Daylight | Joaco Piquerez +18 (REVISANDO)

Sinto muito

— Piquerez — reclama fugindo dos braços dos jogadores que insistem em prender ela na cama — Preciso voltar para o meu quarto. 

— Já quer fugir de mim novamente? 

— Não, dessa vez eu estou te avisando — riu mas quando o jogador não alívio a pressão dos seus braços ela resmungou — Joaquin. 

Não queria ter que deixar os braços do jogador, mas já tinham ido longe demais. 

— No corazón — resmunga com a cabeça enfiada em seus cabelos. 

Giovana segura um sorriso, e ignora as batidas desenfreadas do seu coração. Droga de castelhano!

— É sério, me solta — saiu dos braços dele enrolada no lençol — Não vai ser legal se alguém da comissão me pegar aqui. 

Piquerez suspirou sabendo que era verdade, os amigos não se importariam, mas a comissão ficaria maluca. Não queria abusar. O jogador encarava ela enrolada no lençol, pegando suas roupas e colocando de costas para ele. Será que ela tinha esquecido que ele já tinha visto tudo? Não só visto né, Piquerez segurou um sorriso. 

— Porque fugiu? — perguntou sabendo que uma hora teria que tocar nesse assunto. 

— Quebramos tudo que eu falei para não fazer quando começamos com isso — deu os ombros e agradeceu estar de costas para ele. 

— Achei que tínhamos quebrado essas regras idiotas muito antes disso — falou chateado — O que nós somos?

O estômago dela embrulhou, todos os momentos deles passaram em sua mente. Os sorrisos, os beijos, todas as vezes que confiou cedo demais nele, todas as vezes que ele ganhou ela. Todas as palavras carinhosas. 

— Amigos, nos tornamos amigos né? — se virou para ele odiando o rumo que a conversa estava tomando. 

— Só amigos? — se sentou na cama encarando ela. 

Viu ela concordar ainda meio incerta, parecia algum tipo de brincadeira de mal gosto, ela não podia estar falando sério. Amigos? Depois de ontem? Depois de tudo? Não é possível, ela sentia alguma coisa, eu não podia ter interpretado tudo errado. O jogador se sentia ridículo. Giovana tentava pensar como chegaram a esse momento, todas as vezes que ultrapassou a base da amizade e teve que se lembrar o porquê de ter começado com aquilo. 

— Nós começamos com isso porquê…

— Eu sei porquê começamos com isso, fui eu quem sugeri essa palhaçada — falou tão sério que Giovana não reconheceu. 

— Não sei o quê você quer que eu diga.

— Em algum momento isso passou a ser verdade para nós dois — se levantou indo em direção dela e agora ela queria fugir. 

— Piquerez — falou balançando a cabeça negativamente. 

Seu olhar dizia "não se aproxime, não consigo pensar com você perto", na verdade não pensava, talvez por isso, isso tenha chegado tão longe. 

— Você só está com medo do que eu sinto por você — tentou pegar a mão dela e ela se afastou do seu toque. 

Era isso que via no olhar dela, medo, e não era a primeira vez. Cada momento que se aproximava dela, teve um momento desse. Um momento que ultrapassou uma barreira de medo dela. O que era normal, o último relacionamento dela tinha sido um interno. Mas ele achou que tinha deixado claro que não precisava ter medo dele, não precisava ter medo do que eles tinham construído.