4. "Eu gosto de você"

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Boas festas de fim de ano a todos.

GATILHOS EXPLÍCITOS:
•Assédio/abuso sexual/verbal infantil
•Preconceito
•Negligência escolar
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Durante as semanas próximas esteve tendo sessões com Tom, nada muito grande, ele não o levou para a sala de limpeza de novo, só leves toques ou frases que faziam seu coração querer parar de bater. Ameaças envolvendo sua mãe, frases cruéis de como eu atrapalharia ainda mais minha mãe, e em como eu tinha que só me comportar. Eu sabia que isso era um jogo psicológico para me fazer ficar quieto, mas assim como meu corpo era de uma criança, minha mente acabou se acovardando novamente, assim como no passado.

Eu dormia quase sempre em todas as aulas, e as professoras tentavam me confrontar com perguntas sobre a matéria, coisa na qual nunca funcionava, sempre acabava respondendo todas, isso de algum jeito me faziam ter mais sono. Isso chegou ao ponto de que a Konako, me deixasse dormir na enfermaria algumas vezes, e com isso lógico que minha mãe acabaria descobrindo meu sono infinito na pré‐escola, tanto que me questionou, mas apenas falei que era o remédio que estava tomando recentemente depois do acidente, era uma desculpa esfarrapada, mas ela pareceu acreditar, ou só não queria me pressionar mais.

Continuei voltando todos os dias com Bakugou, e ficando na sua casa até minha mãe voltar, não conversávamos, ele jogava seus jogos e eu lia livros da estante repleta da sala deles, não eram livros pra criança, eram livros de estudo. Masaru nesse mundo trabalhava com robótica, por isso os livros ali pareciam tão difíceis, Mitsuki era secretária chefe de um departamento de música no centro, por isso também tinham muitas partituras em meio a estante. Li todos e estudei cuidadosamente, eram mais interessantes que o material da escola, usei os instrumentos do escritório acústico da tia para tentar aprender os instrumentos, fiz o mesmo com o tio, entrei em seu escritório e li mais dos livros que tinham lá, já que os da sala eu já havia terminado de ler.

Já faziam‐se quase 3 meses, que estava naquele mundo, no fim de Abril para ser exato, faltava dois meses para o exame geral de gênero secundário, e coincidentemente para o seu aniversário de 8 anos, não estava muito animado, aliás, ganharia um novo rótulo social, "Beta", agora seria mais um pra lista. Tom ainda não tinha feito nada além de dar selinhos breves e molesta‐lo, temia que seu avanço fosse radical assim que recebesse os testes revelando seu gênero.

Nesse momento, era o fim das aulas, a hora de ir embora, mas por algum motivo Konako havia o retirado na sala 30min antes do sinal bater, e agora estava sentado em uma cadeira esperando no corredor em frente a porta da secretária. Podia ouvir ruídos lá de dentro, como se a albina falasse no telefone, ela teria descoberto sobre Tom? Ou será que tinha levado a culpa em alguma baderna feita por Katsuki? Ouvi a porta sendo aberta e ergui a cabeça na direção da mesma, me deparando com o rosto do diretor, uma expressão afetiva e feliz, o que me causou um arrepio, aliás, aquele homem o detestava por ser um sem peculiaridade.

—Midoriya, ligamos para sua mãe, ela já está a caminho. — falou vibrante, encostando sua mão áspera no meu ombro de forma afetuosa e singela — Que tal uns biscoitos enquanto esperamos?

Não sabia se deveria confiar no adulto, ele nunca era amigável com sigo, mas por um motivo desconhecido agia gentilmente agora. A professora lhe olhava pela porta aberta, sorrindo, como se tivesse acabado de ganhar na lotaria, ela era sempre legal com ele, por isso, gostava dela, não se lembrava de uma figura tão gentil quando era menor em sua antiga vida, talvez ela seja uma pessoa que só o Midoriya desse universo poderia ter o prazer de conhecer.

BNHA - Depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora