Capítulo 3

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Pov Arizona.

Por incrível que pareça, eu estava começando a me sentir melhor, estava conseguindo ter forças e logo eu seria liberada para ir embora.

Nesse meio tempo que eu fiquei no hospital a Carina vinha sempre em meu quarto passar nem que seja 5 minutos do seu dia comigo.

Nós tínhamos voltado a nos reaproximar, estávamos conversando mais e eu estava gostando daquilo.

Mesmo eu tendo a visão dela com a boca enfiada na boca do Owen, pra mim aquilo foi péssimo, mas eu superei.

Com a mala pronta para ir para a casa e a minha semi namorada me esperando, eu segui pelo hospital em uma cadeira se rodas.

No meio do caminho tinha uma criança que me lembrou muito a Sofia e eu acabei dando um dos ursinhos que eu havia ganhado para ela.

Ver o sorriso dela encheu meu coração de amor e me deu a coragem que eu tinha para ligar para a minha queria ex esposa.

Eu sinceramente tentei diversas vezes, mas estava indo para a caixa postal e eu estava cansada demais para esperar, amanhã eu tentaria novamente.

Pov Callie.

Faltavam 15 minutos para o meu vôo sair e ver a carinha de felicidade da Sofia por ver a mãe estava me quebrando.

Eu tinha um certo medo do que aconteceria quando a gente chegasse, medo do que a Sofia tivesse me perguntado fosse verdade e eu teria que consolar minha filha sobre uma dor que eu não poderia nem imaginar.

Depois de mais de 6h de vôo e uma Sofia muito elétrica por ter dormido o vôo inteiro, nós fomos direto para o hospital.

Era cerca de 40 minutos o caminho, se estivesse sem trânsito, e estava, e eu agradeci por isso.

- Obrigada, tenha um ótimo dia de trabalho.- falei educada ao motorista do taxi.

Ele sorriu e acenou para a Sofia que sorriu para ele de volta.

Eu estava aqui, no estacionamento onde básicamente tudo começou.

- Dr Torres?- um homem, provavelmente um interno, pela cor da roupa, me parou.- Uou, hoje realmente é meu dia de sorte.

- Ola, é..

- Adam.- ele respondeu.- Adam Fischer. Eu sou um grande fã do seu trabalho.

- É um prazer, Dr Fischer, fico feliz que aprecie isso.

- Eu e uma amiga, a Mia, ela também é interna aqui, escolhemos ortopedia por sua causa. - ele disse sorridente.

- Oh, eu fico muito feliz em ouvir isso.

- Mama, vamos! Logo a mamãe entra em cirurgia.

- A Dr robbins está aqui hoje?-  perguntei ao mesmo.

- A Dr Robbins está marcada para uma quimioterapia daqui a 10 minutos.- ele informou e eu fiz cara de confusão.- Eu acho lindo o quão madura é a relação de vocês, mesmo estando separadas você veio apoiar ela nessa nova fase de quimio.

- A Arizona está fazendo quimioterapia ou radioterapia?

- A senhora não sabia?- ele perguntou sem jeito, encolhendo os ombros.- Se eu não me engano é quimio sim, radioterapia foi na primeira fase.

Eu entrei furiosa naquele hospital até encontrar alguém que eu conhecesse, e a primeira foi a Jô.

- Hija, fica com a tia Jô por 10 minutos que eu vou descobrir onde sua mãe e está, assim você não precisa ficar andando pelo hospital, ok?- perguntei e ela afirmou.- Leva ela pra tomar um sorvete, sei lá.

Durante todo o meu caminho a oncologia eu ouvia as pessoas falando sobre como a Arizona era forte e determinada e meu ódio ia aumentando cada vez mais.

Assim que cheguei a recepção estavam todos alí, de costas para onde eu estava, provavelmente esperando a Arizona chegar para fazer o procedimento.

- É, pelo jeito todo mundo sabia, menos eu.- falei e todos me olharam com os olhos arregalados.

- Callie, olha, a gente pode explicar.- Amélia tentou se pronunciar, mas eu a cortei.

-  Vocês não pensaram em me contar, não?- perguntei alterada.-  E se acontece alguma coisa? Como eu ia explicar pra Sofia que a mãe dela que estava bem não esta mais entre nós?

- A gente não teve culpa de nada, Torres.- Karev entrou na frente.- A culpa é da sua mu.. ex mulher que nos ameaçou se caso a gente te contasse.

- Todos nós fomos contra a isso, Callie.- Miranda me olhou.

- Onde ela está?- perguntei e me mostraram a sala e eu segui até a mesma.-  Posso entrar?

- Se eu disser que não você vai entrar do mesmo jeito.- ela disse e eu segui até sua cadeira.- Quem te contou?

- Ninguém, eu vim ver o que estava acontecendo já que a nossa filha chorava todas as noites porque tinha meses que a mãe dela não pegava ela, ou ao menos ligava.

- Eu avisei.- April disse e eu a olhei.- Nós falamos desde o início sobre isso, mas ela não ouviu, disse que não queria preocupar vocês atoa.

- Atoa, Arizona? Sua saúde é um nada pra gente? -Ela ficou em silêncio e abaixou a cabeça. - April, pode ir descansar, imagino que seus dias estão sendo longos e cansativos.

- Se for pra brigar eu prefiro ficar sozinha.- Arizona cruzou os braços igual a uma criança.

- Eu não vou brigar, vou ficar aqui do seu lado até tudo acabar.- falei me sentando no lugar da ruiva e segurando a mão da Arizona.- Estou com você.

Hold back the river Onde histórias criam vida. Descubra agora