CLUBE DE TEATRO¦três

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Levantei do sofá, caminhando - ou melhor, me arrastando - Até a porta, que alguém batia, conferi o horário no relógio

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Levantei do sofá, caminhando - ou melhor, me arrastando - Até a porta, que alguém batia, conferi o horário no relógio.

— Oi, senhora LaRusso, boa noite — A mulher sorri fraco.

— Trouxe a sua comida querida, sinto muito que teve que ir embora com tanta pressa — Estende uma marmita de isopor, enrolada em um sacola plástica — Conseguiu chegar até a sua entrevista a tempo?

— Ah sim, claro — Confirmo a mentira que tinha inventado mais cedo.

Não tive coragem o suficiente para entrar no lugar, e soltei isso, aparentemente foi convincente.

— Obrigada - Pego a embalagem.

Lucille continua parada na minha porta, me encarando.

— Precisa de mais alguma coisa?

— Mary, você sabe de algum garoto que está perseguindo o Daniel? — Claro que sei.

— Não — Minto — Aconteceu algo?

— Não o diga que te contei, mas ele chegou bem irritado hoje, com o rosto todo machucado, acho que tem um valentão o atormentando. Tem alguma ideia de quem seja? — Johnny Lawrence e seus seguidores.

— Nenhuma — Ela concorda com a cabeça, e se despede, antes de sair.

Me deve essa, Newark.

[☆]

— Que roupa horrível — Digo assim que o garoto desce junto comigo do ônibus. A combinação de estampa militar e xadrez arde meus olhos.

— Bom, você também não é um ícone da moda — Aponta para mim, estou usando um moletom cinza de algum time de beisebol, e uma calça jeans gasta do meu pai — Se veste como um garoto.

— Touchè — A escolha é totalmente intencional, depois que minha vida sexual e corpo virou assunto de conversa de todos da escola, preferi me esconder em roupas velhas e com três vezes o meu tamanho.

— Pensei que estaria suspensa depois da sua briga — Começamos a entrar na escola, não me preocupo em usar o capuz para tampar meu rosto, Jennifer Parker vai passar alguns dias em casa se recuperando, e suas escravas estão se escondendo.

— Sei ser muito persuasiva — Dou uma piscadela para ele — Falando em briga, o que aconteceu com você? — Daniel coça a nuca.

— Fui empurrado de um penhasco... Um morro — Se corrige.

— É de se esperar depois que foi aquele lugar de karate do Lawrence pra aprender a bater nele.

— Você podia ter me avisado.

— E você escutaria? - Levanto uma sobrancelha, e ele suspira.

— Não, mas você podia pelo menos ter tentado.

𝗥𝗘𝗣𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡, DANIEL LARUSSOOnde histórias criam vida. Descubra agora