8. Convidado surpresa

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A porta se abria repentinamente e eu terminava de tomar o leite, deixando um bigodinho. O outro detetive que entrara na cozinha, ia em direção a cafeteira e colocava um pouco em seu copo. E assim se apoiava na mesa e bebericava seu café e depois se direcionava para mim.

—Gostei do bigode. — falou apontando na direção acima do lábio em seu próprio rosto.

E assim que percebi, meu rosto se avermelhou como pimenta, e limpei a boca, minha reação ganhou uma risada do homem.

—Tanema, seus relatórios estão prontos? O Sr.Momo vai cobrar os relatórios do caso assim que voltar. — isso parece ter tirado um suspiro do seu detetive responsável.

—Droga, eu ainda nem comecei. — passou a mão na próprio cabeça e virou seu copo de café e o repôs novamente para depois sair pela porta me deixando lá. — Então garoto, imagino que tenha achado meio estranho a aproximação repentina de Tanema. Ele é meio bipolar.

Ok, os detetives eram estranhos, como diabos eles sabiam de coisas assim por apenas leituras corporais? Isso não faz sentido.

—Por que ele mudou repentinamente? — perguntei aproveitando a deixa.

—Não tenho certeza. Você deve o lembrar de seu filho, ele era meio parecido com você, sardas e cabelo bagunçado. — respondeu inserto, colocando um pouco de café para si também.

Só mantive meu silêncio, não sabia se deveria ser ousado o suficiente para perguntar da vida pessoal de um policial, apesar de estar um pouco curioso. Sua mudança repentina não o incomodava de fato, já que a mudança era pra melhor, de certa forma.

Pesquisaria o nome de Tanema mais tarde, talvez tivesse algo na internet sobre ele que pudesse extrair, usaria suas mesmas mãos apetitosas de hacker da vida passada para isso, deve estar enferrujado com essas mãos e corpo pequeno que mal alcançavam a mesa do computador.

Não demorou muito para sua mãe voltar com Mitsuki e o levarem da delegacia, claro que antes que fosse embora, fez questão de se curvar e agradecer a equipe de detetives. Já no carro, as duas colocaram uma música, aparentemente do tempo de ambas as mulheres mais velhas, e contaram o caminho todo até a sorveteria próxima. Não sabia ao certo o que seria a tentativa de ambas, bem, na verdade sabia, elas queriam o distrair, ou o confortar, todos estranharam muito o comportamento apático de uma criança com tal situação, isso não tinha nada haver com minha idade mental ou espiritual, eu estava traumatizado com aquele homem, sentia que sua respiração doía só de imaginar as situações que passou, era nojento, mas sentia que estaria sendo vitimista ou dramático se demonstrasse, se falasse o que pensava, sabia que não era verdade, mas sua mente nunca foi legal consigo.

Tomar sorvete foi tudo que fizeram, e quando voltaram pra casa, pediu para sua mãe ligar o computador, e assim que ela o fez, ele colocou seus dedinhos em ação, primeiro o nome, detetive Tanema, nada, então pesquisa seu cartão de visita, rede social, nada de novo. Teria que usar seu outro jeito, primeiro entrou furtivamente no sistema da delegacia e pesquisou os funcionários, depois que achou Tanema e sua foto regular de funcionário, pesquisou seus familiares, e bingo, Shoji Tanema, filho falecido, cabelo preto bagunçado e sardas, morreu com 10 anos de idade, assassinado.

Pesquisou e foi como uma metralhadora de informações, algumas horas depois e sentiu que sua curiosidade foi um pecado grande que poderia o matar só com o peso em sua consciência. Aparentemente ele virou detetive após seu filho ser vítima de um assassino local da cidade onde morava. Esquartejado, mas ele tinha sinais de torturas também, como estrangulamento, e contusões por socos e chutes, e ossos lascados, como se tivesse apanhado com um pedaço de madeira. Resumindo, muito sofrimento antes de morrer.

BNHA - Depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora