem mesmo seis da manhã. A luz do sol não conseguia entrar pelas janelas do quarto, mas dava para perceber que era cedo. Nossos corpos eram um relógio biológico acostumados a acordar sempre no mesmo horário: entre quatro e cinco horas da manhã.

— Não o quê? — ele questionou, a voz exalando a inocência que ele com certeza não tinha naquele momento.

— Não vou realizar uma transa matinal — respondi, como se fosse óbvio.

Ele tirou a minha mão do lençol e começou a descer o pano novamente, me deixando exposta. Agora, meus olhos estavam bem abertos, mas eu não tinha me virado para ele ainda.

Temia que, assim que ele conseguisse observar as expressões do meu rosto, percebesse o quão me deixava afetada.

— O que te faz pensar que eu quero isso agora? — indagou, com falsa modéstia.

Revirei os olhos e bati contra a sua mão assim que ele quis alcançar a base do meu seio coberto. Meu bico já estava completamente duro só de ouvi-lo com a voz rouca logo cedo. Eu precisava parar com aquilo. Meu cérebro e corpo não estavam exatamente alinhados com o mesmo objetivo: um era a razão, me fazendo compreender que eu não devia instigar Bruno a piorar sua condição; o outro queria prazer.

— Sua mão passeando pelo meu corpo, capitão — respondi.

— Ok, pego no flagra — ele riu com gosto, me abraçando. — Mas você devia sentir uma coisa primeiro antes de me dizer realmente não.

Pressionando seu corpo contra o meu, eu senti o que ele queria mostrar: seu pau completamente duro contra as minhas nádegas, me arrancando um quase suspiro que me entregaria. Ao menos ele não conseguia sentir minha boceta latejando pelo menor toque.

Que inferno de homem.

— Bruno, pelo amor de Deus, você teve um torcicolo agudo ontem! — tentei apelar para a razão, mas eu já sentia que seria um motivo inútil. — Pare de querer se movimentar o tempo todo.

Ele beijou a base do meu pescoço e eu finalmente deixei o suspiro escapar. Não de prazer, mas de derrota, por que quem é que resistiria àquilo?

— Me sinto melhor, eu juro — ele insistiu.

Umedeci os meus lábios e virei meu corpo na direção dele. Ele estava sem camisa, usando somente um calção de tecido leve para conseguir dormir melhor à noite, enquanto eu usava um pijama de tecido completamente fino, quase como se fosse seda, mas era algodão.

set point | bruno rezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora