Fingir estar juntos?

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Sábado geralmente não tinha expediente, mas Giovana não se importava em ir trabalhar, se foi convocada que mal teria? Duvido que tivesse lugar melhor para se estar se não ao lado do elenco dela. Estava mais calma depois da loucura de ontem, e se sentia estranhamente mais calma perto de um certo uruguaio.

Tá bom, não tão calma, mas saber que ele não odeia ela, já faz com que ela se sinta bem e a vontade ao lado dele.

Inclusive não tinha visto ele ainda, o que era estranho já que ele nunca se atrasa, além dele ser bem disciplinado a política do clube era bem rígida com isso.

— O gerente da academia Carlos quer falar com você — Mirtes falou entrando na sala — Aconteceu alguma coisa? — perguntou preocupada e ela negou.

Não que eu saiba, ela pensou.

— Acho que não aconteceu nada, mas vou lá ver — tentou soar calma.

Falou com o Carlos uma única vez, quando começou o estágio. Assinou o contrato de estágio, e outro da política do clube. Trabalhar com gente muito importante, e com informações mais importantes ainda exigia muita confidencialidade, e muita descrição. Tentou ser o mais rápido possível, não se deixa o chefe de tudo esperando, mas aquele lugar era enorme, então não é como se fosse a culpa dela. Deu dois toques na porta antes de entrar, ouvindo a confirmação para entrar.

— O senhor queria falar comigo — disse entrando e viu ele concordar sério — Aconteceu alguma coisa? — perguntou se sentava de frente para ele.

— Sim, aconteceu.

Virou a tela do notebook e ela viu fotos dela com o Piquerez de mãos dadas, ele abrindo a porta do carro para ela. Os dois saindo do CT juntos, e uma matéria falando que ela era o novo affair dela. Primeiro quis rir, porque bom era um grande mal-entendido. Mas engoliu o sorriso porque o olhar do chefe não era nem um pouco amigável.

— Temos políticas bem sérias sobre se envolver com jogadores — falou voltando a virar o notebook para ele — Achei que tinha deixado bem claro isso.

— E o senhor deixou — ela se apressou a falar — Isso é mal-entendido, na verdade, o Piquerez…

Foi interrompida por batidas na porta, e quase respirou fundo ao ver o jogador. Obrigado será mais fácil de explicar assim, pensou. O jogador odiava atrasos, mas desde ontem tentou fazer de tudo para impedir que as fotos fossem mais longe. Ligou para diversas pessoas, ficaram horas falando com a assessoria de comunicação sobre uma maneira de interpretar a coisa, e nada. Não tinha conseguido nada. Mais difícil foi convencer a mãe, super protetora, que Giovana era uma amiga, ele nem sabia se podia denominar assim, mas que não passava disso e que estava tentando ajudar ela no momento das fotos.

— Con licença desculpe o atraso — falou envergonhado.

— Tudo bem, Piquerez sente-se — disse sério — Como eu falava com a Giovana…

— A culpa é toda minha, Carlos, desde o começo a Gi não queria — se apressou em dizer, sabendo que a corda era mais grossa do lado dele, então as consequências seriam bem menores assim.

Até porque ela era uma estagiária, e ele um jogador de futebol. Quem vocês acham que seria mais fácil de substituir?

— O quê? — Giovana perguntou sem entender.

Ele imaginava que ela estava nervosa, mas não imaginava ser tanto. Colocou a mão sobre a dela pedindo para deixar com ele, como se ele soubesse o que estava fazendo.

— Estamos juntos, é sério e eu sabia irmos ter essa conversa que eu deveria ter marcado antes — tentou ser o mais verdadeiro possível — Eu sei sobre a política do clube, ela também sabe. Não foi algo que planejamos e lutamos por muito tempo contra isso. Giovana e eu somos profissionais, você pode perguntar para qualquer pessoa ou colega meu, e eles vão comprovar isso.

Daylight | Joaco Piquerez  +18 (REVISANDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora