Meus pensamentos não me deixaram em paz o dia inteiro! Estou criando tanta expectativa que já me arrependo de ter aceitado. Infelizmente não posso simplesmente cancelar tudo de última hora, o que eu poderia dizer: " Sinto muito, não vai dar pra ir, minha mãe não deixou". Esse é o único ponto negativo para um introvertido em ter que morar sozinho.
Eu tinha que ter coragem! Não importa o que aconteça, seja isso um encontro romântico ou apenas de amizade devo seguir até o fim, sou uma adulta e devo arcar com as consequências de minhas escolhas.
De repente o relógio da parede começou à apitar, era hora de ir embora pra casa. Naquele momento eu não queria mais ser adulta e ter que arcar com as consequências de minhas escolhas! No entanto, eu tive que aceitar a realidade, preparei tudo e tranquei toda a conveniência.
Estava do lado de fora mais cautelosa e atenta do que o normal. Engraçado, eu não tinha todo esse medo depois de sair do trabalho antes, estranho...? Sim, mas não podia negar que hoje a noite tava um tanto tenebrosa. O céu tava muito nublado e mesmo com a rua parecia deserta demais, tentei pensar em outra coisa até sentir uma mão em meu ombro.
_ Aaaaaah!
_Oh, calma sou eu Doe!
_Céus! Você quase me matou de susto!- Coloquei minha mão em meu peito, sentir meu coração bater feito louco.
_Sinto muito, eu realmente tenho problema nisso de assustar sem querer... Mas, você gosta de levar susto?
Sentir isso como uma espécie de deboche. Normalmente eu gosto caso for filmes de terror, mas esse cara só pode tá tirando uma com a minha cara.
_Não, eu detesto ser assustada!
Ele levemente vacilou seu sorriso, mas continuo sorrindo. Tive uma sensação ruim, talvez seja culpa por ter sido grossa? Ou arrependimento em estar nessa situação? Não sei.
_ Bem, sabia que você fica muito fofa assustada?
- ...
Sim, por alguma razão eu sabia que as pessoas acham fofo quando me assusto, me apavora, me desespero. Mas não consigo me lembrar quem era.
_ Bom, você me disse que iríamos para um lugar surpresa, espero que não seja assustador haha.
Tentei deixar o clima menos tenso, mas parece que eu piorei. Doe estava com um olhar perdido, oh céus será que era pra ver algum filme de terror?Antes de eu dizer algo, ele abriu um sorrisão e pegou na minha mão.
_ Se isso foi uma tentativa de adivinhação, você errou feio!- Ele me puxou todo alegre até uma bicicleta, me sentei na garupa e me segurei firme.
Ele pedalava rápido, rápido até demais. Não, o maluco tá acelerando descendo um morro!
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Por algum milagre divino não acidentamos, já começou bem. Estávamos em uma pracinha completamente vazia, ele se sentou em um banco de pedra e deu tapinhas em um lugar vago.
Ao me sentar ele me estende uma sacola de papel com um pão bem grande dentro. Olhei confusa pra ele, porque diabos me deu esse pão? Percebi do que se tratava no momento em que eu começou à jogar migalhas e vários pombos brotarem do submundo (nem sabia que eles apareciam de noite).
Alimentei as aves que estavam loucas pelas migalhas que recebiam, era fofo ver o quanto eles gostavam do pão. Continuei jogando as migalhas enquanto mais pombos apareciam, dei uma espiada em Doe e quase tive um treco. Ele já estava me olhando, fiquei envergonhada por ter cido pega no flagra, continuei jogando o pão mas desta vez estava jogando pedaços um pouco maiores.Logo senti uma mão segurando a minha, olhei surpresa para Doe.
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Vivendo no Vale Estranho
Hayran Kurgu" ENQUANTO VIVER DEBAIXO DESSE TETO VAI FAZER O QUE EU MANDAR SIM!" " SENDO ASSIM! EU VOU ARRUMAR UM TETO SÓ PRA MIM!!" Eu sempre respondia isso para os meus pais ,no entanto dessa vez, eles haviam passado de todos os limites. Estava tão irritada n...