A vida de Noah até hoje foi simples, muita pegação, muita festa, nada de sentimentos. Noah nunca teve interesse em ninguém, nunca nem mesmo cogitou a possibilidade de ficar uma segunda vez com alguém.... Até agora.
Tudo muda quando uma pessoa fica n...
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Bryan entra no meu quarto e se depara com a bagunça boquiaberto.
Chamei ele para vir aqui, quando ele me disse que o Max estava indo na Alicia. Claro que o Bryan fez questão de deixar os dois sozinhos, maldito, nem para ficar lá e me contar a conversa depois. Como ele já é de casa, meu pai abre a porta e o deixa entrar sem me avisar. O que explica sua reação.
Não sou o cara mais organizado do mundo, mas dou valor as coisas que eu tenho. Tudo foi suado para conseguir. Ao se viver com um pai solteiro, dinheiro é uma questão delicada. Comecei a fazer bicos desde muito novo, para depender o mínimo possível dele e não precisar vê-lo indeciso entre comprar algo que quero e pagar uma conta.
— Gostei da nova decoração. — Bryan diz olhando ao redor, pedaços de madeira e vidro enfeitam meu chão, tudo parece o absoluto caos, até meu computador sobreviveu por pouco.
— Pois é, acho que vou adotar um estilo mais minimalista. — Eu digo, meu tom soa rancoroso até mesmo para mim.
— Não parece minimalista para mim.
— Depois que eu jogar tudo fora parecerá.
— Posso perguntar o que aconteceu? — Ele pergunta quando pega um pedaço do que era uma placa de melhor jogador que ganhei no ensino médio.
Bryan me conhece como ninguém, ele sabe que quebro coisas quando fico muito bravo, mas nunca me viu destruir minhas próprias coisas antes. Como eu disse, geralmente dou muito valor a tudo isso, mas não hoje, hoje quero apenas que tudo vá para o inferno.
— Eu aconteci. — Digo e dou um chute no resto de alguma coisa que não consigo identificar, em seguida me jogo em minha cama de solteiro. Devo ser o único cara com uma cama de solteiro aos 18 anos, mas, meu dinheiro não dava para uma cama de casal e depois sempre foram surgindo outras prioridades.
— Por que está tão nervoso? — Ele pergunta e novamente fujo da resposta como o maldito covarde que eu sou.
— Como você se sentiu quando descobriu que aquela demônia te traia? — Pergunto olhando pro teto.
— Um lixo, inútil, vazio. Você sabe disso, é o único que estava do meu lado na época, e continua hoje. — Ouço a dor na sua voz, apesar de tudo ele ainda não gosta de falar no assunto, eu sei como é.
— Eu me senti assim quando minha mãe foi embora. — Digo ainda olhando pro teto, eu nunca falei sobre isso antes, sinto uma lágrima escapar, que porra.
Bryan se senta sem dizer nada, só esperando que eu continue, então eu continuo.
— Eu tinha 5 quando ela foi embora. Lembro perfeitamente da cena. Eu ouvi o barulho e fui ver o que era, ainda morávamos em uma boa casa na época, um sobrado. Eu a olhei do alto das escadas. Olhei as malas ao seu lado e entendi tudo, lembro de descer correndo e agarrar sua perna com força chorando, implorando para ela não ir. — Faço uma pausa, as lágrimas não me deixam continuar falando.
