Cachorros e gatos.

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G – Pode entrar. – Gritou de dentro da casa, ouviu a ser aberta e Xande entrar se sentando do lado dele. – 'Cê tem certeza mesmo que você quer fazer isso?

X – Meus pais dizem que pra perder o medo é necessário é enfrentar ele, é bem brega e clichê, mas acho que funciona, pra ser sincero eu não sei, meu pai tem medo de vermelho.

G – Isso é um medo bem estranho de se ter, mas tudo bem. Eu vou lá pegar o o Bob.

X – O nome dele é Bob?

G – Não me julga eu tava sem criatividade, dar nome pra um cachorro é difícil. – Abriu a porta do fundo e segurou um pequeno cachorro de raça mista, o colocou na cozinha e o orientou pra permanecer sentado.

X – Será que ele vai me morder?

G – Ele é bem calmo, além de que não tem ninguém que não foste de você. – Disse um pouco envergonhado.

X – Isso é a maior mentira que eu já ouvi na minha vida, e olha que eu já acreditei em signos. – Ele pegou o cachorro e o pois mais perto de Xande, vendo o mesmo se afastar um pouco e tremer uma perna.

G – Fica calmo, eu tô aqui. – Dizia segurando o cachorro que permanecia animado balançando o rabo encarando o ondulado.

X – E-ele não morde né?

G – Olha, não precisa ser agora se você quise-

X – Não! Eu quero, não vou ficar aqui parado deixando esse medo idiota me atrapalhar. – Se aproximou mais um pouco do animal, colocou sua mão perto da cabeça dele ainda trêmula. Se acalmou quando percebeu a mão de Guilherme segurando a sua enquanto a outra o ajudava a se aproximar lentamente.

Hesitou por um momento, mas com o tempo foi se acostumando e conseguiu encostar a mão no cachorro sem grandes probelmas, alimentando mais ainda a animação do animal.

G – Viu? Não tem com o que se preocupar.

X – Parece que sim..

G – Tenta acariciar ele.

X – E se ele não gostar?

G – Vai por mim, ele é mais carente que você, e olha que isso é bem difícil.

X – Idiota. – Movimentou um pouco a sua mão fazendo carinho nele, estava tudo bem mais tranquilo do que o esperado, com Guilherme o ajudando era bem óbvio que iria dar tudo certo. Bom, tinha dado certo até Bob lamber sua mão, Guizo apenas teve tempo de piscar antes de Alexandre sair correndo com o cachorro o perseguindo pensando ser apenas uma brincadeira, brincadeira essa que levou o skatista a se trancar dentro de um quarto.

G – Xande?

X – ...

G – Se você não abrir eu vou arrombar essa porta. – Novamente nada. A porta se abriu, apenas uma pequena frestinha para que o cachorro não entrasse, fez um pequeno carinho nele,o mandou sentar e entrou no quarto. – Tá tudo bem?

X – ...

G – Eu presciso que você fale se quiser que eu te ajude. – Não obteve uma resposta ao invés disso ele só encostou a cabeça no seu ombro.
O puxou para perto formando um abraço.

X – Eu sou dramático? Fala a verdade, se eu for não vou ficar chateado.

G – Em relação à?

X – Coisas de forma em geral.

G – Muito tipo, pra caralho, mas de um jeito bom, não que isso atrapalhe ou seja chato, é só o seu jeitinho. Por que essa pergunta do nada?

X – Porra, eu tenho 14 anos e eu ajo como uma criança assustada quando eu to perto de cachorros, e o pior é que não é nem um medo comum, é só idiota, eu sou idiota, eu sei que ele não vai me machucar, eu sei que ele só vai corresponder ao carinho, mas eu não consigo agir que nem uma pessoa normal.

G – Você não é normal, você não precisa ser normal, você não é, nunca foi e não precisa, você é você, e é isso que eu amo em você.

X – Você ama?

G – Sim..

X – Eu acho que eu posso conviver com isso então. – Sorriu de canto de boca apertando mais ainda o abraço. – Eu também amo você.

G – Quer tentar de novo outro dia? – Disse cessando o abraço.

X – Pode ser. Não me larga. – Falou se referindo ao abraçando iniciando outro bem mais longos, o tempo foi passando e Xande acabou por dormir no colo de Guizo, atendeu ao pedido do mais novo e não o largou até que ele mesmo acabasse por adormecer.

Segredos Noturnos - XanzoOnde histórias criam vida. Descubra agora