𝟙𝟙

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As roupas que vesti acabaram ficando mais largas que o desejado, mas não me sentia feia. Seria uma das poucas vezes que iria a uma festa e me manteria sóbria, já que não posso consumir álcool por conta dos remédios psiquiátricos. Não tenho recaídas há algum tempo, mas prefiro não arriscar um efeito colateral pela mistura de substâncias.

Quando ouvi a buzina da moto do lado de fora, me despedi de minha mãe e senti meu coração acelerar enquanto abria a porta e revelava o loiro que me esperava alegremente e me estendia um capacete.

— Oi. — sorri tímida para ele, lembrando do dia anterior.

— Vamos? — apontou para a garupa com um aceno de cabeça enquanto eu concordava.

Estava ansiosa com a situação, afinal ontem havíamos nos beijado e hoje parece que nada aconteceu. Kisaki tinha uma postura mais relaxada e isso me acalmava, mas eu continuava envergonhada pela cena que se repetia em minha mente sem parar. Enquanto lembrava de seus lábios macios e as mãos firmes em meu corpo, mal reparei que havíamos chegado no estacionamento abandonado da Toman.

— Consegue subir as escadas? — ele me perguntou, lembrando que ainda estava fraca.

— Vou tentar, mas creio que sim. — pisei no primeiro degrau e senti sua palma em minhas costas.

Kisaki me guiou até o final da escadaria me dando apoio, o que facilitou bastante a subida. Os membros já estavam bastante alterados e mal repararam quando chegamos, nos deixando passar tranquilamente até nosso grupo de sempre.

As meninas acabaram me puxando para um canto para conversarmos, Emma e Hinata pareciam mais nervosas do que nunca.

— Preciso falar algo. — a ruiva estava séria e com os olhos arregalados — Tive minha primeira vez com o Takemichi.

Gritamos e comemorarmos tanto que a atenção se voltou para nós, que ríamos enquanto Hina contava alguns detalhes.

— Eu também tive. — Emma colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e a comemoração voltou.

— Eu sou sapatão! — Senju gritou e caímos na gargalhada.

— Achei que íamos contar novidades. — ironizei e recebi um soco em meu braço — Credo, violenta.

— Se formos falar dessas coisas, não tenho novidade nenhuma. — Yuzuha deu de ombros.

— Agora falta eu. — mordi o lábio inferior quando todas me olharam — Eu e Kisaki nos beijamos.

Se antes fizemos barulho, agora faltou minhas amigas soltarem fogos de artifício. Fui até mesmo levantada por Senju que faltou chorar de felicidade por mim.

— Vocês vão ser ouvidas por toda Tóquio. — Mikey falou enquanto se aproximava com os meninos — Podemos saber o motivo de tanta felicidade? Queremos comemorar também!

— Assuntos femininos. — Emma arqueou uma sobrancelha e recebeu uma careta do irmão.

— A gente não pode falar o que rolou aqui nem sobre tortura. — Yuzu disse e nos entreolhamos aos risos.

Mantivemos eles entretidos com outros assuntos para que não perguntassem mais. Afinal, Mikey não ia gostar de saber que seu melhor amigo transou com sua irmã.

As meninas estavam bebendo bastante e eu sempre ficava de olho nelas. Me sentei em uma mureta e fiquei garantindo que nenhuma delas passaria mal ou faria besteira. Acabei ficando tão focada nelas que não vi Kisaki se aproximando e se encaixando entre minhas pernas.

— Oi. — ele disse, sorrindo ladino.

— Oi.

— Você não parece estar se divertindo tanto. — seu olhar se mantinha fixo no meu.

— Estou de babá das minhas amigas bêbadas. — ri anasalada — Mas parece que elas estão sendo cuidadas pelos meninos. — arregalei os olhos quando vi Senju vindo em nossa direção.

— Oi casal. — ela se encostou na mureta e sorriu largamente para nós.

— Oi sapatão. — Kisaki riu com meu cumprimento — Se perdeu no caminho?

— Não, só vim dizer para vocês se beijarem logo, tá todo mundo esperando. — apontou para nosso grupo que nos olhavam de forma nada discreta.

— Manda eles caçarem uma genitália pra chupar, cacete. — disse e apoiei a testa no ombro de Kisaki, escondendo as bochechas vermelhas.

Senti seu corpo chacoalhar com uma gargalhada e Senju saindo de perto de nós. Acabei o encarando novamente e recebi o mesmo olhar analítico de ontem, parecia apreciar cada detalhe do meu rosto antes de se aproximar mais uma vez e tomar meus lábios para si.

Ignoramos os gritos de nossos amigos e continuamos curtindo o nosso momento. Suas mãos apertavam minhas coxas enquanto eu acariciava sua nuca e rosto. Suas palmas subiam devagar e me davam leves apertadas que me faziam arfar e querer mais.

Nos separamos pela falta de ar e ficamos nos encarando por alguns segundos até retomar o beijo. Senti suas mãos em minhas costas me puxando para frente, colando ainda mais nossos corpos. Minha intimidade estava quente e eu tinha a necessidade de fechar as pernas em um ato falho de buscar algum alívio. Não controlei a rebolada que meus quadris deram e acabei roçando em sem membro, fazendo-o grunhir baixo.

— Assim tá difícil. — sorriu quando nos separamos.

— Realmente… — respondi, ainda ofegante.

Literatura | Tetta KisakiOnde histórias criam vida. Descubra agora