7. Justiça

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Se lembrava vagamente de como era uma delegacia.

Uma vez em sua vida passada, ele resolveu denunciar seus abusos para a policia, e quando a escola descobriu o boletim de ocorrência que eu havia feito contra o garoto de ouro, eles sujaram minha ficha escolar, colocando todos os delitos de Bakugou na minha ficha, então a policia me repreendeu fortemente e fui obrigado a fazer trabalho comunitário por fazer uma falsa ocorrência.

Basicamente um titulo de delinquente foi colocado formalmente a minha pessoa. Me lembro da frustração que senti por ser marginalizado daquela maneira até pela própria lei. Acho que foi aí que deixei de acreditar totalmente nas pessoas daquele mundo, ser um quirkless é muito mais que só uma deficiência genética, é como se colassem na sua testa "parasita da sociedade", e não era um titulo que estava disposto a carregar.

Um aperto no peito, era o que sentia após olhar pela janela da sala e ver sua mãe do outro lado sendo consolada por um policia que tentava a acalmar, lhe ofereceram até um pouco de água com açúcar, mas ela estava totalmente desolada. Tia Mitsuki estava na sala junto a mim, segurando no meu ombro, totalmente em silencio e com uma expressão ponderosa e preocupada.

O ar na sala parecia cada vez mais pesado, e o silencio era sufocante, e então de repente a porta se abria, o que me fez ter um sobressalto pelo susto. Era um policial, com um bloco de notas e um semblante entediado.

—Eu sou detetive Tanema. — apenas ergueu seu cracha, mostrando sua identidade, e descaradamente não mostrou estar incomodado com o motivo de estar lá — Izuku Midoriya, vou fazer algumas perguntas para você, e estarei gravando tudo nesse pequeno dispositivo. — mostrou o gravador enquanto o colocava por cima da mesa e começava a gravar, o que incomodou Mitsuki de imediato, ele ao menos se incomodou em pedir permissão a ela ou se preocupou com a sensibilidade da situação.

—Detetive Tanema, não acha que está indo rápido demais? Vamos com calma. — Mitsuki se forçou a ser educada, quando claramente estava por um tris de surtar.

—Não me diga como fazer o meu trabalho, o que você é? A mãe dele? — disse com grosseria, desligando o gravador e se direcionando para a mulher com o mesmo olhar entediado.

—Me desculpe senhor oficial, é que Izu está um pouco traumatizado, então seria bom começar com calma. Eu sou a "tia" dele, a mãe dele está do lado de fora se acalmando um pouco. — respondeu da maneira mais contida e educada que conseguiu.

—Se não é a mãe dele, então por favor se retire e faça a mãe dele vir no seu lugar. — a tia parecia cada vez mais vermelha, as expressões dela são iguais as de Katsuki quando irritado.

—Tudo bem, então por favor aguarde até ela chegar por um instante. — ela se levantou e por um segundo segurei sua mão a impedindo de ir, o que a fez parar e me olhar preocupada — Ei querido, tudo bem, sua mãe vai vir agora mesmo, e eu vou estar logo ali. — apontou em direção as cadeiras onde sua mãe se encontrava.

Assim que saiu, se esforçou para levantar a cabeça, e quando finalmente o fez, se deparou com o olhar do detetive sobre si, e sua reação foi só um susto inocente. Entediado, ele ao menos tentava esconder que não estava interessado a resolver o problema. Talvez porque ele leu minha ficha, dizendo que não tenho peculiaridade, tanto na outra realidade como nessa a coisa que mais importa para a sociedade era e sempre vão ser as peculiaridades. Não ficaria surpreso caso a justiça escolhesse não o salvar de Tom, já fizeram isso antes de toda maneira.

A justiça escolhe quem proteger, heróis não podem salvar a todos, e a policia decide quem é culpado. No fim das contas, a própria sociedade cria seus vilões, e esse é o motivo da história sempre ser tão violenta. Destrua o que pode te destruir, essa é a ideologia dos humanos.

BNHA - Depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora