PARKER¦dois

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Analiso as opções de comida enojada, nada daquilo parecia minimamente comestível de verdade, passo a bandeja vermelha para o lado, ainda sem conseguir escolher

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Analiso as opções de comida enojada, nada daquilo parecia minimamente comestível de verdade, passo a bandeja vermelha para o lado, ainda sem conseguir escolher.

— Sem fome? — Daniel pergunta, se enfiando do meu lado.

— Olhar para essa gororoba não abre muito o meu apetite — A merendeira me olha feio, enquanto coloca sabe se lá o que no prato dele.

— Oi — Ali comprimenta animada. Ótimo, mais companhia indesejada.

— Oi, Ali com i, como é que tá? — Viro o rosto arrumando o capuz — Hoje não está com fome?

— Não muita.

— Ah olha pega uma torta, fui eu que fiz — Puxa um pedaço de torta de framboesa — O mesmo pra você — Coloca na minha bandeja.

Porra Newark. Ali percebe minha presença, reconhecendo facilmente, seu sorriso cresce ainda mais.

— Oi, Mary — Acena levemente.

A ignorando, largo a comida e começo a andar para fora do refeitório, mas sou impedida por três pessoas paradas no meio do caminho.

— Prefere colocar outra coisa na boca, não é, Strader? — Jennifer pergunta, tirando meu capuz — Pensou que ia conseguir se esconder de mim por muito tempo? Eu farejo vadias como você!

— Uma sempre reconhece a outra - Admito que essa não foi a minha melhor, mas consegui a atingir.

— Vou acabar com você — Meu rosto vira para o lado com o impacto, e sinto minha bochecha queimar.

Fechei o pulso, tentando controlar o ódio que borbulhava dentro de mim. Fique longe de problemas, Mary. Repito mentalmente.

— Vai precisar de mais que isso para tentar acabar comigo — Acaricio o local do tapa.

— Vamos ver o seu limite, então — Enfia seus dedos por entre minhas mechas escuras, me arrastando pelos cabelos até o banheiro feminino.

Os curiosos nos seguiam com o olhar, mas ninguém se atrevia a tentar separar.

Uma das suas escravas abriu a porta de uma das cabines. Porra, não, não, não. Me debato tentando livrar meus fios do seu toque, mas as outras duas me seguram pelos braços.

Quando percebo meu rosto é afundado dentro da privada. Arranho suas mãos tentando voltar a recuperar o ar aos meus pulmões.

— Ai, sua piranha — Levanto a cabeça, ofegante. Jennifer colocou a mão sobre o local do machucado, aproveito sua distração para me levantar da sair da cabine, suas amigas tentam me segurar novamente, mas sou mais rápida.

Posso ouvir seus chamados atrás de mim, apenas continuo fugindo, mas sou impedida pela multidão ocupando a passagem, enquanto assistia.

Olho para os lados procurando outra saída, mas não encontro nada. Eu fujo do problema, mas ele vem até mim.

A garota tenta me agarrar novamente, sendo impedida pelo meu cotovelo batendo em seu rosto, segura a região gritando, sangue escorre sem parar do seu nariz.

— Vai ter que pagar caro por outra rino — A Parker dá um olhar com ódio.

— Isso não acabou, Strader — Aponta.

Antes que pudesse proferir mais ameaças o coordenador apareceu, furioso.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? — Grita no meio de todos, que se fazem de desentendidos — As duas para a minha sala.

[☆]

Seco meu cabelo com uma toalha que o coordenador meu deu, enquanto esperava para entrar. Já tinha tirado aquele moletom molhado, ficando apenas com a regata.

Vejo Johnny Lawrence entrando na sala de espera, e se sentando ao meu lado. Legal, mais humilhação. Ele me fita das cabeças aos pés, sem qualquer vergonha.

— Procurando alguma coisa? — Pergunto ríspida.

— Aquela cotovelada foi maneira — Ignora meu questionamento — É uma boa lutadora.

— Morando num bairro péssimo como o meu, se aprende alguma coisa — Encaro meu tênis surrado, querendo apenas ir embora logo.

— Você é durona — Murmuro um "valeu" — Por que deixou ela te bater?

— Não deixei — O loiro ri.

— Até parece. Com apenas um golpe a deixou com o nariz quebrado, se quisesse acabaria com ela no refeitório.

— Não me vê cuidando da sua vida, não é Lawrence?

A porta na nossa frente é aberta, revelando o mais velho, e Jennifer que tinha um curativo no nariz, e os olhos vermelhos devido ao choro.

— Entre, senhorita, temos muito a conversar.

— Boa sorte, esquentadinha — Johnny tem um sorrisinho presunçoso no rosto.

— Mais uma vez aqui, senhor Lawrence?! — O homem acaricia as pálpebras, antes de fechar a porta novamente quando a passo.

Coloco minha mochila no chão, e sento em uma das cadeiras na frente da sua mesa.

— Nós temos baixíssima tolerância quanto a agressão aqui — Só quando se trata dos alunos pobres, babaca — Tem sorte dos pais da garota Parker não quererem prestar queixa.

— Eu só estava me defendendo!

— Sem desculpas — Bate na madeira.

— Todos viram ela me dando um tapa, e depois me levando aos cabelos para o banheiro, ou acha que tomei um banho de roupa por conta própria? — Respondo tão alterada quanto ele.

— E Jennifer será devidamente punida por isso — Viro o rosto rindo sem gosto.

— Até parece — Reviro os olhos.

— Duas semanas de detenção — Começa a escrever em um papel, mas é interrompido pela diretora entrando no recinto.

— Tudo bem, Mary, dessa vez será só um aviso — A mulher acaricia minhas costas — Já fui avisada sobre o que aconteceu no refeitório, e alguns funcionários confirmaram a sua versão.

[☆]

— Oi — Sinto um toque atrás do meu ombro, viro vendo Daniel sorrindo.

— Oi — Falo seca, empurrando minha bicicleta pela rua.

— Deve estar faminta — Minha barriga ronca como se o respondesse, e o LaRusso sorri — Estou indo almoçar com a minha mãe no restaurante que ela trabalha, o que acha de ir junto?

— Por que está sendo legal comigo?

— Você é a única pessoa que conversa comigo, sem mencionar o fato da minha surra na praia, e mesmo sendo meio difícil — Pelo seu tom de voz, não parece uma ofensa — é divertida.

— Tudo bem, a comida de graça me conquistou.

Daniel não é uma companhia horrível, é até legalzinho, pelo menos, não me faz revirar os olhos a cada 5 segundos como a maioria das pessoas.

O restaurante é bem em frente ao Cobra Kai, mas agora que já estou aqui, não tem como voltar atrás. Entramos no estabelecimento, sendo recebidos pela senhora LaRusso, que impressionantemente me reconheceu.

Esperava nossos pratos, quando o moreno começou a insistir para eu o acompanhar até o outro lado da rua. Após bons minutos, aceitei, ainda relutante.

Talvez eu tenha sorte, e seja atropelada por um carro.

𝗥𝗘𝗣𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡, DANIEL LARUSSOOnde histórias criam vida. Descubra agora